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No STF, delegado diz que DH parou de investigar irmãos Brazão como mandantes da morte de Marielle por não encontrar vínculo entre eles e executores


Em depoimento no STF, Daniel Rosa, que apurou o assassinato da vereadora por um ano falou que Cristiano Girão tinha interesse na morte da vereadora do PSOL, mas não indiciou o miliciano por ‘falta de indícios fortes’. Delegado Daniel Rosa, ex-titular da Delegacia dos Homicídios, entre 2019 e 2020
Reprodução
Entre 2019 e 2020, a Delegacia de Homicídios, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, investigou os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão como suspeitos por mandar matar a vereadora Marielle Franco, em 14 de março de 2018.
Em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (9), o delegado Daniel Rosa, então titular na pasta, disse que essa linha de investigação foi abandonada e, na época, a apuração se voltou contra o ex-vereador Cristiano Girão, apontado como miliciano da comunidade de Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio. Depois, essa linha também acabou sendo abandonada.
“Havia a linha de investigação de que o crime seria uma vingança contra o ex-deputado Marcelo Freixo e patrocinada por lideranças do PMDB (atual MDB). Nós acreditávamos na possível vingança desses políticos contra Marcelo Freixo. Já sabíamos quem eram os executores. Com a falta de vínculo entre assassinos e mandantes passamos a outra linha”, disse o delegado.
Girão foi preso após a CPI das Milícias presidida pelo deputado estadual Marcelo Freixo. Marielle Franco era assessora do parlamentar.
De acordo com Daniel Rosa, o ex-vereador passou a ser foco porque a DH achou suspeito que Girão tenha vindo de São Paulo, ficado ao lado de um amigo por horas em uma churrascaria, na noite em que Marielle Franco e Anderson Gomes foram mortos. Depois do crime, Cristiano Girão deixou o Rio.
“Ele tentou construir um álibi. Por isso, permaneceu tanto tempo na churrascaria”, explicou Daniel Rosa.
Cristiano Girão perdeu o mandato na Câmara de Vereadores do Rio, após decisão de mesa diretora
Reprodução/ TV Globo
Na mesma noite em que Marielle foi morta, um homem identificado como Marcelo Diotti foi assassinado na saída de um restaurante na Barra da Tijuca. Marcelo Diotti da Mata era marido de Samantha Miranda, que foi casada com o ex-vereador Cristiano Girão, apontado como chefe da milícia da comunidade Gardênia Azul. Investigações apontam que os autores do crime foram os integrantes do Escritório do Crime e não Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle.
Para o delegado, a relação de Diotti com a ex-mulher de Girão não foi motivo para o crime, mas sim uma guerra entre contraventores: “Esse interesse de Girão não foi confirmado”, explicou.
Apesar dessa mudança de linha, o delegado explicou que não indiciou Cristiano Girão pelo crime por não ter “indícios fortes” contra o ex-vereador.
“Para se relatar deve haver indícios fortes. Quando saí não tinha indícios capazes para isso. Era uma linha em aberto e não foi concluída por falta de tempo”, justificou.
A atuação da Polícia Civil no caso Marielle é investigada pela Polícia Federal. Ao STF, a PF disse que imagens que poderiam levar a assassinos foram ignoradas, de propósito.
Giniton Lage, ex-titular da DF, e o ex-comissário Marco Antônio de Barros Pinto, o Marquinhos, estão afastados de suas funções como policiais civis enquanto durarem as investigações. Ex-chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa está preso na Penitenciária Federal de Brasília. Ele foi apontado pela PF como mentor do crime.

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