Um grupo, formado por três vereadores e 35 blocos, protocolou nessa quarta-feira (15) um pedido de suspensão do leilão do carnaval de rua em Florianópolis. O edital, publicado pela prefeitura municipal em 31 de dezembro de 2024, prevê a concessão e uso de espaços públicos para organização, produção, execução e promoção das festividades nos próximos três anos.
O pedido, encaminhado à Prefeitura de Florianópolis, alega que o edital apresenta possíveis irregularidades, legais e econômicas, além de violar características culturais próprias da festividade brasileira.
“O discurso do prefeito não condiz com o que está escrito no edital do leilão. Topázio diz que nada vai mudar, mas o edital diz que tudo vai mudar. Isso cria um clima de insegurança para os blocos, patrocinadores e foliões”, destaca o vereador Leonel Camasão (PSOL).
Além do parlamentar e dos blocos contrários ao leilão do carnaval de rua, também assinam o pedido, as vereadoras Ingrid Sateré Mawé (PSOL) e Carla Ayres (PT). A PMF tem até o dia 20 de janeiro para apreciar o pedido da oposição.
Entenda os argumentos contrários ao leilão do carnaval de rua em Florianópolis
O documento que pede a suspensão do edital pontua que a eventual concessão pública pode causar restrições à livre concorrência. Segundo o grupo, o leilão impede eventos e ações promocionais de marcas concorrentes àquelas que vencerem o leilão, ou fecharem patrocínios com os vencedores, no raio de um quilômetro das Arenas.
“Tal restrição atinge todos os blocos de rua do Centro de Florianópolis e alcançaria, inclusive, a própria passarela Nego Quirido”, diz a manifestação assinada pelos parlamentares.
Os vereadores também temem que o leilão do carnaval de rua cause uma espécie de “privatização do espaço público”, uma vez que não há critérios para acesso às arenas que seriam instaladas pela empresa vencedora.
No entendimento da oposição, o leilão do carnaval de rua foi organizado sem a devida consulta à população, comunidades locais e trabalhadores da cultura, dos blocos e bandas de carnaval.
A atitude pode causar, no entendimento da bancada de oposição, “prejuízo ao patrimônio cultural e ambiental [de Florianópolis], sem estudos prévios sobre o impacto das instalações”.
A reportagem do ND Mais entrou em contato com a Secretaria de Turismo, Desenvolvimento Econômico e Inovação para saber como recebem o pedido, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.