{"id":700697,"date":"2025-03-29T14:06:56","date_gmt":"2025-03-29T17:06:56","guid":{"rendered":"https:\/\/agencia3.jornalfloripa.com.br\/agencia3\/700697"},"modified":"2025-03-29T14:06:56","modified_gmt":"2025-03-29T17:06:56","slug":"tragedia-anunciada-casarao-no-rj-ameaca-terminar-de-desabar","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/agencia3.jornalfloripa.com.br\/agencia3\/700697","title":{"rendered":"‘Trag\u00e9dia anunciada’: casar\u00e3o no RJ amea\u00e7a terminar de desabar"},"content":{"rendered":"
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Dos tr\u00eas andares do casar\u00e3o, o terceiro e metade do segundo desabaram no come\u00e7o de mar\u00e7oArquivo pessoal <\/span><\/figcaption><\/figure>\n

Um casar\u00e3o hist\u00f3rico<\/strong> localizado no bairro da Lapa<\/strong>, Centro do Rio de Janeiro, amea\u00e7a terminar de desabar h\u00e1 mais de duas semanas. Nos \u00faltimos dias, o propriet\u00e1rio de um restaurante vizinho ao im\u00f3vel fez uma s\u00e9rie de v\u00eddeos explicando que o local j\u00e1 virou uma “trag\u00e9dia anunciada<\/strong>“, pedindo ajuda aos\u00a0\u00f3rg\u00e3os p\u00fablicos antes que o pior aconte\u00e7a.<\/p>\n

A fachada do casar\u00e3o desabou no \u00faltimo dia 8, interditando a avenida Mem de S\u00e1<\/strong>, uma das principais da regi\u00e3o central da capital fluminense. Na ocasi\u00e3o, parte do teto e das paredes do im\u00f3vel sucumbiram, deixando o restante em um risco iminente desde ent\u00e3o.<\/p>\n

Em entrevista ao Portal iG<\/strong>, Paulo Andr\u00e9 Jannuzzi Lagoeiro<\/strong>, propriet\u00e1rio do restaurante “L\u00e1 na Cria\u00e7\u00e3o Lapa”, que fica ao lado do casar\u00e3o, contou que j\u00e1 denunciou diversas vezes para a Prefeitura sobre os “sinais de colapso iminente”. O comerciante j\u00e1 havia avisado do risco de queda antes mesmo do primeiro desmoronamento, no come\u00e7o do m\u00eas.<\/p>\n

A quem pertence o im\u00f3vel?<\/h3>\n
Imagens feitas Por Paulo andr\u00e9 Jannuzzi Lagoeiro antes da primeira queda do im\u00f3velArquivo pessoal <\/span><\/figcaption><\/figure>\n

Localizado no n\u00famero 197 da Avenida Mem de S\u00e1, o sobrado \u00e9 de propriedade da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (SMCRJ)<\/strong>, fundada pelo ent\u00e3o imperador Dom Pedro I no s\u00e9culo XIX.<\/p>\n

“Pelo que eu posso perceber, \u00e9 uma associa\u00e7\u00e3o que n\u00e3o se renovou. Acho que hoje os membros s\u00e3o pessoas idosas e por algum motivo ela foi abandonando o im\u00f3vel \u2014 que por sinal era um casar\u00e3o lindo \u2014, e foi ficando abandonado j\u00e1 de muitos anos para c\u00e1”, explicou Paulo Andr\u00e9.<\/p>\n

Ele tamb\u00e9m conta que o sobrado come\u00e7ou a mostrar sinais de que iria colapsar, com a presen\u00e7a de rachaduras e \u00e1rvores crescendo sobre o telhado.\u00a0<\/p>\n

No Facebook da associa\u00e7\u00e3o, podem ser encontrados diversos coment\u00e1rios de moradores e comerciantes da regi\u00e3o da Lapa, pedindo provid\u00eancias sobre o im\u00f3vel. H\u00e1, inclusive, avisos de Paulo Andr\u00e9 sobre a possibilidade de uma trag\u00e9dia, feitos antes do dia 8 de mar\u00e7o.<\/p>\n

Invas\u00f5es de moradores em situa\u00e7\u00e3o de rua<\/h3>\n

Antes do primeiro desmoronamento, o casar\u00e3o hist\u00f3rico contava com tr\u00eas andares. De acordo com Paulo Andr\u00e9, o terceiro andar caiu inteiro, assim como metade do segundo. Por ser uma casa que, mesmo abandonada, contava com m\u00f3veis, ela se tornou alvo de furtos ap\u00f3s a queda.<\/p>\n

