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Lagosta mineira, fígado com jiló e porco-nóbis; qual a história dos pratos mais icônicos do Mercado Central em BH?


Minas Gerais é conhecida por ter uma das culinárias mais saborosas do país, e a capital mineira faz parte dessa história. Conheça os pratos mais icônicos do Mercado Central, um dos maiores pontos turísticos de BH. Você conhece a história dos pratos mais icônicos do Mercado Central em BH?
O Mercado Central é um dos locais mais tradicionais de Belo Horizonte, sendo um importante ponto turístico da cidade. Com 95 anos, ele representa o que há de melhor em Minas Gerais: variedade e comida boa.
Em 1929, quando o Mercado foi fundado, mais de 90% das bancas vendiam apenas hortifrúti. Hoje, o local é conhecido por ser uma explosão de aroma, sabores, sensações e cores. Mas você já conhece alguns dos pratos típicos do Mercado Central?
Mercado Central de BH, em 1947
Acervo/Reprodução
Tem lagosta em Minas?
O Rei do Torresmo existe desde 1995 e faz parte do comércio familiar de Geraldo Magela, de 47 anos, dono do bar. O local é conhecido por servir torresmo feito na hora, além de outros petiscos como o “Caviar de mineiro”, que nada mais é que chouriço acebolado com jiló, com o jeitinho bem mineiro de ser.
Minas Gerais não tem praia mas tem o “Camarão com lagosta mineiros”, título que da nome ao prato mais famoso do Rei do Torresmo. Geraldo contou ao g1 que o nome do prato é um trocadilho ao fato de Minas Gerais não ter praia, e por isso chamam o torresmo de camarão e lagosta.
“A gente fica sempre brincando com os fregueses que os mineiros vão para o litoral comer lagosta porque BH não tem praia mas tem bar. O prato Lagosta Mineira é o torresmo de barriga e o camarão é o torresmo pururuca”, brincou Geraldo.
Camarão e Lagostas Mineiros do Rei do Torresmo
Alicia Coura/g1
O prato é feito de torresmo de barriga e pururuca fritos na hora e colocados na estufa. Geraldo conta que o bar sempre fica lotado, e que não tem tempo ruim para que gosta de apreciar uma boa comida mineira – e de quebra uma cervejinha para complementar. O lugar ainda é conhecido pelos românticos, e há boatos que já rolou até casamento por lá.
“O bar sempre está cheio. Já recebemos muitas pessoas importantes aqui. Temos uma história de que alguns casais já se conheceram no bar, e quando casaram vieram aqui fazer o ensaio de fotos”, contou Geraldo
Fígado com Jiló – Bar da Lora
Quem nunca ouviu falar do fígado com jiló do famoso Bar da Lora? O prato existe desde 1973, ano de inauguração do bar. Tempos depois a receita foi criada e logo caiu no gosto popular. Desde então, esse é um dos pratos mais pedidos e desejados do Mercado Central.
Hoje, o bar é comandado por Eliza, a famosa “Lora”. Em conversa com o g1, ela conta que herdou o estabelecimento do pai, e acredita que o fígado com jiló é uma das receitas mais marcantes do Mercado.
“Quando perguntam porque o fígado com jiló do Bar da Lora é o melhor, eu respondo que é porque é feito com muito amor. Tudo feito com muito amor é mais gostoso. Todo mundo gosta de uma comida aconchegante e temperadinha”, disse Eliza.
Fígado com Jiló do Bar da Lora
Arquivo pessoal
Além disso, ela conta que o prato já foi reproduzido por diversos bares mas o seu continua sendo o melhor. O bar vende em média 400 kg de fígado por semana e já ganhou diversos prêmios ao longo dos anos.
“A receita é simples. O fígado já vem congelado, colocamos na chapa e já juntamos os temperos. Depois que o fígado já está cozidinho, acrescentamos o restante dos temperos e o jiló. Fica uma delícia”, contou.
Broinha de Fubá – Café Dois Irmãos
A broa de fubá mais famosa do Mercado Central tem 35 anos. Criada em 1985 pelo Sidney de Castro de 75 anos, a “broinha”, como é carinhosamente chamada, é feita artesanalmente na cidade de Igarapé, na Grande BH.
A receita é familiar e tem uma matéria prima especial, a massa do queijo. Esse ingrediente só pode ser adquirido no momento de preparo.
Broinha de Fubá do Café Dois Irmãos
Alicia Coura/g1
“A massa da broa é artesanal, feita em Igarapé, depois de congelada ela é transportada pra loja todas às quartas-feiras. A gente já chegou a vender mais de 400 broinhas de fubá em um dia só. O pessoal gosta muito, compra até congelada” , brincou Sidney.
De acordo com Sidney, a loja foi comprada por ele em 1985, e de início o objetivo era apenas a venda de café. Ao longo do tempo, percebeu que o cafezinho precisava de um acompanhamento, e foi aí que surgiu a broinha de fubá.
Porco-nóbis – Casa Cheia
Já experimentou carne de porco com Ora-pro-nóbis? Essa é a especialidade do prato Porco-nóbis do restaurante Casa Cheia. Criado pelo dono e chef de cozinha Ilmar Antônio de Jesus, de 66 anos, o prato foi criado em 2004 para a edição do Comida di Buteco. Desde então, a receita é uma das mais pedidas no local.
Feita com ora-pro-nóbis, costelinhas marinadas no tempero da casa, pernil em cubos e um caldo especial, a receita permanece quente por 20 a 25 minutos, disse o chef de cozinha. Além disso, o chef explica que escolheu a ora-pro-nóbis por ela ser extremamente versátil e combinar com tudo.
Porco-nóbis da Casa Cheia
Alícia Coura/g1
“O preparo da carne do caldo demora 24 horas, porque fica de um dia pro outro marinando, mas o empratamento é bem rápido. A gente usa o milho cozido no caldo de costela e depois preparamos o molho com mingau de milho para engrossar. É um prato tipicamente mineiro, um dos que mais saem” contou Ilmar.
Abacaxi Gelado – Jaja Abacaxi
Vai um abacaxi geladinho ai? O Jaja Abacaxi tem mais de 70 anos de existência e é um dos mais visitados do Mercado Central. Localizado na “Praça do Abacaxi”, a loja é conhecida por ficar em uma das regiões conhecidas por terem muitas barracas de abacaxi.
Depois de passar de geração em geração, Jair Batista – o famoso Jaja Abacaxi – é responsável por comandar a loja e selecionar o abacaxi perfeito para ser cortado e gelado na hora.
A loja começou na época em que o Mercado Central tinha em sua maioria barracas de hortifrúti, em especial de abacaxi amarelo.
Abacaxi Gelado do Jaja Abacaxi
Reprodução/Alicia Coura
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* Estagiária sob supervisão de Jô Andrade.
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