Um relatório elaborado pelo governo federal levanta a possibilidade de limitar a pesca da tainha na modalidade arrasto em Santa Catarina. Atualmente, não há limites da pesca no mar territorial do estado. A modalidade é a mais utilizada no litoral catarinense.
Relatório do governo federal pode limitar a pesca da tainha em Santa Catarina – Foto: Ricardo Wolffenbüttel/Secom/ND
Para discutir as atividades da safra de 2025, o Ministério da Pesca e Aquicultura convocou o Grupo de Trabalho da pesca da tainha para uma reunião nesta quarta-feira (8).
“No final do ano passado tive acesso ao relatório, que fala sobre essa proposta de discussão da ampliação do controle. Estamos levando aos pescadores para que eles possam também nos subsidiar nessa discussão”, relatou Tiago Frigo, secretário de Aquicultura e Pesca de Santa Catarina, ao ND Notícias.
De acordo com o Painel de Monitoramento da Pesca da Tainha, até agosto de 2024 haviam sido pescados 1,7 mil toneladas de tainha na modalidade de arrasto na safra do ano passado.
Quase 2 mil toneladas de tainha foram pescadas na safra de 2024 – Foto: Joyce Reinert/ND
O governo de Santa Catarina pretende debater as limitações da pesca no estado. “É uma prática importante não só economicamente, mas culturalmente. Então estamos preocupados com essa sinalização do governo federal de mexer na pesca de arrasto de praia”, afirma Tiago Frigo.
Santa Catarina possui 42 pontos de pesca da tainha, sendo 22 em Florianópolis. Eumir Correa, pescador no Pântano do Sul, teme que a restrição gere mudanças na tradição: “Florianópolis vive esses dois meses [da safra] em função da pesca da tainha. Arrecada mais, os turistas vêm, os restaurantes ganham”.
