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Laura Ramos de Azevedo,que morreu no dia 17 de mar\u00e7o, investigou a morte do filho Lucas Albino. Elisa Ramos de Azevedo assume lugar da filha na busca por condena\u00e7\u00e3o. ‘Antes de morrer eu quero justi\u00e7a’, diz m\u00e3e de jovem morto por PMs ap\u00f3s 4 anos esperando por audi\u00eancia
\nReprodu\u00e7\u00e3o TV Globo
\nAp\u00f3s a morte de Laura Ramos Azevedo – a m\u00e3e que investigou a morte do filho Lucas de Azevedo Albino, em 2018 -, a m\u00e3e da dona de casa, Elisa Ramos de Azevedo vai assumir o papel de assistente de acusa\u00e7\u00e3o no processo contra os PMs envolvidos na a\u00e7\u00e3o que vitimou o jovem.
\nLaura morreu no dia 17 de mar\u00e7o por causa de complica\u00e7\u00f5es causadas por um c\u00e2ncer.
\nUm m\u00eas ap\u00f3s a morte, no dia 17 de abril, aconteceu a segunda audi\u00eancia de instru\u00e7\u00e3o e julgamento do caso, em que testemunhas de defesas dos policiais foram ouvidas.
\nAinda muito abalada, dona Elisa Ramos de Azevedo n\u00e3o compareceu \u00e0 sess\u00e3o.
\n“N\u00e3o tive condi\u00e7\u00e3o de ir. H\u00e1 quatro meses perdi meu marido, agora a Laura. Foram duas perdas muito grandes pra nossa fam\u00edlia. Ainda estamos nos recuperando”, disse Elisa ao g1.
\nApesar do momento dif\u00edcil, a m\u00e3e de Laura pretende continuar a luta da filha. “A gente sonha com o dia que esse processo vai chegar ao fim e que teremos justi\u00e7a”, disse.
\nPromotor do caso Henry entra no processo
\nAl\u00e9m da mudan\u00e7a de assistente de acusa\u00e7\u00e3o, o processo teve mudan\u00e7a tamb\u00e9m no promotor \u00e0 frente do caso. O promotor F\u00e1bio Vieira dos Santos, que est\u00e1 acumulando o 4\u00ba Tribunal do J\u00fari, assumiu o papel da acusa\u00e7\u00e3o, e j\u00e1 participou da audi\u00eancia do dia 17.
\n“A audi\u00eancia serviu mais para ouvir testemunhas de defesa dos policiais. Ainda foi designada uma terceira audi\u00eancia, para o dia 26 de junho, onde devem ouvir mais duas testemunhas e s\u00f3 depois vem o interrogat\u00f3rio dos acusados”, disse F\u00e1bio que tamb\u00e9m est\u00e1 \u00e0 frente da acusa\u00e7\u00e3o do caso Henry Borel.
\nO promotor disse que o grande desafio do caso \u00e9 desmontar a tese da defesa dos PMs, que alega que Lucas Albino j\u00e1 estava baleado na cabe\u00e7a quando entrou na viatura. No entanto, uma foto obtida pela investiga\u00e7\u00e3o feita por Laura, a m\u00e3e do jovem, mostra Lucas em p\u00e9, antes de entrar no carro.
\nFoto conseguida por Laura mostra Lucas Albino em p\u00e9 entrando na viatura
\nReprodu\u00e7\u00e3o
\n“Eles alegam que ele j\u00e1 estava baleado na cabe\u00e7a estava sendo socorrido, e que era um proj\u00e9til pequeno. Insistem nessa vers\u00e3o mesmo com os peritos falando que esse tipo de les\u00e3o produz morte quase que instant\u00e2nea”, diz
\nS\u00e9rie do RJ2 mostra a luta de m\u00e3es para provar a inoc\u00eancia dos filhos mortos pela pol\u00edcia
\nMP fala em ‘grupo de exterm\u00ednio’
\nOs PMs S\u00e9rgio Lopes Sobrinho, Bruno Rego Pereira dos Santos, Wilson da Silva Ribeiro e Luiz Henrique Ribeiro Silva s\u00e3o acusados de envolvimento na morte do jovem.
\nSegundo a PM, os policiais disseram que revidaram a disparos que vieram da moto onde estava Lucas. O jovem foi ferido e o mototaxista que estava com ele fugiu. Nenhuma arma foi recolhida no local.
\nLucas e Laura: ele ajudava a cuidar do c\u00e2ncer da m\u00e3e quando estava vivo
\nReprodu\u00e7\u00e3o\/Redes sociais
\nUma testemunha contou que Lucas entrou andando na viatura para receber o socorro. Outra pessoa conseguiu fazer uma foto que mostra Lucas de p\u00e9 atr\u00e1s da viatura. Ele chegou ao Hospital Carlos Chagas, cerca de meia hora depois de ser baleado j\u00e1 morto, tamb\u00e9m com um tiro na cabe\u00e7a.
\nEm julho de 2021, a Justi\u00e7a aceitou a den\u00fancia contra os PMs. O juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4\u00aa Vara Criminal, considerou que h\u00e1 provas de “materialidade delitiva”, especialmente o laudo de necropsia feito no corpo de Lucas.
\nAo pedir \u00e0 Justi\u00e7a que os policiais fossem responsabilizados pelo assassinato, o Minist\u00e9rio P\u00fablico (MP) afirmou que “os denunciados, por meio de um conjunto de atos coordenados de execu\u00e7\u00e3o, comissivos e omissivos, concorreram para a morte do jovem Lucas Azevedo Albino, cometendo contra ele o crime de homic\u00eddio duplamente qualificado, em atividade t\u00edpica de grupo de exterm\u00ednio”.
\nOs promotores tamb\u00e9m destacaram que Lucas foi atingido na cabe\u00e7a por um dos PMs, quando o jovem era supostamente socorrido para o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, tamb\u00e9m na Zona Norte.
\n“(…) Um dos [PMs] denunciados, com vontade livre e consciente e inequ\u00edvoco prop\u00f3sito homicida, em comunh\u00e3o de a\u00e7\u00f5es e des\u00edgnios com os demais integrantes da guarni\u00e7\u00e3o, efetuou um segundo disparo de arma de fogo na cabe\u00e7a do jovem ferido”, consta na den\u00fancia.
\nSegundo MP, os PMs patrulhavam o local onde Lucas foi atingido quando viram dois jovens numa motocicleta estacionada em um posto de combust\u00edveis, na esquina da Av. Martin Luther King Jr. com Estrada de Botafogo.
\nOs policiais alegaram que perseguiram a dupla no sentido Estrada de Botafogo e fizeram um retorno na primeira rua \u00e0 esquerda. Foi quando, segundo a vers\u00e3o dos PMs, os policiais S\u00e9rgio Lopes Sobrinho e Bruno Rego Pereira atiraram contra os jovens que estavam na moto.
\nLucas, que estava na garupa, foi baleado nas costas, caiu da moto e ficou no local at\u00e9 a abordagem da pol\u00edcia. O jovem que conduzia a moto n\u00e3o foi identificado e fugiu.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"