• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

ES é responsável por 99% por casos de Febre do Oropouche no Brasil


Número pode estar associado à grande realização de testes no estado. Segundo Ministério da Saúde, dos 893 casos registrados no país até 12 de janeiro de 2025, 886 foram em território capixaba. Mosquito Culicoides paraensis (conhecido como maruim ou mosquito-pólvora);
Dive/Divulgação
O Espírito Santo começou o ano de 2025 em alerta para os casos de Febre do Oropouche. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), até 12 de janeiro, foram registrados 893 casos, sendo 886 em território capixaba, ou seja, o equivalente a 99% de todos os casos registrados em território nacional.
Em todo o ano de 2024, o Brasil registrou 13.801 casos. Já em relação aos óbitos, são quatro confirmações, sendo duas na Bahia, uma no Paraná e uma no Espírito Santo.
📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp
A Febre do Oropouche é uma arbovirose, ou seja, uma doença causada por vírus transmitidos por artrópodes. Neste caso, o mosquito transmissor da doença é o ‘maruim’.
Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesa/ES), nesta quinta-feira (16), apontam 767 casos apenas na semana epidemiológica 02 do ano (de 05/01 a 11/01/2025). A variação em relação ao número do MS é considerada normal, devido a diferença entre os períodos analisados.
O subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, comentou o número expressivo do estado no cenário nacional e avaliou que o Espírito Santo possui uma gestão que favorece a confirmação de casos, devido à grande realização de testagem, extensão territorial pequena e facilidade geográfica.
“A expressividade dos números é devido ao grande número de casos, mas também ao grande número de testes. Somos um estado pequeno territorialmente e de fácil acesso. A gente foca muito na transparência, busca informações e não esconde os dados”, disse.
Testagem sendo feita no Laboratório Central (Lacen) do Espírito Santo.
Sesa/ES
O subsecretário lembrou que metade da população está na Região Metropolitana, onde fica o Laboratório Central (Lacen), facilitando a chegada das amostras.
“Além da geografia, temos organização. Temos quatro regionais de saúde que dão esse suporte, além disso, o estado é o único do Brasil que tem o e-SUS VS, que possui notificação imediata que fazem a comunicação imediata dos casos, pelo celular mesmo, de qualquer lugar”, pontuou.
Orlei apontou ainda que já era esperado um salto de casos neste período do ano, isso porque o clima desempenha um papel determinante na proliferação do maruim.
“Entre novembro e dezembro, foram registrados mais de 2.600 casos, devido ao aumento das chuvas e às altas temperaturas, que favorecem a proliferação do vetor. O maruim prefere ambientes úmidos, sombreados e com vegetação densa, como plantações de banana e café, criando condições ideais para seu desenvolvimento”, explicou o representante da Sesa/ES.
“Trocando o pneu com o carro andando”
Mosquito conhecido como maruim ou pólvora.
Reprodução/EPTV
Em abril vai completar um ano desde o primeiro caso de Febre Oropouche confirmado no Espírito Santo, período considerado curto para análise do comportamento da doença e previsão de cenários.
“Não é igual a dengue que a gente já sabe como funciona, quais são os sorotipos. É como se a gente tivesse trocando o pneu com o carro andando, a gente tá descobrindo como a doença funciona, daqui a um ano vamos ter um parâmetro, saber como é com chuva, sem chuva, no calor, entre outros. Muita coisa a gente tá buscando explicação”.
Ainda não está claro, por exemplo, se há imunidade transitória ou permanente após a infecção de um paciente. Pesquisas estão em andamento para determinar se casos reincidentes decorrem de uma nova picada do vetor ou da permanência do vírus no organismo.
“Essa é uma das questões desafiadoras que continuam sendo investigadas, especialmente com o apoio do Ministério da Saúde”, disse Orlei.
LEIA TAMBÉM:
Teste rápido para detectar salmonella em alimentos é desenvolvido por pesquisadora em universidade do ES
Areia preta terapêutica, navios naufragados e bolinho de aipim gigante: conheça 10 curiosidades de Guarapari
Lamborghini avaliada em R$ 7,6 milhões tem o IPVA mais caro do ES; o mais barato custa só R$ 13,49
Acumulado
Do dia 31 de dezembro de 2023, quando o levantamento começou a ser feito, a 11 de janeiro de 2025, o acumulado no Espírito Santo é de 6.424 casos confirmados.
