O prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) defendeu a privatização do serviço funerário, ocorrida em sua gestão. Segundo o emedebista, o serviço “agora é um negócio”, que “fica bom quando é bom para o poder público e para o privado. O cara não vai fazer uma doação, ele vai fazer um investimento para poder ter o retorno”, disse em entrevista ao UOL.
Perto de finalizar seu primeiro mandato à frente da Prefeitura de São Paulo, Nunes reassume o posto após uma gestão de dois anos e meio caracterizada, sobretudo, pela privatização de serviços essenciais – medida que ele já sinalizou ter ambição de ampliar ao longo dos próximos quatro anos no comando da capital paulista.
Quando questionado se está satisfeito com o serviço prestado pelas concessionárias, o emedebista começou respondendo que era “o pior serviço da prefeitura, e hoje está melhor”. Entretanto, ele não apresentou nenhuma pesquisa de satisfação pública para embasar a resposta.
“Tá melhorando. Veja as agências funerárias. A gente tinha 14 antes, e hoje são 40 e poucas. Carros eram 20. Hoje são cerca de 80. Agora, vai resolver de uma hora para a outra? Não tem como, porque tem etapas, né?”, disse.
Ainda no tema da privatização, o prefeito de São Paulo manifestou que quer ampliar as concessões para a área da educação.
“Vamos fazer um chamamento público para que alguma organização educacional assuma a gestão. Minas Gerais já fez, o Paraná já fez, eu já fiz. Todas as experiências são positivas. Estamos estudando o modelo”.
Questionado sobre a implementação das escolas cívico-militares, projeto que contou com o apoio do governador Tarcísio de Fretas para o estado de São Paulo, Nunes diz não ser prioridade, mas que segue uma possibilidade.
“A melhor escola do país, que tem o melhor Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do Brasil, é uma escola militar do Rio. E eu pretendo ter todas as oportunidades à disposição da rede.”
Túnel da Sena Madureira
Sobre a obra do túnel da rua Sena Madureira, que enfrenta barreiras na Justiça e a resistência dos moradores do bairro, Nunes fala que a obra “tem que acontecer”.
“É meia dúzia que discorda. A maioria apoia. A gente tem que fazer obras para melhorar o trânsito dessa cidade. Não vou desistir, vou até a Corte de Haia, se preciso.”
Quando questionado sobre o destino dos moradores após a conclusão da obra, Nunes afirma que eles “vão para um lugar melhor”, e que ele vai “dar uma indenização ou mesmo dar outra casa para os moradores. (…) É uma obra importante para a cidade e eu vou fazer”, diz.
“Qualquer pessoa que more em um local que seja de interesse público está sujeita a uma desapropriação. Pode morar há 40 ou 200 anos ali. Isso é falta de espírito público. Poxa, vai lá às seis horas da tarde para ver o trânsito. Se a gente tem condições e dinheiro para fazer com que as pessoas fiquem menos tempo no carro, por que não? Eu tive mais de 3 milhões de votos para representar a população”, afirma.
Expectativas para as próximas eleições
Apesar de ter sido o candidato oficial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ter recebido o apoio incondicional de Tarcísio durante toda a sua campanha, Nunes dispensou a possibilidade de se candidatar a governador do estado em 2026, pois quer cumprir todo o mandato, focado em “fazer meu sucessor”.
E finaliza: “Se ele [Tarcísio] sair para presidente, vai ser eleito e eu vou ser ministro dele entre 2029 e 2030, quando sairei para governador.”