Volume total de chuvas em mar\u00e7o deste ano foi de 68,9 mil\u00edmetros (mm). M\u00e9dia hist\u00f3rica para este per\u00edodo do ano \u00e9 de 140,9 mm. Cen\u00e1rio de estiagem comprometeu produ\u00e7\u00e3o, principalmente a de cana-de-a\u00e7\u00facar. Safra de cana-de-a\u00e7\u00facar pode perder produtividade onda de calor e falta de chuvas se prolongarem, afirma o vice-presidente da Coplacana de Piracicaba
\nClaudia Assencio\/g1
\nDos 31 dias de mar\u00e7o, apenas seis tiveram chuvas neste ano em Piracicaba (SP). A cidade teve o m\u00eas de mar\u00e7o mais seco dos \u00faltimos dez anos em 2025, de acordo com medi\u00e7\u00e3o do Posto Meteorol\u00f3gico “Jesus Marden do Santos” da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (LEB-Esalq), o campus da USP na regi\u00e3o.
\n\ud83c\udf27\ufe0fO volume total de chuvas em mar\u00e7o deste ano foi de 68,9 mil\u00edmetros (mm). A m\u00e9dia hist\u00f3rica para este per\u00edodo do ano \u00e9 de 140,9 mm. O cen\u00e1rio de estiagem e altas temperaturas comprometeu as lavouras da regi\u00e3o, principalmente a de cana-de-a\u00e7\u00facar.
\n\ud83c\udf21\ufe0fO professor e pesquisador da Esalq afirma que a tend\u00eancia de registrar temperaturas mais altas a cada novo ano \u00e9 resultado das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, impulsionadas pelo uso de combust\u00edveis f\u00f3sseis. \ud83d\udcddEntenda panorama, a seguir, na reportagem.
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\n\ud83d\udccaVeja os volumes de chuvas registrados em mar\u00e7o na \u00faltima d\u00e9cada, desde 2015, abaixo, na tabela. Neste ano, dos 31 dias do m\u00eas, apenas seis tiveram registro de precipita\u00e7\u00e3o no Posto da Esalq, as somas di\u00e1rias n\u00e3o alcan\u00e7avam 15 mil\u00edmetros em sua maioria.
\n\ud83c\udf31Plantio e colheita comprometidos: O vice-presidente da Coplacana em Piracicaba e regi\u00e3o, Arnaldo Ant\u00f4nio Bortoletto, afirmou em entrevista ao g1, nesta ter\u00e7a-feira (1\u00ba), que a estiagem em mar\u00e7o impactou significativamente a produ\u00e7\u00e3o de cana-de-a\u00e7\u00facar.
\n“Tradicionalmente, os meses de janeiro a mar\u00e7o s\u00e3o importantes para o desenvolvimento da planta, pois a combina\u00e7\u00e3o de sol, chuva e clima favor\u00e1vel impulsiona seu crescimento m\u00e1ximo. A escassez de chuvas em mar\u00e7o prejudicou tanto o preparo de solo para plantio da cana de 18 meses quanto a colheita da cana madura”, observou.
\nBortoletto ressalta que a \u00e1gua \u00e9 fundamental para que as ra\u00edzes absorvam os nutrientes do solo de forma eficiente.
\n“Sem umidade adequada, a absor\u00e7\u00e3o \u00e9 dificultada, comprometendo o desenvolvimento da planta. Diante desse cen\u00e1rio, a irriga\u00e7\u00e3o se torna um investimento estrat\u00e9gico para o agricultor, sendo, inclusive, uma aliada no caso da cana-de-a\u00e7\u00facar. Produtores que adotam esse sistema podem mitigar os efeitos da seca e garantir uma produ\u00e7\u00e3o mais est\u00e1vel e produtiva”, salienta.
\nA produtora rural Camila Rodrigues de Oliveira tamb\u00e9m relatou os impactos da estiagem nas lavouras da regi\u00e3o. Ela produz cana-de-a\u00e7\u00facar, banana e tamb\u00e9m \u00e9 pecuarista em Tiet\u00ea (SP), no interior de S\u00e3o Paulo.
\n“[…] Essa falta de chuva impactou muito o cultivo da banana, muitos p\u00e9s ca\u00edram por muito peso, consequ\u00eancias da falta de chuva. [Houve tamb\u00e9m atraso da planta\u00e7\u00e3o da cana, dificultando o maquin\u00e1rio para gradear e subsolar a terra. A terra est\u00e1 bem seca. Al\u00e9m das lavouras, a seca tamb\u00e9m castiga os pastos”, descreveu.
\nSem chuvas, Rio Piracicaba tem vaz\u00e3o 70% menor que m\u00e9dia hist\u00f3rica de mar\u00e7o, aponta PCJ. N\u00edvel tamb\u00e9m fica abaixo da m\u00e9dia para mar\u00e7o e manancial tem pedras aparentes no leito
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\nPer\u00edodo de chuvas
\nO per\u00edodo das chuvas para as Bacias PCJ geralmente se estende at\u00e9 final de mar\u00e7o e inicio de abril.
