Combinação de técnicas de fisioterapia e atividades lúdicas ajudam crianças com autismo a desenvolver habilidades, inclusive a socialização Fisioterapia
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Segundo dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), uma em cada 36 crianças nos Estados Unidos (números que também refletem a realidade mundial) têm autismo. Um dos principais desafios é o desenvolvimento das habilidades psicomotoras, que impedem a participação em atividades do cotidiano e podem prejudicar a aprendizagem.
“Neste cenário, a fisioterapia é uma ferramenta importante para o cuidado de crianças que estão no espectro autista, uma vez que o tratamento pode contribuir com o desenvolvimento, estimulando esses pontos que podem ser desafiadores, como habilidades motoras, bem como as sensoriais e a interação social”, afirmou Suzana Lyra (CRP03/9748), neuropsicóloga, especialista em transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), transtorno de espectro autista (TEA) e esquecimentos.
No que tange às habilidades motoras, pacientes diagnosticados dentro do espectro autista podem ter comprometimentos ou dificuldades de desenvolvimento tanto das habilidades motoras grossas, a exemplo do controle postural, andar, correr ou pular, quanto das habilidades motoras finas, como escrever ou pintar, abotoar uma camisa e amarrar um cadarço.
“O protocolo de fisioterapia busca melhorar a coordenação motora, a força, o equilíbrio e a consciência corporal. Isso se dá através de uma combinação de técnicas específicas e exercícios aplicados de forma lúdica, usando atividades divertidas de forma a envolver essa criança no processo de fisioterapia, além de estimular a participação nas atividades diárias em casa e na escola”, pontuou.
Com a utilização de atividades de fisioterapia com foco nas habilidades motoras, é possível também estimular o processo de integração sensorial, ou seja, a capacidade do cérebro de processar e interpretar informações sensoriais relativas ao ambiente. Ao pular corda, jogar uma bola ou pedalar, diferentes sentidos são ativados em busca das respostas motoras adequadas.
Quanto à interação social, as sessões de fisioterapia abrem oportunidades para a realização de atividades em grupo, que envolvam comunicação e cooperação.
“É importante salientar que o diagnóstico correto e a intervenção precoce podem fazer toda diferença na vida dessa criança. O desenvolvimento das habilidades motoras não só permite a realização de atividades rotineiras, como contribui para um maior senso de independência e autoestima, possibilitando assim maior socialização e qualidade de vida”, concluiu.
Responsável Técnica: Dra Suzana Lyra (CRP03/9748), Neuropsicóloga.