Governo trava batalha com Banco Central, hoje independente, para reduzir juro b\u00e1sico e aquecer economia. BC v\u00ea risco de alta da infla\u00e7\u00e3o, e j\u00e1 indica que queda da Selic pode demorar a acontecer. O presidente Luiz In\u00e1cio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta segunda-feira (24), durante evento em Portugal, o patamar atual da taxa b\u00e1sica de juros da economia brasileira.
\nA Selic est\u00e1 h\u00e1 oito meses em 13,75% ao ano, maior percentual desde 2016 e maior taxa de juros real (ou seja, descontada a infla\u00e7\u00e3o) do mundo. O Banco Central, respons\u00e1vel por definir esse patamar, diz que os juros altos s\u00e3o necess\u00e1rios para controlar a infla\u00e7\u00e3o.
\n“N\u00f3s temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal n\u00e3o sei se tem. \u00c9 que a nossa taxa de juros \u00e9 muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que \u00e9 referencial, est\u00e1 em 13,75%. Ningu\u00e9m toma dinheiro emprestado a 13,75%, ningu\u00e9m. E n\u00e3o existe dinheiro mais barato”, declarou Lula em um f\u00f3rum com investidores em Matosinhos, no pa\u00eds europeu.
\n“E a verdade \u00e9 que um pa\u00eds capitalista precisa de dinheiro, e esse dinheiro tem que circular. N\u00e3o na m\u00e3o de poucos, mas na m\u00e3o de todos”, disse.
\nLula voltou a usar a frase “colocar o pobre no or\u00e7amento”, um dos lemas da campanha eleitoral do ano passado. E disse defender que os juros caiam para que haja um est\u00edmulo ao cr\u00e9dito, o que poderia elevar o crescimento previsto para a economia brasileira ainda este ano.
\n“\u00c9 a gente garantir que os pobres possam participar. Porque quando eles virarem consumidor, v\u00e3o comprar. Quando eles comprarem, o com\u00e9rcio vai vender. Quando o com\u00e9rcio vender, vai gerar emprego, vai comprar mais produto na f\u00e1brica. […] Mais emprego vai gerar mais sal\u00e1rio, \u00e9 a coisa mais normal de uma roda gigante da economia”, enumerou Lula.
\nTaxa m\u00e9dia de juros banc\u00e1rios no Brasil atinge maior patamar em mais de cinco anos
\nBC v\u00ea risco de infla\u00e7\u00e3o
\nEssa “roda gigante” da economia citada por Lula \u00e9 justamente o movimento que pode gerar alta da infla\u00e7\u00e3o, na medida em que o consumo aumenta e os pre\u00e7os s\u00e3o puxados para cima.
\nA taxa de juros, definida pelo BC, \u00e9 um dos principais instrumentos de um pa\u00eds para controlar a infla\u00e7\u00e3o. O efeito colateral, no entanto, \u00e9 que esse controle tamb\u00e9m “esfria” a economia, ou seja, reduz o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
\nNa \u00faltima semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, afirmou em eventos em Londres que a queda da infla\u00e7\u00e3o \u00e9 mais lenta que o esperado, que a batalha “n\u00e3o foi vencida” e que pode n\u00e3o haver um corte na Selic no curto prazo, como esperam o governo e parte do mercado.
\n\u201cA gente precisa avan\u00e7ar e explicar melhor para que isso consiga permear atrav\u00e9s dos mercados, para que a expectativa de infla\u00e7\u00e3o melhore e para que abra espa\u00e7o para a gente fazer o nosso trabalho de queda de juros\u201d, disse Campos Neto na sexta<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Governo trava batalha com Banco Central, hoje independente, para reduzir juro b\u00e1sico e aquecer economia. BC v\u00ea risco de alta da infla\u00e7\u00e3o, e j\u00e1 indica que queda da Selic pode demorar a acontecer. O presidente Luiz In\u00e1cio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta segunda-feira (24), durante evento em… Continue lendo