Paul Mackenzie Nthenge, o suspeito, j\u00e1 foi preso duas vezes pela prega\u00e7\u00e3o extrema. Com sucursais em v\u00e1rias regi\u00f5es do Qu\u00eania, a Igreja Internacional das Boas Novas conta com mais de 3.000 membros, mil deles na cidade costeira de Malindi, onde tinha se instalado. Quenianos aguardam transporte para chegar a local onde fi\u00e9is morreram na floresta de Shakahola, em 24 de abril de 2023
\nYasuyoshi Chiba\/AFP
\nPaul Mackenzie Nthenge \u00e9 o homem acusado de ter levado seus seguidores a morrerem de fome no Qu\u00eania. Ele era um taxista que virou pastor em 2003, e que foi preso duas vezes desde 2017 pela sua prega\u00e7\u00e3o extrema.
\nNo Qu\u00eania, a morte dos seguidores dele est\u00e1 sendo chamada de “Massacre da floresta de Shakahola”, pelo nome da floresta onde dezenas de corpos foram encontrados, aparentemente membros da Igreja Internacional das Boas Novas, que Nthenge fundou em 2003.
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\nMais de 70 corpos foram encontrados segundo um balan\u00e7o provis\u00f3rio, entregue na segunda-feira por Japhet Koome, chefe da pol\u00edcia do Qu\u00eania. O presidente William Ruto denunciou uma a\u00e7\u00e3o de terroristas.
\nEm um relat\u00f3rio de 14 de abril, a pol\u00edcia havia apresentado o l\u00edder desta seita como Makenzie Nthenge. Os policiais haviam ouvido hist\u00f3rias sobre “cidad\u00e3os ignorantes mortos de fome com o pretexto de conhecer Jesus depois de terem passado por uma lavagem cerebral”.
\nMackenzie Nthenge sabia que era procurado e se entregou \u00e0 pol\u00edcia na noite de 14 de abril.
\nNos documentos judiciais, seu nome \u00e9 Paul Mackenzie Nthenge, mas no site de sua organiza\u00e7\u00e3o na internet, diz-se que esta foi “criada em 17 de agosto de 2003 pelo servidor de Deus PN Mackenzie”.
\nCom sucursais em v\u00e1rias regi\u00f5es do Qu\u00eania, a Igreja Internacional das Boas Novas conta com mais de 3.000 membros, mil deles na cidade costeira de Malindi, onde tinha se instalado.
\nSeita religiosa deixa mortos no Qu\u00eania
\nOs \u00faltimos tempos
\nPaul Mackenzie Nthenge difundia um documento intitulado “Mensagem dos \u00faltimos tempos”, no qual evocava “ensinamentos, prega\u00e7\u00f5es e profecias sobre o final dos tempos”. Ele dizia “levar o evangelho do nosso senhor Jesus Cristo livre do engano e do intelecto do homem”.
\n“A miss\u00e3o deste minist\u00e9rio \u00e9 nutrir os fi\u00e9is de forma hol\u00edstica em todas as \u00e1reas da espiritualidade crist\u00e3, enquanto nos preparamos para a segunda vinda de Jesus Cristo por meio do ensino e da evangeliza\u00e7\u00e3o”, l\u00ea-se no texto.
\nEle tamb\u00e9m lan\u00e7ou um canal no YouTube em 2017, no qual h\u00e1 v\u00eddeos de seus serm\u00f5es em sua igreja em Malindi, nos quais ele alertava seus fi\u00e9is sobre pr\u00e1ticas “demon\u00edacas”, como usar perucas e fazer transa\u00e7\u00f5es digitais sem dinheiro vivo.
\nAs duas pris\u00f5es
\nO pastor Nthenge j\u00e1 havia sido preso duas vezes.
\nA primeira foi por radicaliza\u00e7\u00e3o, por ter promovido a n\u00e3o escolariza\u00e7\u00e3o das crian\u00e7as, afirmando que a educa\u00e7\u00e3o n\u00e3o era reconhecida pela B\u00edblia.
\nA segunda pris\u00e3o ocorreu “ap\u00f3s ser vinculado \u00e0 morte de duas crian\u00e7as que, sup\u00f5em-se, teriam morrido de fome por instru\u00e7\u00f5es deste criminoso”, disse Japhet Koome, nesta segunda-feira (24).
\nEle teria sido solto ap\u00f3s pagar fian\u00e7a.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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