Autoridades usam imagens de câmera de segurança e até amostra de DNA em garrafa descartada para encontrar o assassino do executivo Brian Thompson. Vídeo mostra homem atirando contra CEO em Nova York
Luigi Mangione, de 26 anos, acusado de ser o atirador que matou Brian Thompson, CEO da seguradora de saúde UnitedHealthcare, foi preso pela polícia da Pensilvânia nesta segunda-feira (9).
A prisão deu fim à busca da polícia, que envolveu helicópteros, cães farejadores, análise de câmeras e até mergulhadores, cinco dias após o crime, que ocorreu na porta de um hotel de luxo em Nova York.
Veja quais foram as pistas que levaram a polícia até o autor do crime e depois à sua acusação formal:
Veja detalhes da busca ao assassino do CEO em Nova York.
Equipe de arte/g1
Novas fotos divulgadas e recompensa oferecida pelo FBI
Um dia antes da prisão de Mangione, a polícia de Nova York divulgou duas novas fotos e anunciou que qualquer informação que levasse à prisão do criminoso foragido poderia render uma recompensa de R$ 300 mil, paga pelo FBI, e de outros R$ 60 mil ofertados pelas autoridades de segurança da cidade.
A polícia foi acionada por uma testemunha que deu descrições que batiam com as do homem que estava sendo procurado, enquanto ele estava em uma unidade do McDonald’s.
Documentos falsos apreendidos
No momento da prisão, vários documentos falsos foram apreendidos com Mangione. Um deles , uma carteira de motorista de Nova Jersey no nome de Mark Rosario, foi usado para fazer check-in no hostel em que ele se hospedou em Nova York.
No hostel, inclusive, foi onde a polícia conseguiu flagrar o rosto dele, que em vários outros locais permaneceu de máscara todo tempo.
De acordo com a rede norte-americana CNN, uma funcionária do local disse que pediu para que o homem abaixasse a máscara em um momento de paquera entre os dois.
Imagem do suspeito de atirar e matar CEO da seguradora UnitedHealthcare em Nova York em 4 de dezembro de 2024.
Divulgação/ Departamento de Polícia de Nova York
Imagens de câmeras de segurança
A Polícia de Nova York identificou o atirador em imagens de câmeras de segurança de vários outros locais da cidade além do hostel.
De acordo com os agentes, elas mostraram a rota de fuga do assassino até o Central Park, a poucas quadras da cena do crime e, depois, ele entrando em um táxi em direção a um terminal de ônibus interestadual e não saindo de lá, o que deixou claro sua fuga.
Amostra de DNA e celular e mochila encontrados
Durante as buscas realizadas após a polícia reconstituir o trajeto feito pelo atirador através das câmeras de segurança, os investigadores encontraram objetos que teriam sido deixados por ele e os usaram para buscar seu DNA, como uma garrafa de água descartada e uma embalagem de barra de proteína.
Eles também tentaram obter informações em um celular achado em uma praça para onde o atirador fugiu depois de atirar em Thompson.
Na sexta-feira (6), uma mochila do foragido foi descoberta no Central Park pelos investigadores depois de uma grande varredura por lagos, poços e bosques, mas a polícia não revelou o que havia na bolsa.
Manifesto contra planos de saúde
Após a identificação e prisão de Mangione, os investigadores encontraram um manifesto escrito por ele criticando os planos de saúde dos EUA.
Nesta segunda-feira (9), a polícia disse que encontrou um documento de três páginas com textos sugerindo que Mangione tinha “má vontade em relação às empresas americanas”.
Infográfico com ação do assassino de CEO de seguradora de saúde em Nova York em 4 de dezembro de 2024.
BBC
Inscrição nas balas
As palavras “negar”, “defender” e “depor”, que estavam escritas na munição utilizada no crime, já davam sinais da motivação do crime, já que a frase “atrasar, negar, defender” é comumente usada por advogados e críticos sobre seguradoras que atrasam pagamentos, negam sinistros e defendem as suas ações.
Manipulação e tipo da arma
Através do vídeo que registrou o crime, os investigadores acreditavam que o atirador tinha pelo menos algum treinamento com armas de fogo e a polícia chegou a afirmar que a pistola usada por ele lembrava uma arma veterinária manipulada por fazendeiros para sacrificar animais.
No momento de sua prisão, Luigi Mangione estava com uma arma compatível com a usada no assassinato do CEO.
Joseph Kenny, chefe dos detetives de Nova York, afirmou em uma coletiva de imprensa que a pistola apreendida com ele era uma “arma fantasma” – produzida por partes, de forma caseira, através de uma impressora 3D – e não possui um número de série exigido por lei.