
Apesar de hist\u00f3ria gen\u00e9rica, continua\u00e7\u00e3o do cl\u00e1ssico dos anos 1980 justifica bem aventura com pilotos de ca\u00e7a na era de drones n\u00e3o tripulados. Filme estreia em 26 de maio no Brasil. A essa altura do campeonato, filmes de Tom Cruise j\u00e1 s\u00e3o um g\u00eanero em si. “Top Gun: Maverick”, continua\u00e7\u00e3o do cl\u00e1ssico dos anos 1980 sobre pilotos de ca\u00e7a, voa alto \u2013 no limite do exagero nost\u00e1lgico \u2013 e justifica de forma surpreendente uma nova hist\u00f3ria que nem faz mais tanto sentido em uma era de drones n\u00e3o tripulados.
\nDesde o come\u00e7o, Tom Cruise desfila todas as caracter\u00edsticas mais conhecidas, como o protagonista rebelde, sempre \u00e0s turras com l\u00edderes ultrapassados, e cenas de a\u00e7\u00e3o que demonstram todo o seu preparo f\u00edsico \u2013 por mais que ambas fiquem cada vez mais cansativas (entenda como quiser) com o avan\u00e7o da idade do ator de 59 anos.
\nEsta cr\u00edtica foi originalmente publicada em maio de 2022
\nTrailer de ‘Top gun: Maverick’
\nE, como n\u00e3o poderia deixar de ser, “Maverick” reproduz o enredo militar gen\u00e9rico \u2013 com novos inimigos n\u00e3o identificados, se \u00e9 que d\u00e1 para acreditar \u2013 presente no original.
\nNo fim, com uma miss\u00e3o imposs\u00edvel (com o perd\u00e3o do trocadilho) que mais lembra um objetivo tirado direto de um game, fica claro que a inten\u00e7\u00e3o \u00e9 mesmo dar mais uma desculpa para Cruise pilotar um ca\u00e7a e realizar suas perip\u00e9cias. E est\u00e1 tudo bem.
\nPorque, de certa forma, tudo se encaixa, e o que deveria dar muito errado \u2013 no caso, a sequ\u00eancia 36 anos depois de um filme que j\u00e1 tinha um fiapo de roteiro para come\u00e7ar \u2013 funciona e ganha o p\u00fablico exatamente enquanto \u00e9 subestimado.
\nTom Cruise em cena de ‘Top Gun: Maverick’
\nDivulga\u00e7\u00e3o
\nMiss\u00e3o Maverick
\nEm “Maverick”, Cruise retorna ao papel que o al\u00e7ou ao status de estrela mundial como o piloto de ca\u00e7a americano que, mesmo ap\u00f3s 30 anos de servi\u00e7o, ainda se recusa a seguir regras.
\nEm mais uma tentativa de fazer o intr\u00e9pido protagonista utilizar seus dons de maneira positiva, a Marinha o coloca mais uma vez no programa de treinamento de elite que d\u00e1 o primeiro nome do filme.
\nDesta vez como instrutor de um novo grupo de rebeldes, loucos e destemidos \u2013 enfim, a elite da elite \u2013, ele deve ajud\u00e1-los a cumprir uma miss\u00e3o da qual dificilmente voltar\u00e3o vivos.
\nBashir Salahuddin, Miles Teller, Monica Barbaro, e Lewis Pulman em cena de ‘Top Gun: Maverick’
\nDivulga\u00e7\u00e3o
\nSe parece gen\u00e9rico e previs\u00edvel \u00e9 porque realmente o \u00e9. Mas antes que o primeiro descrente vire os olhos, a simplicidade do roteiro por Christopher McQuarrie (diretor e escritor dos \u00faltimos dois “Miss\u00e3o Imposs\u00edvel”) com outros dois parceiros se mostra uma armadilha.
\nSem a preocupa\u00e7\u00e3o com complexidades pessoais, intelectuais ou at\u00e9 geopol\u00edticas, o enredo serve como a plataforma perfeita para o carisma ineg\u00e1vel \u2013 ame-o ou odeie-o \u2013 de Cruise e a nostalgia descarada que a continua\u00e7\u00e3o almeja provocar.
\nNostalgia e Val Kilmer
\nDesde a abertura, quando os primeiros acordes de uma das muitas m\u00fasicas marcantes da trilha sonora do original tocam gritando anos 1980, “Maverick” n\u00e3o esconde que quer vencer pelas lembran\u00e7as do primeiro filme.
\nDesde as corridas apaixonadas ao p\u00f4r-do-sol com a mocinha (Jennifer Connelly assume com alguma dignidade o cargo) na garupa da moto de Maverick at\u00e9 o esporte n\u00e3o convencionalmente jogado na praia (dessa vez, futebol americano) e a emocionante participa\u00e7\u00e3o de Val Kilmer (o eterno Iceman, que passou por um longo tratamento contra um c\u00e2ncer na garganta nos \u00faltimos anos), tudo quer fazer o p\u00fablico pensar “sim, eu lembro disso. E foi muito legal”.
\nSobra at\u00e9 para Miles Teller (“Whiplash”), que assume o papel de Rooster, filho de Goose, parceiro e melhor amigo do protagonista, morto no original. A cena em que ele repete a cantoria do pai ao piano tocando “Great balls of fire”, de Jerry Lee Lewis, \u00e9 piegas e at\u00e9 for\u00e7ada e n\u00e3o deveria funcionar. Mas funciona.
\nMonica Barbaro, Miles Teller, Lewis Pullman e Jay Ellis em cena de ‘Top Gun: Maverick’
\nDivulga\u00e7\u00e3o
\nCruise pelos ares
\nDepois das previstas reviravoltas capengas da trama e de algumas tentativas fracassadas de dar alguma profundidade emocional aos personagens, a miss\u00e3o finalmente chega.
\nO primeiro “Top Gun” j\u00e1 tinha conquistado grande parte do p\u00fablico com cenas de combate a\u00e9reo inacredit\u00e1veis para a \u00e9poca.
\nA continua\u00e7\u00e3o, mesmo competindo com espet\u00e1culos computadorizados que colocam super her\u00f3is se estapeando no espa\u00e7o, consegue repetir o fasc\u00ednio do antecessor \u2013 e talvez at\u00e9 v\u00e1 al\u00e9m.
\nTom Cruise em cena de ‘Top Gun: Maverick’
\nDivulga\u00e7\u00e3o
\nSuperados alguns absurdos question\u00e1veis do roteiro, a grande batalha oferece algumas das melhores cenas de a\u00e7\u00e3o dos \u00faltimos anos e a cena final n\u00e3o poderia ser mais apropriada a um filme como este.
\n\u00c9 previs\u00edvel toda vida. Desde o momento em que o ca\u00e7a de Cruise deixa o ch\u00e3o, qualquer um no p\u00fablico que tenha o menor conhecimento sobre o g\u00eanero sabe sem d\u00favidas o que vai acontecer. Mas \u00e9 t\u00e3o bonito, visualmente e tecnicamente, que daria um quadro.
\nFica o parab\u00e9ns ao diretor Joseph Kosinski (que trabalhou com o astro em “Oblivion”) e, principalmente, a Cruise.
\nMaverick, seu desgra\u00e7ado, voc\u00ea conseguiu novamente.<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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