Pesquisa visa tamb\u00e9m o fim do uso de animais em pesquisas cient\u00edficas. Projeto de cria\u00e7\u00e3o de \u00f3rg\u00e3os com impressora 3D j\u00e1 est\u00e1 em andamento na UFMG
\nUm pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) trabalha para encontrar formas de automatizar a cria\u00e7\u00e3o em laborat\u00f3rio de pequenos \u00f3rg\u00e3os capazes de ‘imitar’ partes do corpo humano. Eles s\u00e3o chamados de organ\u00f3ides.
\nDawidson Gomes \u00e9 professor do Departamento de Bioqu\u00edmica e Imunologia e comanda o laborat\u00f3rio Biolink. O espa\u00e7o atua na \u00e1rea de engenharia de tecidos para a cria\u00e7\u00e3o de peles artificiais, usadas no tratamento de queimaduras e de feridas causadas por diabetes.
\nA bioimpress\u00e3o \u00e9 uma das apostas mais promissoras do laborat\u00f3rio e permitir\u00e1 a reprodu\u00e7\u00e3o das estruturas de forma mais efetiva e em tr\u00eas dimens\u00f5es. Com estes novos processos e tecnologias ser\u00e1 poss\u00edvel a redu\u00e7\u00e3o do uso de animais em pesquisas e at\u00e9 substituir \u00f3rg\u00e3os em transplantes.
\n“J\u00e1 se pode fazer, hoje, pequenos cora\u00e7\u00f5es e f\u00edgados de animais, com alguns mil\u00edmetros ou at\u00e9 cent\u00edmetros. Aqui no laborat\u00f3rio, esperamos fazer isso j\u00e1 nos pr\u00f3ximos oito meses. Estamos adquirindo os reagentes necess\u00e1rios”, afirma o professor.
\nOrgan\u00f3ide feito na bioimpressora, a partir de linhagem humana de f\u00edgado
\nArquivo pessoal
\nImpress\u00e3o 3D
\nAntes da aquisi\u00e7\u00e3o da impressora pela equipe, os tecidos eram produzidos manualmente pelos pesquisadores, o que sujeita o processo a problemas de reprodutibilidade. O equipamento garante a padroniza\u00e7\u00e3o e confere maior precis\u00e3o aos resultados.
\n\u201cO que esperamos resolver e desenvolver nos pr\u00f3ximos anos \u00e9 a reprodu\u00e7\u00e3o do modelo manual e observa\u00e7\u00e3o de como ele se comportar\u00e1 sendo impresso em uma impressora 3D\u201d, explica Gomes.
\nO uso da impressora 3D tamb\u00e9m poder\u00e1 permitir o desenvolvimento dos chamados organ-chip ou human-chip, t\u00e9cnica em que \u00e9 poss\u00edvel simular a comunica\u00e7\u00e3o entre os \u00f3rg\u00e3os produzidos em laborat\u00f3rio.
\nA bioimpress\u00e3o \u00e9 uma das apostas mais promissoras do grupo
\nA iniciativa \u00e9 desenvolvida por meio da Rede Mineira de Engenharia de Tecidos e Terapia Celular (Remettec), criada com apoio da Funda\u00e7\u00e3o de Amparo \u00e0 Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
\nPesquisas sem uso de animais
\nNo m\u00eas passado, o Conselho Nacional de Controle de Experimenta\u00e7\u00e3o Animal (Concea) publicou uma portaria no Di\u00e1rio Oficial da Uni\u00e3o que proibiu do uso de animais vertebrados, exceto seres humanos, em pesquisa cient\u00edfica, desenvolvimento e controle de produtos de higiene pessoal, cosm\u00e9ticos e perfumes que utilizem, em suas formula\u00e7\u00f5es, ingredientes ou compostos com seguran\u00e7a e efic\u00e1cia j\u00e1 comprovadas cientificamente.
\n\u201cA ideia do projeto tamb\u00e9m \u00e9 substituir testes em animais, j\u00e1 prevendo essa mudan\u00e7a na legisla\u00e7\u00e3o brasileira\u201d, afirma Dawidson.
\nFim das doa\u00e7\u00f5es de \u00f3rg\u00e3os para transplantes?
\nOutra promessa do projeto \u00e9 o avan\u00e7o na \u00e1rea de transplante de \u00f3rg\u00e3os.
\n“Esse tipo de tecnologia pressup\u00f5e que, no futuro, n\u00e3o ser\u00e1 preciso o transplante de uma pessoa para outra. Talvez a gente consiga pegar c\u00e9lulas do pr\u00f3prio indiv\u00edduo e reconstruir um \u00f3rg\u00e3o sob demanda, totalmente compat\u00edvel. Essa \u00e1rea tem se desenvolvido muito nesse sentido e a impress\u00e3o 3D tem auxiliado muito nessa dire\u00e7\u00e3o\u201d, disse o pesquisador.
\nDawidson explica ainda que a bioimpressora alcan\u00e7a resolu\u00e7\u00f5es muito precisas e de forma mais pr\u00f3xima do real, o que aumenta a chance de compatibilidade em transplantes.
\nCombate ao c\u00e2ncer
\nA Remettec tamb\u00e9m desenvolve pesquisas em terapias de c\u00e2ncer. O professor explica que ser\u00e1 poss\u00edvel criar \u201cum c\u00e2ncer em escala reduzida\u201d em laborat\u00f3rio.
\nIsso permitir\u00e1 a testagem da efetividade dos medicamentos utilizadas no tratamento da doen\u00e7a, com maior precis\u00e3o e mais condizente com o cen\u00e1rio real, em tr\u00eas dimens\u00f5es.
\n“Muitas vezes, a droga utilizada nas c\u00e9lulas plaqueadas em duas dimens\u00f5es pode ser muito eficaz, mas quando testamos em c\u00e9lulas em tr\u00eas dimens\u00f5es, n\u00e3o \u00e9\u201d, detalha.
\nOs v\u00eddeos mais vistos do g1 Minas:<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Pesquisa visa tamb\u00e9m o fim do uso de animais em pesquisas cient\u00edficas. Projeto de cria\u00e7\u00e3o de \u00f3rg\u00e3os com impressora 3D j\u00e1 est\u00e1 em andamento na UFMG Um pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) trabalha para encontrar formas de automatizar a cria\u00e7\u00e3o em laborat\u00f3rio de pequenos \u00f3rg\u00e3os capazes de… Continue lendo