\n“Apesar da constata\u00e7\u00e3o de vaz\u00e3o dos rios em geral abaixo da m\u00e9dia, para os principais pontos de monitoramento das Bacia PCJ, os registros de vaz\u00e3o dos rios ainda est\u00e3o acima dos limites de vaz\u00e3o considerados cr\u00edticos para abastecimento. Assim sendo, nesse per\u00edodo a tend\u00eancia \u00e9 de recupera\u00e7\u00e3o e manuten\u00e7\u00e3o dos volumes e n\u00edveis de reservat\u00f3rios, com menor incid\u00eancia de problemas relacionados ao abastecimento”, aponta o setor t\u00e9cnico.
\n“Mesmo o cen\u00e1rio n\u00e3o sendo t\u00e3o cr\u00edtico, obviamente o registro de temperaturas mais elevadas e tempo seco acarretam maior consumo de \u00e1gua pela popula\u00e7\u00e3o, fato que evidencia a necessidade da conscientiza\u00e7\u00e3o para o uso racional da \u00e1gua”, conclui.
\nTemperaturas acima da m\u00e9dia \ud83c\udf21\ufe0f
\nEm meio \u00e0 onda de calor, Piracicaba (SP) inicia mar\u00e7o de 2025 com temperaturas m\u00e9dias de 26,9\u00baC, dois graus e meio acima da m\u00e9dia hist\u00f3rica para este per\u00edodo do ano, conforme apontam as medi\u00e7\u00f5es do Posto da Esalq. A temperatura m\u00e9dia prevista para o m\u00eas \u00e9 de 24,3\u00baC.
\nCom 33,8 \u00baC, Piracicaba (SP) registrou a terceira maior temperatura m\u00e1xima do in\u00edcio de mar\u00e7o desde 1917, quando come\u00e7aram as medi\u00e7\u00f5es no posto da Esalq.
\n\ud83c\udf21\ufe0fO munic\u00edpio registrou, em m\u00e9dia, temperaturas m\u00e1ximas de 33,8\u00baC e m\u00ednimas de 20,3\u00baC no balan\u00e7o feito pelo Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq\/USP) entre os dias 1 e 5 de mar\u00e7o de 2025.
\n\u26a0\ufe0fNesta sexta-feira (7), as m\u00ednimas ficam na casa dos 20\u00baC e as m\u00e1ximas podem atingir os 36\u00baC na cidade. O \u00edndice de umidade m\u00ednima relativa do ar fica em 20%, menor do que o ideal para a sa\u00fade humana.
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\nFevereiro mais quente em 108 anos \u2600\ufe0f
\n\ud83c\udf21\ufe0fFevereiro de 2025 foi o m\u00eas mais quente em Piracicaba em 108 anos, segundo o Leb da Esalq.O m\u00eas teve m\u00e9dia de temperatura de 32,5\u00b0C. \u00c9 a primeira vez que o munic\u00edpio atingiu essa marca desde 1917, quando a esta\u00e7\u00e3o meteorol\u00f3gica situada no campus da USP de Piracicaba come\u00e7ou a registrar as temperaturas.
\nA m\u00e9dia hist\u00f3rica para fevereiro \u00e9 de 30,5\u00baC levando em considera\u00e7\u00e3o todas as medi\u00e7\u00f5es desde 1917.
\nA metr\u00f3pole bateu os 35,2\u00ba2 e atingiu a temperatura m\u00e1xima mais elevada de 2025 na \u00faltima segunda-feira (17), de acordo com medi\u00e7\u00e3o do posto meteorol\u00f3gico.
\nM\u00e9dia de temperaturas para fevereiro (2016 – 2025)
\nMudan\u00e7a clim\u00e1tica e combust\u00edveis f\u00f3sseis
\nAo g1, o professor e pesquisador F\u00e1bio Marin, do LEB-Esalq afirma que a tend\u00eancia de registrar temperaturas mais altas a cada novo ano \u00e9 resultado das mudan\u00e7as clim\u00e1ticas, impulsionadas pelo uso de combust\u00edveis f\u00f3sseis.
\n\u201cA economia depende, majoritariamente, de carv\u00e3o e petr\u00f3leo. O consumo desses combust\u00edveis s\u00f3 aumenta anualmente. Apesar dessas discurs\u00f5es [sobre as mudan\u00e7as clim\u00e1ticas], o mundo \u00e9 \u2018viciado\u2019 em petr\u00f3leo. Ent\u00e3o, ter\u00edamos que arrumar um jeito de emitir menos CO2 [di\u00f3xido de carbono] na atmosfera. Mas isso, hoje em dia, implica em reduzir empregos e diminuir a economia, situa\u00e7\u00f5es que nem a sociedade e nem pol\u00edticos topam em encarar\u201d, afirma o pesquisador F\u00e1bio Marin.
\nProfessor F\u00e1bio Marin da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de S\u00e3o Paulo em Piracicaba
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/Boletim Tempo Campo\/Esalq
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