O município de Alfredo Chaves, na Região Serrana, lidera o número de confirmações, com 1.268; seguido por Laranja da Terra, na mesma região, com 658; e Iconha, no Sul do estado, com 470.
“Estamos falando de regiões com plantações de banana e café, criando condições ideais para o desenvolvimento do maruim. […] Em regiões como Iconha e Alfredo Chaves, entretanto, houve queda no crescimento de casos na última semana avaliada, possivelmente, porque a transmissão atingiu um pico e se estabilizou temporariamente”, indicou o subsecretário.
Três mortes em investigação
A primeira morte provocada pelo vírus Oropouche no Espírito Santo foi de uma mulher de 61 anos, moradora de Fundão, na Região Metropolitana, e ocorreu no dia 28 de agosto. A identidade da paciente não foi informada pela Sesa/ES.
Atualmente, existem outras três mortes em investigação, mas detalhes sobre o casos e municípios também não foram divulgados.
Trabalho conjunto para investigação da doença
Secretaria de Saúde do Espírito Santo recebe secretária Nacional de Vigilância para discutir ações de enfrentamento das arboviroses.
Sesa/ES
Para ampliar o monitoramento das arboviroses no Brasil, incluindo o Oropouche, o Ministério da Saúde instalou o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE), no dia 9 de janeiro.
O planejamento e a resposta coordenada estão sendo realizados em constante diálogo com estados, municípios, pesquisadores, instituições científicas e outros ministérios.
Atualmente, equipes técnicas do Ministério da Saúde estão em Vitória para prestar apoio técnico ao estado, sem prazo para finalizar o trabalho. A missão busca fortalecer a vigilância epidemiológica, a assistência à população e a reorganização dos serviços de saúde, em resposta ao cenário das arboviroses no Brasil.
“Entre as arboviroses, o foco principal é a Oropouche, vieram para ajudar, tanto no manejo como na parte do vetor”, indicou Orlei.
Além do suporte técnico no estado, ações de educação em saúde e mobilização social para eliminar criadouros do mosquito também estão sendo intensificadas nos municípios capixabas.
Orientações para a população
As principais recomendações para enfrentar a infestação de maruins, especialmente em áreas rurais, envolvem medidas preventivas, especialmente, o controle mecânico e a proteção individual. Confira as orientações do subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso:
Fazer a remoção de detritos e matéria orgânica ao redor das residências, a poda de árvores para manter os espaços mais ventilados e secos, além do afastamento de materiais que possam servir de abrigo para o mosquito.
Para proteção individual, é indicado o uso de roupas de manga longa que cubram pescoço e orelhas, aplicação de repelente, e maior atenção nos períodos da manhã e tarde, que são os horários de maior atividade do inseto.
O maruim é atraído por feromônios liberados pelo ser humano e tem predileção pelo sangue humano, ou seja, mesmo em áreas com animais como cães, cabritos e cavalos, a fêmea vai preferir picar o homem.
É importante redobrar os cuidados em ambientes de trabalho ao ar livre.
Gestantes devem ter atenção especial para evitar o risco de transmissão vertical, utilizando roupas de manga longa, repelente e permanecendo em locais protegidos, como dentro de casa. Outra medida eficaz é instalar telas com malha de 1,5 a 3mm, já que o maruim é extremamente pequeno, cerca de 20 vezes menor que o Aedes aegypti.
Por fim, é crucial evitar água parada e a formação de lama, que servem como locais para a deposição dos ovos. É necessário remanejar chiqueiros e áreas propícias à proliferação.
Transmissão vertical
Grávidas precisam reforçar proteção.
Reprodução/RBS TV
Em dezembro de 2024, de acordo com a Secretaria de Saúde, foi identificada a transmissão vertical do vírus Oropouche em quatro pacientes no estado, ou seja, a transmissão do vírus a partir da mãe para o seu feto no útero ou recém-nascido durante o parto.
Também foi confirmado um caso de má-formação congênita em um recém-nascido. A criança nasceu em 16 de novembro e teve diagnóstico de microcefalia. Não foram divulgadas outras informações sobre o caso.
Por esse motivo, Orlei reforçou a importância dos cuidados pelas grávidas.
Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo
Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo
Adicionar aos favoritos o Link permanente.