Quem passa pelo Rio Irani, entre Chapecó e Arvoredo, no Oeste de Santa Catarina, tem notado nos últimos dias, a presença de um “tapete verde” cobrindo parte da superfície do rio.
A presença de um “tapete verde” surgiu cobrindo parte da superfície do Rio Irani – Foto: Divulgação/ND
Conforme explica a bióloga Karling Schuster, essa formação é composta por plantas aquáticas, resultado da floração excessiva de macrófitas devido à eutrofização da água.
Como o “tapete verde” ocorre?
De acordo com Karling, o fenômeno ocorre devido ao acúmulo de nutrientes como nitrogênio e fósforo na água. Esses compostos vêm, principalmente, de esgoto doméstico não tratado e do uso intensivo de fertilizantes em lavouras próximas, além da poluição de estradas.
Sem chuvas para diluir os nutrientes e com as altas temperaturas típicas do verão, as plantas aquáticas encontram um ambiente propício para crescer de forma exagerada.
Quais são os impactos das plantas aquáticas em rios?
O crescimento descontrolado dessas plantas pode causar a morte de peixes por falta de oxigênio, pois elas dificultam a oxigenação da água. Além disso, a formação desse “tapete verde” pode prejudicar a geração de energia elétrica, dependendo do seu volume.
O crescimento descontrolado dessas plantas pode causar a morte de peixes – Foto: Divulgação/ND
É algo exclusivo do Rio Irani?
Segundo a bióloga, não é exclusivo do Rio Irani. “Rios com alta concentração de nitrogênio e fósforo, combinados com temperaturas elevadas e pouca chuva, estão sujeitos à floração de macrófitas”, explica Karling.
Qual a relação das plantas aquáticas com o verão?
Ela também destaca que essa situação é comum nos meses mais quentes, especialmente no verão, quando as estiagens ou períodos prolongados sem chuvas tornam as condições ainda mais favoráveis ao crescimento dessas plantas.
A ação humana também contribui para o fenômeno
A falta de tratamento do esgoto, o uso indiscriminado de fertilizantes agrícolas e a poluição difusa são os principais responsáveis por aumentar os níveis de nutrientes no rio. “Tudo isso se acumula na água, causando um ambiente ideal para a proliferação dessas plantas”, alerta a bióloga.
Essa situação é comum nos meses mais quentes – Foto: Divulgação/ND
