Quem são moradores do DF que podem se tornar réus por atos golpistas de 8 de janeiro

Médico, nutricionista e empreendedores estão na lista. STF analisa denúncias da PGR para tornar réus 100 denunciados por depredar sedes dos três poderes. Bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso Nacional
REUTERS
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou nesta terça-feira (18) para tornar réus denunciados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro que depredaram a sede do STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Moraes é o relator do caso na Corte.
Depois do voto de Moraes, os ministros Dias Toffoli e Edson Fachin acompanharam o relator. Os outros sete ministros têm até o dia 24 deste mês para inserirem seus votos no sistema eletrônico da Corte.
As denúncias foram oferecidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em dois inquéritos abertos para identificar os autores intelectuais, incitadores e executores dos crimes. Esses 100 denunciados estão presos.
Veja quem são moradores da capital que constam na primeira lista analisada pelo STF:
Ana Flavia de Souza Monteiro Rosa
Ana Flavia é microempreendora individual desde 2021. O g1 não encontrou registros nas redes sociais. De acordo com o Portal da Transparência do governo federal, ela foi beneficiária do auxílio emergencial e do auxílio Brasil. Do primeiro benefício, foram 15 parcelas, somando R$ 5,2 mil.
Já no auxílio Brasil, Ana Flavia teria recebido R$ 3,4 mil, entre 2021 e este ano. Neste período, segundo o portal, a empreendedora morou também em Buritis, Minas Gerais. Além disso, entre 2018 e 2021, ela recebeu R$ 9,4 mil de Bolsa Família. A reportagem tenta contato com a defesa de Ana Flavia.
Alisson Adan Augusto Morbeck
Alisson Morbeck
Facebook/Reprodução
Alisson é microempreendor individual e tem uma empresa de informática na capital, desde 2016. Em suas redes sociais, um dia após a eleição do presidente Lula (PT), ele afirmou que “a última vez que o inferno festejou assim, durou apenas 3 dias.”
Entre abril de 2020 e outubro de 2021, Alisson recebeu auxílio emergencial. As 16 parcelas variaram entre R$ 150 e R$ 600, somando o valor de R$ 5,1 mil. O g1 tenta contato com a defesa de Alisson Morbeck.
Felipe Feres Nassau
Felipe Nassau
Facebook/Reprodução
Felipe Nassau é nutricionista e tem um consultório na Asa Norte, área central de Brasília. Em uma rede social, ele acumula mais de 79 mil seguidores, compartilhando informações sobre alimentação. No entanto, Felipe não atualiza o perfil desde 6 de janeiro deste ano. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do nutricionista.
Frederico Rosário Fusco Pessoa de Oliveira
De acordo com o Portal da Transparência do governo do DF, Frederico é médico da Secretaria de Saúde da capital desde 1989. Atualmente, o salário bruto do investigado, que atua como médico clínico, é R$ 28.341,98. Não há registros de Frederico em redes sociais.
O g1 questionou a Secretaria de Saúde sobre possível desligamento do servidor da pasta e se ele está recebendo salário desde a prisão, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria. A reportagem também tenta contato com a defesa de Frederico.
LEIA TAMBÉM:
LESA PÁTRIA: PF prende mais 13 suspeitos de participar dos atos golpistas e busca três foragidos
DECISÃO: Moraes vota para tornar réus 100 denunciados por atos golpistas de 8 de janeiro
Denúncias
Caso o voto de Moraes prevaleça, os denunciados se tornarão réus e responderão por crimes como:
associação criminosa armada;
abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
golpe de Estado;
dano qualificado pela violência e grave ameaça com emprego de substância inflamável contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e
deterioração de patrimônio tombado.
Esse é o julgamento do STF com o maior número de denúncias analisadas simultaneamente pelos ministros.
Com a ação penal aberta, novas provas serão reunidas, como a tomada de depoimentos de testemunhas de defesa e de acusação, além dos interrogatórios dos réus. Não há prazo para a conclusão dos julgamentos.
Os advogados defendem a rejeição das denúncias sob argumento de que a Procuradoria não conseguiu individualizar as condutas dos acusados nos atos golpistas.
Ao todo, a PGR já denunciou 1.390 pessoas por atos antidemocráticos, sendo 239 no núcleo dos executores, 1.150 no núcleo dos incitadores e uma pessoa no núcleo que investiga suposta omissão de agentes públicos.
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.