• New Page 1

    RSSFacebookYouTubeInstagramTwitterYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTubeYouTube  

Tivemos problema grave de comunicação no governo, diz Haddad

Ministro deu entrevista exclusiva à GloboNews nesta terça-feira (7) e afirmou que o déficit de 2024 ficará em 0,1% do PIB. Governo precisa se comunicar melhor, diz Haddad
Durante entrevista exclusiva à GloboNews nesta terça-feira (7), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo, ao longo do ano, teve problemas de comunicação que afetaram a economia.
“Nós tivemos um problema grave de comunicação”, disse o ministro ao comentar sobre a crise econômica, pressão por cortes e a disparada do dólar.
“Temos que nos comunicar melhor, e venho dizendo isso há muito tempo. O governo tem que ser coerente e resoluto, não podemos deixar brechas para os resultados que queremos atingir”, afirmou Haddad.
Segundo o ministro, misturar temas como isenção do Imposto de Renda e contenção de gastos ao anunciar o pacote fiscal do governo foi um dos problemas: “Talvez o tempo de maturação das medidas tenha sido excessivo e gerado expectativas frustradas”. Haddad destacou também o esforço para “um discurso mais chapado, para não dar margem” a notícias erradas.
Reforma no IR com corte de gastos foi erro, afirma Haddad
Haddad comentou que há um esforço do governo de criar um discurso mais coeso do que será feito no governo e que outro problema são as notícias falsas nas redes sociais.
“Eu tenho um problema interno de comunicação do governo e tenho um problema externo desafiador, as duas coisas juntas não deu legal. Agora, vamos corrigir, né? E eu penso que está havendo um esforço grande de coesão em torno de um discurso mais chapado sobre o que nós pretendemos fazer, que não dê margem. Porque hoje, mesmo quando você não dá margem, alguém inventa. O que eu vejo de notícia maluca no Twitter…”.
Reunião com Lula
Na segunda (6), Haddad participou de uma reuniu com o presidente Lula e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. O orçamento de 2025 – que tem previsão de ser votado pelo Congresso em fevereiro – foi o tema central da conversa.
Segundo Haddad, a reunião durou três horas. “Para tratarmos da necessidade de sermos mais diligentes e mais cuidadosos que nunca”, disse na entrevista.
O ministro afirmou ainda que, após a aprovação do orçamento deste ano, o governo terá mais flexibilidade para trabalhar com a economia. “Nós primeiro temos que adequar o orçamento às medidas já aprovadas, que garantem flexibilidade na execução, algo que não tivemos nos últimos dois anos”.
Déficit de 0,1%
Haddad afirmou ainda que o déficit primário do Brasil em 2024 ficará em 0,1% e que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será de 3,6%. Os dados não consideram os gastos com a tragédia do Rio Grande do Sul.
Segundo o ministro, o déficit é menor do que o previsto. “Um ano atrás, a previsão do mercado era de 0,8% do PIB. Vamos nos lembrar que era antes do episódio trágico do Rio Grande do Sul que consumiu 0,27% do PIB para atender a população. Era 0,8%, vamos terminar o ano com 0,1% do PIB”.
Galípolo no BC
Haddad também comentou a relação com o novo presidente do Banco Cantral (BC), Gabriel Galípolo.
“O meu papel ali é resolver tecnicamente o problema, é o que eu tentava fazer com Roberto Campos e como eu farei com Gabriel Galípolo. Isso não significa dizer que nós vamos concordar sempre sobre o diagnóstico e o que fazer, mas cada um está no seu papel”, afirmou.
Haddad também defendeu a autonomia do BC e destacou que tem confiança em Galípolo. “O Banco Central tem um apanhado de informações, ele dialoga com a sociedade só que na hora da decisão tem um colegiado de nove pessoas que se reúnem, fecham as portas e tomam uma decisão autônoma. Isso não vai mudar com o Gabriel, e eu tenho a absoluta confiança de que ele sabe qual a missão do Banco Central”.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.