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Entenda quais os riscos de uma possível crise biológica no Sudão


Representante da ONU no país alertou para possíveis riscos à saúde dos habitantes em meio a conflitos entre o governo e o grupo armado RSF. Um membro da equipe trabalha no Laboratório Nacional de Saúde Pública em Cartum, Sudão
Laboratório Nacional de Saúde Pública do Sudão/via REUTERS
Há uma “chance alta de risco biológico” na capital do Sudão, Cartum, depois que uma das partes em conflito apreendeu um laboratório contendo patógenos de sarampo e cólera e outros materiais perigosos, disse a Organização Mundial da Saúde nesta terça-feira (25).
Falando a repórteres em Genebra via link de vídeo do Sudão, o representante da OMS no país, Nima Saeed Abid, disse que os técnicos não conseguiram acesso ao Laboratório Nacional de Saúde Pública para garantir os materiais necessários para o tratamento de civis.
“Esta é a principal preocupação: não há acessibilidade para os técnicos de laboratório irem ao laboratório e conterem com segurança o material biológico e as substâncias disponíveis”, disse ele, recusando-se a especificar qual lado do conflito se apoderou da instalação.
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Em 15 de abril, forças do governo entraram em combate com um exército paramilitar autodenominado RSF (Forças de Apoio Rápido). Mais de 5 mil pessoas já foram feridas no confronto e cerca de 500 morreram.
O representante da ONU, porém, disse que isso era uma contagem insuficiente, acrescentando que ele mesmo havia visto dois corpos na rua nos últimos dias.
O que aconteceu?
Um membro da equipe trabalha no Laboratório Nacional de Saúde Pública em Cartum, Sudão
Laboratório Nacional de Saúde Pública do Sudão/via REUTERS
Os confrontos paralisaram hospitais e outros serviços essenciais e deixaram muitos presos em suas casas com suprimentos cada vez menores de comida e água. A OMS relatou 14 ataques a instalações de saúde desde o início dos confrontos e está realocando sua equipe para um local seguro.
O escritório humanitário das Nações Unidas (OCHA) foi forçado a reduzir algumas de suas atividades em partes do Sudão devido aos intensos combates.
Pelo menos cinco trabalhadores humanitários foram mortos desde o início dos combates e as duas agências da ONU que perderam funcionários, a Organização Internacional para Migração e o Programa Alimentar Mundial, suspenderam suas atividades.
Quais os riscos?
Civis tentam deixar Cartum em meio a conflito entre duas forças rivais, comandadas por generais do Sudão.
REUTERS – EL TAYEB SIDDIG
Com a falta de acesso aos remédios e aos reagentes necessários para novas vacinas, um dos maiores riscos é que o país entre em uma epidemia.
Com o aumento do número de casos, a falta de suprimentos básicos e o fechamento de diversos hospitais, o nível de contágio sobe e as pessoas ficam mais suscetíveis a uma contaminação por diversas doenças, desde a Cólera e o Sarampo ou até mesmo o afloramento de um novo vírus.
O Sudão é o terceiro maior país africano em território, ele faz fronteira com outras 7 nações e está localizado a nordeste do continente, acima do chifre.
Um problema humanitário ou de saúde no país poderia facilmente se espalhar pela região, tornando a preocupação sanitária ainda maior.

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