{"id":703937,"date":"2025-04-02T13:31:28","date_gmt":"2025-04-02T16:31:28","guid":{"rendered":"http:\/\/agencia3.jornalfloripa.com.br\/agencia3\/703937"},"modified":"2025-04-02T13:31:28","modified_gmt":"2025-04-02T16:31:28","slug":"a-programacao-dos-festivais-de-musica-esta-ruim-ou-nos-e-que-envelhecemos","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia3.jornalfloripa.com.br\/agencia3\/703937","title":{"rendered":"A programa\u00e7\u00e3o dos festivais de m\u00fasica est\u00e1 ruim ou n\u00f3s \u00e9 que envelhecemos?"},"content":{"rendered":"

Eventos ‘perderam’ os 30+ nos \u00faltimos anos, e agora vivem dilema tentando traz\u00ea-los de volta, ao mesmo tempo em que agradam os novinhos. Line-up mais plural pode ajudar; leia an\u00e1lise. Olivia Rodrigo no Lollapalooza 2025
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/Globo
\nA cada grande festival de m\u00fasica no Brasil, \u00e9 comum se deparar com cr\u00edticas \u00e0 escolha das atra\u00e7\u00f5es ou coment\u00e1rios do tipo: “n\u00e3o conhe\u00e7o nem um ter\u00e7o desses artistas”. Mas, em meio a eventos lotados, cabe a autocr\u00edtica: ser\u00e1 que a programa\u00e7\u00e3o est\u00e1 ruim ou n\u00f3s \u00e9 que envelhecemos?
\nA edi\u00e7\u00e3o de 2025 do Lollapalooza, que terminou neste domingo (30) em S\u00e3o Paulo, mostra que n\u00e3o \u00e9 t\u00e3o simples responder a essa pergunta.
\nSim, o festival teve falhas na programa\u00e7\u00e3o, a menos diversa — e uma das mais criticadas — dos \u00faltimos anos. Por outro lado, algumas apresenta\u00e7\u00f5es, como a da popstar americana Olivia Rodrigo, reuniram um p\u00fablico muito mais engajado do que a m\u00e9dia, uma evid\u00eancia clara do embate geracional que tamb\u00e9m ronda esse tipo de evento.
\nOs melhores e os piores shows do Lollapalooza 2025… Os destaques e as decep\u00e7\u00f5es do festival
\n\u00c9 fato que o p\u00fablico dos festivais est\u00e1 mais jovem. Uma heran\u00e7a da pandemia de coronav\u00edrus, o receio de multid\u00f5es contribuiu para afastar os millennials (nascidos entre os anos 1980 e a primeira metade de 90) dos grandes eventos de m\u00fasica, a partir da retomada dos shows em 2022.
\nO problema \u00e9 que, entre os mais velhos, o poder aquisitivo \u00e9 maior: h\u00e1 mais pessoas que podem pagar os ingressos de at\u00e9 R$ 1.050 por dia, sem precisar contar com a boa vontade dos pais. Nesse contexto, os festivais vivem um dilema: tentam traz\u00ea-los de volta — a escala\u00e7\u00e3o de Alanis Morissette e Justin Timberlake para o Lollapalooza 2025 faz parte desse esfor\u00e7o –, ao mesmo tempo em que precisam priorizar os novinhos.
\nNo Lolla que acabou neste domingo, o resultado foi uma programa\u00e7\u00e3o dominada por nomes t\u00e3o amados por adolescentes quanto ignorados pelos pais deles. No dia mais lotado da edi\u00e7\u00e3o, Olivia Rodrigo, de 22 anos, emocionou f\u00e3s e comprovou o status de \u00eddolo jovem, mesmo perdendo o f\u00f4lego e a voz em m\u00fasicas mais agitadas no palco.
\nPara um grupo da mesma faixa et\u00e1ria, menor, mas tamb\u00e9m empolgado, a cantora norueguesa de indie pop Girl in Red, 26, protagonizou um dos momentos mais emblem\u00e1ticos da edi\u00e7\u00e3o, cantando sobre amor entre mulheres diante de um belo arco-\u00edris no Aut\u00f3dromo de Interlagos.
\n‘One-hit-wonders’
\nOutros artistas, escolhidos a dedo para atrair os mais jovens, n\u00e3o tiveram a mesma sorte. Donos de hits virais do TikTok e Instagram, Benson Boone, Tate McRae e Nessa Barrett fizeram apresenta\u00e7\u00f5es fr\u00e1geis, mais focadas em piruetas e coreografias do que na m\u00fasica em si. Tamb\u00e9m n\u00e3o ajuda o fato de boa parte do p\u00fablico s\u00f3 conhecer uma faixa desses artistas: a que faz sucesso na internet. A plateia fica dispersa no restante do setlist.
\nBenson Boone se apresenta no Lollapalooza 2025
\nTomz\u00e9 Fonseca\/Agnews
\nLolla ‘best of TikTok’: Edi\u00e7\u00e3o de 2025 foi marcada por atra\u00e7\u00f5es nem t\u00e3o conhecidas, mas com hits virais
\nEm entrevista ao g1 antes do evento, o diretor art\u00edstico do Lollapalooza, Marcelo Beraldo, contou que a organiza\u00e7\u00e3o avalia se uma atra\u00e7\u00e3o \u00e9 “one-hit-wonder” antes de inclui-la na programa\u00e7\u00e3o. \u201cEm geral, para chegar no Lolla, o cara j\u00e1 rodou uma ou duas turn\u00eas completas. N\u00e3o tem marinheiro de primeira viagem, s\u00e3o shows que j\u00e1 est\u00e3o indo bem l\u00e1 fora”, disse.
\nNovidades da m\u00fasica, que ainda tentam se firmar, s\u00e3o muito bem-vindas em festivais. Mas, al\u00e9m do desempenho dos shows, \u00e9 preciso considerar se o artista j\u00e1 tem uma base consolidada de f\u00e3s: pessoas dispostas a guardar o celular e prestar aten\u00e7\u00e3o no que est\u00e1 acontecendo no palco, mesmo quando ele n\u00e3o est\u00e1 cantando um hit. Uma plateia dedicada tamb\u00e9m faz um bom festival.
\nMC Cabelinho se apresenta no Rock in Rio 2024
\nMiguel Folco\/g1
\nUm exemplo positivo aconteceu no Rock in Rio de 2024, que se abriu para o trap, um fen\u00f4meno de popularidade na gera\u00e7\u00e3o Z (dos nascidos a partir de 1995). Gra\u00e7as a ele, o festival teve um primeiro dia arrebatador no ano passado, lotado de jovens com energia para pular do in\u00edcio ao fim dos shows.
\nEsse \u00e9 tamb\u00e9m um dos efeitos de uma programa\u00e7\u00e3o mais plural. No Lolla, o line-up de 2025 foi muito focado em pop, rock e eletr\u00f4nico. Estilos de origem perif\u00e9rica, como o rap e o funk, tiveram poucos representantes, e a falta de diversidade nos palcos refletiu em um p\u00fablico tamb\u00e9m menos diverso.
\nN\u00e3o por acaso, duas das melhores apresenta\u00e7\u00f5es foram de artistas que fugiram do padr\u00e3o desta edi\u00e7\u00e3o: Michael Kiwanuka (soul) e Ca7riel & Paco Amoroso (pop latino) fizeram performances focadas na m\u00fasica, que atra\u00edram curiosos de todas as idades. O tipo de resposta do p\u00fablico que se espera em um festival, e que pode ajudar a pensar novos caminhos para o ano que vem. <\/p>\n

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