Newton Matsumoto diz que doen\u00e7a “n\u00e3o bate na porta, j\u00e1 chega metendo o p\u00e9” As experi\u00eancias com o pesadelo do produtor, o m\u00edldio, foram compartilhadas durante o evento da Biocross e Seiva do Vale
\nAline Oliveira\/Vereda Comunica
\nConsiderada um pesadelo para o produtor de uva no Vale do S\u00e3o Francisco, o m\u00edldio exige a\u00e7\u00e3o permanente de preven\u00e7\u00e3o e muita vigil\u00e2ncia por parte do produtor. Esses conselhos s\u00e3o do produtor, consultor e pesquisador Newton Matsumoto, que fala com a experi\u00eancia de quem j\u00e1 perdeu \u00e1reas inteiras de produ\u00e7\u00e3o para a doen\u00e7a. Ele \u00e9 claro: “a verdade \u00e9 que o m\u00edldio \u00e9 muito agressivo, muito r\u00e1pido, n\u00e3o bate na porta pra entrar, j\u00e1 mete o p\u00e9 na porta e entra”.
\nA experi\u00eancia e os conselhos de Newton foram compartilhadas em um evento promovido pela BioCross em parceria com a Seiva do Vale no dia 17 de mar\u00e7o, reunindo mais de 230 produtores de todo o Vale do S\u00e3o Francisco em Petrolina. A proposta era discutir tecnologias e t\u00e9cnicas para ampliar a qualidade e seguran\u00e7a do fruto produzido na regi\u00e3o.
\nChuva e umidade aliadas no m\u00edldio
\nA Embrapa confirma a preocupa\u00e7\u00e3o de Newton: segundo o \u00f3rg\u00e3o, o m\u00edldio \u00e9 a doen\u00e7a de maior import\u00e2ncia para a viticultura no Brasil, causada pelo pseudofungo Plasmopara viticola. Segundo a empresa de pesquisa, as condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas ideais para o desenvolvimento da doen\u00e7a s\u00e3o temperaturas entre 18 \u00b0C e 25 \u00b0C e umidade relativa do ar acima de 60%. Todos os fatores que contribuem para aumentar o teor de \u00e1gua no solo, ar e planta favorecem o desenvolvimento do m\u00edldio da videira.
\nPortanto, a chuva \u00e9 considerada o principal fator de risco, enquanto a temperatura mais alta exerce papel moderador, paralisando o progresso da doen\u00e7a. Por outro lado, a doen\u00e7a se torna mais grave quando o per\u00edodo chamado de “\u00e1gua livre” for superior a tr\u00eas horas.
\nDiante destas informa\u00e7\u00f5es, Newton orienta que o produtor precisa ficar atento \u00e0s condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas e estar sempre vigilante aos primeiros sinais de umidade mais alta, especialmente no in\u00edcio do dia. A aten\u00e7\u00e3o deve ser redobrada se j\u00e1 houver registro de focos da doen\u00e7a na regi\u00e3o.
\nPreven\u00e7\u00e3o \u00e9 a chave
\nMesmo n\u00e3o havendo estrat\u00e9gia 100% eficaz na prote\u00e7\u00e3o contra o m\u00edldio, Newton destaca que \u00e9 preciso ter uma atua\u00e7\u00e3o sist\u00eamica no manejo da planta para reduzir as chances da doen\u00e7a se instalar. Entre as a\u00e7\u00f5es \u00e9 importante aplicar produtos que protegem a folha, que ativam mecanismos de defesa, cuidar da nutri\u00e7\u00e3o equilibrada, de uma drenagem eficaz e de um manejo amplo. “Mas mudou o clima, mudou tudo: tem que ficar vigilante todos os dias\u201d, decreta.
\nAtivos org\u00e2nicos
\nA Biocross foi fundada em 2010, em Monte Alto, no interior de S\u00e3o Paulo, para formular fertilizantes especiais foliares e de solo. O intuito \u00e9 fornecer produtos desenvolvidos com uma tecnologia chamada de bioactive, que expressa o potencial m\u00e1ximo no nutriente, sempre aliado com um ativo org\u00e2nico. Entre as mat\u00e9rias primas est\u00e3o amino\u00e1cidos e extratos vegetais, por exemplo.
\nA empresa chegou no Vale do S\u00e3o Francisco atrav\u00e9s da parceria com a Seiva do Vale. E um dos produtos de destaque \u00e9 o Azurra Plus, formado por uma mol\u00e9cula de cobre ligada a uma mol\u00e9cula de f\u00f3sforo: desta jun\u00e7\u00e3o chegou-se a um produto bioativo, que ativa o metabolismo da planta, deixando-a mais forte, e tem uma a\u00e7\u00e3o direta sobre as doen\u00e7as, atuando em duas frentes.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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