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Especialista aponta anomalias e cita falta de manutenção em viaduto com rachadura em Sorocaba: ‘Agrava a situação’


Engenheiro civil fez levantamento de danos no Viaduto dos Ferroviários durante produção de artigo acadêmico. Rachadura no local, que passa sobre a Avenida Afonso Vergueiro, no Centro de Sorocaba (SP), chamou atenção de quem circula pelo trecho. Rachadura na parte superior de viaduto que passa sobre avenida de Sorocaba preocupa motoristas e pedestres
Uma rachadura na parte superior do Viaduto dos Ferroviários, ponte que passa sobre a Avenida Afonso Vergueiro, no Centro de Sorocaba (SP), chamou atenção de motoristas e pedestres nesta segunda-feira (6). Após a reportagem do g1 relatando a situação, a prefeitura enviou uma equipe para fazer reparos no asfalto.
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O g1 conversou com o engenheiro de civil de Sorocaba, Carlos Alberto Ayres de Pontes Júnior, que cita anomalias presentes no viaduto e explica quais ações preventivas podem ser feitas para garantir a segurança de quem circula pelo trecho.
“Em 2019, durante a graduação, eu e uma ex-colega de turma escrevemos um artigo acadêmico sobre o estado de conservação do Viaduto dos Ferroviários e entregamos uma proposta de intervenções a serem realizadas à época. Foi feito um levantamento das manifestações patológicas da estrutura, com anotações e fotos”, explica.
Conforme a prefeitura, a obra do Viaduto dos Ferroviários, que liga as ruas Comendador Oetter e Álvaro Soares, foi entregue em 1996, cerca de dez anos depois da data prevista.
O especialista explica que o viaduto é uma estrutura de concreto armado, tipo de obra utiliza armações feitas com barras de aço na construção.
Quando trabalhava em seu artigo acadêmico, Carlos relata que encontrou alguns problemas no viaduto: “Fissuras, infiltrações, lixiviação do concreto, corrosão das armaduras e danos no pavimento e no passeio”.
Fotos feitas em 2019 pelo engenheiro civil Carlos Alberto Ayres de Pontes Júnior mostram manchas de infiltração na parte debaixo do viaduto
Carlos Alberto Ayres de Pontes Júnior
Segundo Carlos, a erosão filmada por um pedestre que passou pelo viaduto nesta segunda-feira já havia sido observada por ele quando produzia seu artigo acadêmico em 2019. Carlos explica que no fim do viaduto, considerando o sentido do fluxo dos veículos, há a junta de dilatação e é neste ponto em fica mais visível as anomalias da via.
“Nessa junta de dilatação se formou uma rachadura. Não dá para determinar o que causou essa rachadura, mas a maior possibilidade é que seja por causa do atrito provocado pela frenagem dos veículos e/ou alguma movimentação diferente do solo. O fato é que a falta de manutenção preventiva e corretiva agrava a situação da rachadura”, analisa.
‘A falta de manutenção preventiva e corretiva agrava a situação da rachadura’, analisa engenheiro civil de Sorocaba (SP)
Charles Silvério
A junta de dilatação é uma divisão entre duas partes de uma estrutura e serve para que essas partes tenham movimento, que significa permitir a elasticidade da estrutura sem que seja danificada. Conforme o especialista, elas são aplicadas em todas as obras feitas em concreto armado com mais de 30 metros de extensão.
Viaduto dos Ferroviários foi entregue em 1996
Prefeitura de Sorocaba
‘Reparos paliativos’
Para o especialista, os reparos realizados pela prefeitura são paliativo e apenas disfarçam a falta de manutenção adequada.
“Esse asfalto colocado em cima da junta de dilatação vai voltar a fissurar em pouco tempo. O procedimento correto seria uma limpeza profunda, a reconstrução e reforço dos cantos das juntas e a substituição do material polimérico das juntas. Isso tem que ser feito antes do recapeamento asfáltico”.
Especialista afirma que falta de manutenção preventiva e corretiva pode agravar situação de rachadura em viaduto de Sorocaba (SP)
Carlos Alberto Ayres de Pontes Júnior
Risco de desabamento
No entanto, o engenheiro tranquiliza a população quanto à possibilidade de desabamento do viaduto.
“Visualmente, o viaduto não demonstra problemas que coloquem em risco o tráfego pelo trecho. Contudo, a falta de manutenção preventiva e corretiva tende a encurtar a vida útil da estrutura. As fissuras nas juntas de dilatação estão acompanhadas de manchas de infiltrações, isso demonstra que a água da chuva escoa por esses elementos. A água da chuva provoca a lixiviação do concreto e a corrosão das armaduras, elementos responsáveis pela sustentação do estrutura, situação agravada pela chuva ácida recorrente na zona central da cidade, onde o viaduto está localizado”, explica.
Nesta quarta-feira (8), a prefeitura divulgou que deve fazer um tratamento na junta de dilatação do Viaduto dos Ferroviários e uma restauração nas vigas da estrutura.
O g1 questionou a prefeitura sobre o prazo para início das obras e também perguntou com qual frequência são feitas as manutenções preventivas nos viadutos e pontes da cidade.
Em nota, a prefeitura informou que realiza estudo técnico para contratação de empresa especializada na revisão estrutural de viadutos.
“No momento, a manutenção do pavimento do Viaduto dos Ferroviários é feita com o preenchimento dos espaços com massa asfáltica para evitar acidentes. Não há risco aos usuários que passam pelo local. A Secretaria de Serviços Públicos e Obras acrescenta que as pontes, viadutos e passarelas da cidade estão com a manutenção em dia. Os trabalhos corretivos no pavimento são feitos conforme a necessidade, anualmente ou após alguma intempérie climática”, pontuou.
Viaduto dos Ferroviários liga as ruas Comendador Oetterer e Álvaro Soares na região central de Sorocaba (SP)
Carlos Alberto Ayres de Pontes Júnior
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