Além do procedimento aberto na Ouvidoria, órgão também deve acionar Ministério Público para fiscalizar investigação. Caso ocorreu em Campinas (SP) no dia 21 de outubro. Policial militar agride dona de casa com soco no rosto no interior de SP
A Ouvidoria da Polícia de São Paulo recomendou à Corregedoria que o policial flagrado agredindo uma dona de casa com um soco no rosto em Campinas (SP) seja preso. A informação foi confirmada pelo ouvidor Claudio Aparecido da Silva ao g1 nesta terça-feira (10).
“No caso do policial que desferiu a agressão, ele calça as algemas, transformando-as num soco-inglês, praticamente, para praticar a agressão. Nós avaliamos que essa postura dele, de tão agressiva e tão desproporcional, vale a pena a sugerir a prisão dele”, explica o ouvidor.
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Além do procedimento aberto na Ouvidoria para acompanhar o caso, o órgão também deve acionar o Ministério Público para fiscalizar a investigação e tomar “as medidas cabíveis caso não sejam determinadas ou atribuídas as responsabilidades de cada um que participou da ocorrência”.
“É importante deixar muito claro que não são casos isolados. […] Essa barbaridade, essa covardia praticada por esse policial não pode ficar impune, não tem nenhum sentido ela ficar impune”, afirma.
Dona de casa é agredida por PM durante abordagem em Campinas
Reprodução/EPTV
Sem justificativas
O caso aconteceu no dia 21 outubro no bairro Jardim Santa Amália, mas o vídeo foi divulgado pela EPTV na última segunda-feira (9). Nas imagens, é possível ver que três policiais cercam a mulher e, em seguida, um deles desfere um soco nela, que cai no chão.
A abordagem aconteceu após a filha da dona de casa acionar a polícia por conta de uma discussão entre as duas. No boletim de ocorrência registrado na data da agressão, os policiais militares relataram que a mulher se negou a ir à delegacia, “além de ter dito que os policiais eram de merda e lixo”.
Também foi relatado que a moradora “tentou desferir um soco no rosto do policial, o qual revidou com um golpe contundente, com o uso moderado da força, para conter a resistência e algemá-la”.
Para Silva, no entanto, agressões verbais ou problemas anteriores com a Justiça não justificam a ação dos policiais, principalmente porque a mulher estava encurralada, em menor número e desarmada.
“Mesmo que ela tivesse feito agressões verbais, como estão dizendo, e mesmo que ela seja uma pessoa que já tenha tido outros problemas com a Justiça, isso não dá o direito de nenhuma pessoa, especialmente aqueles que devem servir, proteger e garantir a segurança da sociedade, que venham a cometer tamanha brutalidade contra aquela senhora”, pontua o ouvidor.
Rosto de dona de casa machucado após agressão de PM em Campinas
Reprodução/EPTV
Policiais afastados
A Polícia Militar de São Paulo informou na tarde de segunda que identificou e afastou das ruas os três policiais que participaram da abordagem. A corporação instaurou Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o caso e afirmou que “não compactua com desvios de conduta dos seus agentes”.
“Todo e qualquer excesso cometido por policiais será penalizado em conformidade com a lei”, diz a nota.
O coronel Adriano Augusto Leão, chefe do Comando de Policiamento do Interior 2 (CPI-2), explicou que além dos depoimentos dos policiais e de outras pessoas como vizinhos, foi requisitada a íntegra das imagens para serem analisadas.
Policial militar dá soco em mulher durante abordagem em Campinas
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