Empresa de Mark Zuckerberg passará a adotar o mesmo sistema do X, que pertence a Musk, onde os próprios usuários poderão adicionar correções aos posts. Zuckerberg citou ainda uma suposta guerra contra censura, em fala que se alinha com as de Musk. Montagem com fotos dos bilionários Mark Zuckerberg, dono do Facebook, e Elon Musk, dono do Twitter
Mandel Ngan/AFP e Alain Jocard/AFP
O bilionário Elon Musk elogiou a decisão da Meta de deixar de fazer a checagem de conteúdos postados no Instagram e no Facebook. “Isto é legal”, postou em seu perfil no X nesta terça-feira (7), após o anúncio feito pela rival.
Começando pelos Estados Unidos, a empresa de Mark Zuckerberg passará a adotar o mesmo sistema do X, que pertence a Musk, onde os próprios usuários poderão adicionar correções aos posts, como complemento ao conteúdo.
No X, isso é chamado de “notas da comunidade”.
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A presidente-executiva do antigo Twitter, Linda Yaccarino também elogiou a decisão da rival. “A checagem de fatos e a moderação não pertencem às mãos de um grupo seleto de guardiões que podem facilmente introduzir seus vieses nas decisões. São um processo democrático que deve estar nas mãos de muitos”, postou.
‘Parceria’ com Trump
Ao anunciar a medida, Zuckerberg mencionou também que a Meta estará alinhada com Donald Trump, que assumirá a presidência dos Estados Unidos no próximo dia 20.
“Vamos trabalhar com o presidente Trump para pressionar os governos de todo o mundo, que visam perseguir empresas americanas e pressionando para implementar mais censura”, afirmou o dono da Meta.
No vídeo em que falou sobre o fim da checagem de fatos, Zuckerberg criticou países da Europa e da América Latina, sem citar nomes.
O bilionário afirmou que os EUA possuem “proteções constitucionais mais fortes”, e que “a Europa tem um número crescente de leis que institucionalizam a censura e dificultam a construção de algo inovador”. E que “os países latino-americanos têm tribunais secretos que podem ordenar que as empresas retirem as coisas silenciosamente”.
Mark Zuckerberg anuncia que Meta vai encerrar sistema de checagem de fatos
Falas de rivais se alinham
O discurso de Zuckerberg se alinha com falas de Musk, que já foi anunciado no comando do Departamento de Eficiência do novo governo. Outros empresários que vieram da área de tecnologia deverão participar da gestão Trump.
No Brasil, o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação, João Brant, disse que o dono da Meta fez referência ao Supremo Tribunal Federal.
“É uma declaração fortíssima, que se refere ao STF como ‘corte secreta’, ataca os checadores de fatos (dizendo que eles ‘mais destruíram do que construíram confiança’) e questiona o viés da própria equipe de ‘trust and safety’ da Meta – o que ‘justifica’ uma manobra para fugir da lei da Califórnia e levar a equipe para o Texas.”
Em 2024, o X chegou a ser suspenso no Brasil por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, porque a rede social deixou de ter representante no Brasil e também não pagou multas acumuladas por não cumprir determinações da Justiça brasileira.
Na ocasião, o X se referiu a essas ordens como sendo “ilegais” e disse não iria cumpri-las. Musk afirmou que Moraes estava “destruindo” a liberdade de expressão.
Pouco mais de um mês depois da suspensão, no entanto, a empresa cumpriu todas as exigências de Moraes e voltou a funcionar no Brasil, um dos países com mais usuários para o X.