Formado primeiramente em Direito e depois em Hist\u00f3ria, ele foi um dos mais importantes intelectuais do pa\u00eds, um historiador original na an\u00e1lise e interpreta\u00e7\u00e3o dos fatos e rigoroso combatente do negacionismo. Boris Fausto escreveu mais de 30 livros, sendo “A Revolu\u00e7\u00e3o de 1930”, um dos mais importantes. Boris Fausto
\nreprodu\u00e7\u00e3o Jornal Nacional
\nMorreu, nesta ter\u00e7a (18), em S\u00e3o Paulo, aos 92 anos, o historiador B\u00f3ris Fausto.
\nFilho de imigrantes judeus, Boris Fausto cresceu ouvindo que o conhecimento \u00e9 algo que ningu\u00e9m tira, que voc\u00ea leva para onde for. E foi misturando o conselho dos pais com a paix\u00e3o pela hist\u00f3ria do Brasil e pelas pequenas hist\u00f3rias do povo, que ele e se tornou um dos mais importantes intelectuais do pa\u00eds.
\n“Eu me lembro daquela frase: o importante \u00e9 a educa\u00e7\u00e3o. Eu estava no Brasil e queria ser brasileiro”, dizia o historiador.
\n\u201cEle tinha opini\u00f5es firmes, mas sabia escutar, sabia mudar de opini\u00e3o, sabia convencer a gente sobre a sua opini\u00e3o\u201d, afirma Lilia Schwarcz.
\n\u201cTudo era simples. Com ele, voc\u00ea podia falar qualquer coisa com ele, ele sabia tudo e respondia como se n\u00e3o soubesse nada\u201d, conta Jorge Caldeira, cientista pol\u00edtico.
\nEra ao mesmo tempo um historiador original na an\u00e1lise e interpreta\u00e7\u00e3o dos fatos e rigoroso combatente do negacionismo.
\n\u201cEu n\u00e3o sou a favor de que jamais seria, de que se tenha uma \u00fanica interpreta\u00e7\u00e3o da hist\u00f3ria. Mas o que a gente n\u00e3o pode ir \u00e9 contra os fatos. Os fatos s\u00e3o os fatos. N\u00e3o podemos discutir o fato de que uma ditadura \u00e9 uma ditadura, um regime democr\u00e1tico \u00e9 um regime democr\u00e1tico\u201d, disse Boris Fausto no programa Conversa com Bial em julho de 2019.
\nBoris Fausto se formou em Direito pela Universidade de S\u00e3o Paulo em 1953. Trabalhou como consultor jur\u00eddico da universidade por 10 anos at\u00e9 que a insatisfa\u00e7\u00e3o com o of\u00edcio o levou \u00e0 forma\u00e7\u00e3o em Hist\u00f3ria. Chegou a ser preso em 1969 pela milit\u00e2ncia em pequenos partidos de esquerda, dizia que com a maturidade, se afastou da milit\u00e2ncia, e se tornou um ardoroso defensor da democracia.
\nBoris Fausto escreveu mais de 30 livros. O primeiro, “A Revolu\u00e7\u00e3o de 1930”, foi publicado em 1969 e se tornou um cl\u00e1ssico.
\nForam muitos pr\u00eamios, muitos alunos formados, numa vida longa e f\u00e9rtil que Boris Fausto n\u00e3o queria que acabasse.
\n \u201cVou fazer uma cita\u00e7\u00e3o, do Elias Canetti. Ele disse: eu tenho \u00f3dio da morte. Vou lutar at\u00e9 o fim contra ela, embora eu saiba que eu vou perder\u201d, disse Boris Fausto em uma entrevista.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
Formado primeiramente em Direito e depois em Hist\u00f3ria, ele foi um dos mais importantes intelectuais do pa\u00eds, um historiador original na an\u00e1lise e interpreta\u00e7\u00e3o dos fatos e rigoroso combatente do negacionismo. Boris Fausto escreveu mais de 30 livros, sendo “A Revolu\u00e7\u00e3o de 1930”, um dos mais importantes. Boris Fausto reprodu\u00e7\u00e3o… Continue lendo