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Bebê baleado na mão recebe alta após ataque a tiros que matou os pais em ocupação de migrantes indígenas em Boa Vista


Pai e a mãe do pequeno Yefersson de Jesus, de 5 meses, foram assassinados a tiros. Ele e os sete irmãos pequenos estão sob os cuidados da avó materna na ocupação do bairro Pintolândia, mesmo local do ataque a tiros. Pequeno Yefersson Jesus, de apenas 5 meses, foi baleado na mão em ataque a tiros em ocupação de indígenas migrantes
Caíque Rodrigues/g1 RR
O pequeno Yefersson de Jesus, de 5 meses, baleado na mão no ataque a tiros que matou os pais, recebeu alta e voltou a morar na ocupação onde vivem migrantes venezuelanos, no bairro Pintolândia, zona Oeste de Boa Vista, mesmo local do atentado. Agora, ele está sob os cuidados da avó, a catadora e artesã Felipa Cardona Molaleda, 64 anos.
O pai do bebê, o sapateiro Yefersson de Jesus Montilla Matos, de 39 anos, morreu no dia do ataque, e a mãe, Miyela Perez Cardonaz, de 33 anos, morreu no hospital dois dias depois. O ataque a tiros foi na noite do dia 8 de janeiro na ocupação espontânea do bairro Pintolândia, zona Oeste.
Ferido na mão, Yefersson de Jesus passou cinco dias Hospital da Criança, em Boa Vista. Ele recebeu alta na última terça-feira (14). A avó Felipa era mãe de Miyela.
Além do pequeno Yefersson, o casal deixou outros sete filhos pequenos , com idades entre 15 ano e 5 meses – todos estão sob os cuidados de Felipa, que vive com o marido, avô das crianças, na ocupação.
“Tenho oito netos para criar agora. Estou sem saber o que fazer, mas preciso ser forte. As cenas voltavam à minha mente. Não consigo esquecer”, disse ao g1 a artesã.
O casal, os filhos pequenos e outros familiares viviam em um barraco de cerca de 20 metros quadrados feito com paredes de PVC na ocupação. Até março de 2022, o espaço era considerado um abrigo, era gerido pela Operação Acolhida, mas foi desativado.
Pequeno Yefersson Jesus, 5 meses, será cuidado pela avó, a artesã Felipa Cardona Molaleda, 64 anos
Caíque Rodrigues/g1 RR
Miyela era a filha do meio de Felipa – o mais novo também morreu e o mais velho vive na Venezuela. Triste diante da morte da filha e do genro, ela afirma que não sabe o que fazer para criar os oito netos. “Minha filha morreu e meu mundo virou de cabeça para baixo”, resumiu.
Mortes na ocupação
Comodo da casa de Yefersson, onde ele foi morto a tiros
Caíque Rodrigues/g1 RR
No dia do ataque, a Polícia Militar foi acionada por volta 20h para atender uma ocorrência de disparo de arma na região e quando chegou ao local, encontrou Yefersson já sem vida.
Miyela e outra pessoa que não foi identificada devido ao estado de saúde crítico estavam feridas no local. O bebê foi retirado antes da chegada dos agentes e levada para uma base da Guarda Civil Municipal.
Aos policiais, testemunhas contaram que duas pessoas chegaram ao local em uma motocicleta e caminharam até a moradia das vítimas no abrigo, onde efetuaram os disparos. Os suspeitos do crime não foram presos.
Ocupação indígena no Pintolândia
Ocupação espontânea de migrantes indígenas no Pintolândia, zona Oeste de Boa Vista
Caíque Rodrigues/g1 RR
O ginásio ocupado por indígenas Warao no Pintolândia era onde antes funcionava um abrigo da Operação Acolhida, responsável por atender migrantes no Brasil, mas alguns migrantes ainda vivem no espaço. As atividades do abrigo foram encerradas em março de 2022.
Procurada pelo g1 para saber se acompanha o caso, a Operação Acolhida informou que o abrigo não está sob a gestão ou responsabilidade dela, mas continuam solidários com as vítimas e suas famílias.
A área foi isolada pela Guarda Civil Municipal, que assumiu a ocorrência. A perícia e o Instituto Médico Legal (IML) também foram acionados.
Homem morre após ataque a tiros em ocupação espontânea de migrantes indígenas em Boa Vista
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