Em abril, Wander Vieira relatou à polícia que pulou de um carro em movimento para fugir de bandidos. Secretário de Segurança Pública e Cidadania de Campos do Jordão admite ter mentido sobre sequestro e tentativa de assalto.
Reprodução/Redes Sociais
O secretário de Segurança Pública e Cidadania, Wander Firmino Vieira, admitiu nesta quarta-feira (3), que mentiu sobre o sequestro e tentativa de assalto que afirmou ter sido vítima em abril na cidade de Campos do Jordão (SP).
Na época, Wander relatou para a polícia que foi rendido por bandidos dentro de casa, colocado em um carro com mais dois criminosos, que lhe pediam dinheiro. Ainda segundo o secretário, em um momento de distração, o secretário pulou de um veículo em movimento para fugir da quadrilha.
Nesta quarta-feira, Wander publicou uma nota de esclarecimento (veja nota completa abaixo) desmentido o crime que narrou ser vítima. Na nota, ele justificou que no dia teve um surto, pois estava usando medicações controlados, acabou ingerindo álcool e estava passando por problemas de relacionamento.
“No dia dos fatos, sob efeito de excessiva medicação controlada, somada ao uso de álcool (uma taça de vinho), em razão de uma grave crise em meu relacionamento amoroso, entrei em surto, e, publicamente relatei uma situação que, agora, entendo não ter acontecido”, disse Wander.
Ainda segundo o secretário, ele comunicou para a polícia e órgãos competentes o erro e disse estar disposto a pagar judicialmente por isso.
“Não busco desculpas, nem relevar os defeitos que possuo como ser humano, mas admito que errei, tendo comunicado de imediato as autoridades responsáveis a dimensão desta minha atitude e suas possíveis consequências. Adianto que se tiver de responder administrativa ou judicialmente pelos efeitos dos comportamentos mencionadas, assim o farei”, afirmou Wander na nota.
O g1 procurou a Polícia Civil e a prefeitura de Campos do Jordão para comentar o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Secretário Wander Vieira, de Campos do Jordão.
Reprodução/WhatsApp
Relembre o caso
O secretário de Segurança Pública e Cidadania, Wander Firmino Vieira, informou que foi vítima de assalto no dia 7 de abril em Campos do Jordão (SP). No registro da ocorrência, o secretário relatou aos policiais que ouviu um barulho de seu cachorro e, ao sair para checar, foi rendido por um suspeito e levado para rua. Ele foi colocado em um carro, onde estavam mais dois criminosos.
Wander disse à Polícia Civil que foi ameaçado pelos criminosos, que lhe pediam dinheiro. Em um momento de distração, o secretário pulou do veículo em movimento e ficou com escoriações no rosto, braços, pescoço e perna.
Depois de pular do veículo, o secretário pediu ajuda a um funcionário do DER, que o levou para casa. Mais tarde, Wander procurou a delegacia para relatar o crime. Segundo ele, os criminosos roubaram sua carteira com cartões de crédito, celular e dinheiro.
Nota de esclarecimento de Wander na íntegra
Neste momento, torna-se necessário levar ao público em geral, este esclarecimento quanto aos fatos em que me envolvi, e que foram, e estão sendo objeto de especulação coletiva, insidiosa, continua, com o claro objetivo de me atingir como cidadão e pessoa pública.
Evidente que há no íntimo das pessoas que se apropriaram das notícias, a que dei causa, por exclusiva imprudência minha, um furor de vingança e rancor, que não ouso buscar entender.
Com efeito, no dia dos fatos, sob efeito de excessiva medicação controlada, somada ao uso de álcool (uma taça de vinho), em razão de uma grave crise em meu relacionamento amoroso, entrei em surto, e, publicamente relatei uma situação que, agora, entendo não ter acontecido.
Não busco desculpas, nem relevar os defeitos que possuo como ser humano, mas admito que errei, tendo comunicado de imediato as autoridades responsáveis a dimensão desta minha atitude e suas possíveis consequências. Ainda assim, observo que tenho sido vítima de intensa e ácida campanha difamatória, seja nas redes sociais, na mídia, e em outros meios de informação.
Acredito que as pessoas, de uma forma geral, têm o direito de saber o que de fato aconteceu, para que possam avaliar em seu íntimo o que venho sentindo. Reafirmo, não houve sequestro, embora, em minha condição perturbada, tenha assim me posicionado. Errei, repito, e venho me penitenciar pelo comportamento que adotei.
Tudo o que vier a público, numa ordenada ação para destruir minha reputação, nada trará de novo em relação aos fatos que já noticiei, apenas servira para demonstrar o ódio incompreensível que move meus detratores.
Adianto que se tiver de responder administrativa ou judicialmente pelos efeitos dos comportamentos mencionadas, assim o farei, com a tranquilidade necessária a quem deseja permanecer em paz. Minha vida pública será meu testemunho, e a paz jamais me será subtraída, apesar da sanha incontida de meus algozes, que, suponho, nunca erraram na vida.
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Secretário de Segurança Pública e Cidadania de Campos do Jordão admite ter mentido sobre sequestro e tentativa de assalto
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