O comerciante contou ao iG<\/strong> que a situa\u00e7\u00e3o \u00e9 agravada pela invas\u00e3o de pessoas em situa\u00e7\u00e3o de rua, que o tempo todo entram no casar\u00e3o para furtar vigas de madeira e o que mais encontrarem.<\/p>\n

“O pessoal come\u00e7ou a entrar diretamente para pegar esses materiais e vender. Mesmo com a casa interditada, h\u00e1 um constante entra e sai de pessoas. Muitos dos materiais retirados exigem que eles batam e quebrem as paredes para remov\u00ea-los. E quem faz isso, na maioria das vezes, s\u00e3o pessoas vulner\u00e1veis, com o racioc\u00ednio comprometido pelo uso de \u00e1lcool ou drogas. Por conta dessa vulnerabilidade e necessidade, eles simplesmente ignoram a interdi\u00e7\u00e3o”, relatou o comerciante.<\/p>\n

Lagoeiro contou que j\u00e1 fizeram fogueira por duas noites dentro do local, se tornando necess\u00e1rio o acionamento dos bombeiros para apagar o fogo.<\/p>\n

“\u00c9 como enxugar gelo. Toda vez que o poder p\u00fablico interv\u00e9m \u2014 seja a pol\u00edcia, os bombeiros ou a Defesa Civil \u2014 eles resolvem o problema por alguns minutos, mas assim que viram as costas, tudo volta ao que era antes. A solu\u00e7\u00e3o que est\u00e3o apresentando \u00e9 apenas tempor\u00e1ria, algo para dizer futuramente que tomaram uma atitude, mas, na pr\u00e1tica, nada muda de fato. O que cobramos \u00e9 uma solu\u00e7\u00e3o real. E, se essa solu\u00e7\u00e3o real n\u00e3o for poss\u00edvel, que ao menos seja feita a demoli\u00e7\u00e3o imediata”, afirmou.<\/p>\n

A\u00e7\u00f5es dos \u00f3rg\u00e3os p\u00fablicos<\/h3>\n
Ap\u00f3s a queda, Defesa Civil interditou o local com fitas amarelasArquivo pessoal <\/span><\/figcaption><\/figure>\n

A propriet\u00e1ria do im\u00f3vel onde est\u00e1 o restaurante de Paulo Andr\u00e9, Laura Jannuzzi Lagoeiro<\/strong>, conta que desde 2024 as rachaduras no casar\u00e3o s\u00e3o percebidas. Em janeiro, ela esteve no Instituto Rio Patrim\u00f4nio da Humanidade, que trata sobre a preserva\u00e7\u00e3o e conserva\u00e7\u00e3o dos patrim\u00f4nios da cidade, oportunidade em que foi feito um of\u00edcio para a Defesa Civil em rela\u00e7\u00e3o ao casar\u00e3o.<\/p>\n

Outros chamados tamb\u00e9m foram feitos ao \u00f3rg\u00e3o p\u00fablico e, segundo eles informaram \u00e0 propriet\u00e1ria, “uma faixa de pl\u00e1stico j\u00e1 bastaria para assegurar que o perigo de desmoronamento fosse afastado”.<\/p>\n

“A Defesa Civil\u00a0 interditou o meu pr\u00e9dio sem fazer nenhuma vistoria interna, causando um enorme preju\u00edzo ao restaurante que nele funciona, e sem colocar nenhum motivo no despacho”, afirmou Laura. Outro im\u00f3vel pr\u00f3ximo tamb\u00e9m sofreu interdi\u00e7\u00f5es, que foram derrubadas ap\u00f3s a apresenta\u00e7\u00e3o de um laudo t\u00e9cnico.<\/p>\n

Nas redes sociais, Paulo Andr\u00e9 conta que a Defesa Civil observou o local ap\u00f3s a queda no dia 8 e apenas colocou a fita de interdi\u00e7\u00e3o. “Eles viraram as costas e sa\u00edram. Minutos depois, o primeiro morador de rua que passou j\u00e1 arrebentou aquela fitinha”, disse. Confira os relatos:<\/p>\n

O Portal iG<\/strong> entrou em contato com a Prefeitura do Rio de Janeiro e com a Defesa Civil estadual, mas at\u00e9 a \u00faltima atualiza\u00e7\u00e3o da mat\u00e9ria n\u00e3o teve retorno. Tentamos contato tamb\u00e9m com a SMCRJ. O espa\u00e7o segue aberto para posicionamentos.<\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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