Boletim de ocorr\u00eancia foi registrado como inj\u00faria racial. Dados obtidos pela TV Globo mostram que casos de racismo e inj\u00faria aumentaram nos \u00faltimos quatro anos no DF; em 2023, j\u00e1 s\u00e3o 128. Comanda recebida por cliente de restaurante escrito “preto”
\nReprodu\u00e7\u00e3o
\nUm homem foi identificado como “preto” na comanda de um restaurante onde estava com os amigos, no dia 5 de abril (5). O caso foi no estabelecimento “Fogo de Ch\u00e3o”, na Asa Sul, em Bras\u00edlia.
\nGilberto Martins, de 46 anos, conta que, ao questionar o funcion\u00e1rio que trouxe a comanda, recebeu como justificativa que seria por conta da cor de sua camiseta que, na verdade, era cinza, e n\u00e3o preta. O boletim de ocorr\u00eancia foi registrado como inj\u00faria racial (veja detalhes mais abaixo).
\nA reportagem entrou em contato com o restaurante, mas n\u00e3o obteve resposta at\u00e9 a \u00faltima atualiza\u00e7\u00e3o desta not\u00edcia.
\nNos quatro primeiros meses de 2023, o Distrito Federal registrou 128 casos de inj\u00faria racial. Dados obtidos pela TV Globo por meio da Lei de Acesso \u00e0 Informa\u00e7\u00e3o (LAI) mostram que o Plano Piloto \u00e9 a regi\u00e3o administrativa com mais casos: 99 em 2022 e 16 at\u00e9 mar\u00e7o deste ano.
\nCeil\u00e2ndia aparece em 2\u00b0 lugar, com 69 casos em 2022 e, at\u00e9 o m\u00eas passado, 14 casos.
\nO Plano Piloto tamb\u00e9m \u00e9 a regi\u00e3o com maior n\u00famero de ocorr\u00eancias de racismo: foram 18 nos \u00faltimos 4 anos. Taguatinga aparece em 2\u00ba lugar, com sete casos. Os n\u00fameros s\u00e3o da Pol\u00edcia Civil do DF.
\nAinda segundo o levantamento, os casos de inj\u00faria saltaram de 597 em 2021, para 645 em 2022. Os crimes de racismo tamb\u00e9m aumentaram de tr\u00eas, em 2019, para 24 em 2022.
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\n‘Pensei nos meus filhos’
\nAo ser identificado como “preto” na comanda do restaurante, Gilberto diz que falou para o gar\u00e7om que, na comanda dos amigos, ningu\u00e9m estava sendo identificado pela cor de roupa.
\n“Embora fosse escura [a camiseta], at\u00e9 acredito que a pessoa poderia confundir. N\u00e3o estou dizendo que isso n\u00e3o seria poss\u00edvel, mas o comportamento dele foi muito estranho, ele estava muito nervoso quando eu perguntei”, conta Gilberto.
\nEle diz que entrou em contato com o restaurante, mas que o estabelecimento afirmou que “n\u00e3o foi ningu\u00e9m da equipe que escreveu na comanda” porque “n\u00e3o usavam caneta de tinta azul”. Gilberto lembra que, ao deixar o estabelecimento, se sentiu “triste e angustiado”.
\n\u201cComecei a pensar nos meus filhos, porque eu tenho um casal de filhos, negros. Eu pensando, ser\u00e1 que os meus filhos v\u00e3o ter que passar por isso, sabe? Foi uma dor ruim para mim, imagine um filho\u201d, diz Gilberto.
\nLeia mais not\u00edcias sobre a regi\u00e3o no g1 DF.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Boletim de ocorr\u00eancia foi registrado como inj\u00faria racial. Dados obtidos pela TV Globo mostram que casos de racismo e inj\u00faria aumentaram nos \u00faltimos quatro anos no DF; em 2023, j\u00e1 s\u00e3o 128. Comanda recebida por cliente de restaurante escrito “preto” Reprodu\u00e7\u00e3o Um homem foi identificado como “preto” na comanda de… Continue lendo