Estado tem 65 cidades em situação de emergência e quase de 8 mil famílias desabrigadas. Em meio ao sofrimento, muitas pessoas tentam recuperar o que sobrou enquanto aguardam o nível da água baixar. Chuvas deixam casas submersas no Maranhão
Governo do Maranhão
O sofrimento e a incerteza agora fazem parte da rotina de 7.757 famílias que tiveram que sair de suas casas no Maranhão, devido às fortes chuvas que atingem o Estado. Sem terem certeza de quando a água que inunda algumas cidades vai baixar, os maranhenses vivem na expectativa de poder voltar aos seus lares.
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65 municípios maranhenses estão em situação de emergência por conta do temporal. Destes, Buriticupu, cidade a 495 km de São Luís, decretou calamidade pública devido ao avanço das ‘voçorocas’, enormes crateras que ameaçam ‘engolir’ a cidade.
Presidente Juscelino, cidade a 90 km de São Luís, as chuvas elevaram o nível do rio Munim, que subiu sete metros acima do nível normal. Com isso, centenas de famílias, como a da professora Rosenice Carvalho Figueiredo, tiveram que sair de suas casas.
Ao g1, a professora conta que todo período de chuvas mais intensas no Maranhão, ela precisa sair de casa. Ela diz que toda essa situação desesperadora deixou seu psicológico abalado.
“Doloroso, triste, porque toda temporada de chuva a gente tem que estar saindo de casa, para estar adentrando em outros lugares. Mexe demais com o psicológico, com o estrutural, né? Com tudo o que a gente imaginar.”, disse.
Famílias deixam suas casas às pressas no Maranhão
Reprodução
A lavradora Raimunda Mamede foi uma das poucas pessoas que já teve a chance de voltar para casa. Em meio ao que sobrou, ela lamenta que a chuva tenha levado todos os seus pertences pessoais.
“A gente perde as coisinhas que a gente tem, o pouco que tem dentro de casa. A gente perde tudo, quase tudo porque tem muitas de se molhar e estraga e não presta mais”, lamenta a lavradora.
Com as casas cheias de água, não há outra solução a não ser sair de casa. Sem conseguir deixar o local com os móveis, muitos moradores improvisam e colocam pedaços de tijolos embaixo dos móveis, para tentar salvar o que restou, como é o caso da dona de casa Aparecida Coimbra.
“É muita tristeza, muita tristeza. Muito ruim a gente precisar sair da casa da gente, para ficar em um espaço improvisado, é muito ruim. Mas é a força da natureza, né?”, disse.
Cama é colocada em cima de tijolos para não estragar em meio às enchentes no Maranhão
Reprodução
Risco em abrigo
A Justiça do Maranhão determinou a retirada de 300 famílias abrigadas em um alojamento nas dependências da Paróquia Santa Terezinha, em Bacabal, a 252 km de São Luís, devido as condições insalubres. No abrigo, mantido pela prefeitura, estão pessoas que ficaram desalojadas após a cheia do Rio Mearim.
Além de ser muito quente, o abrigo não tem proteção suficiente contra a chuva e possui apenas dois banheiros. Também foi constado que há o risco de incêndio por causa do uso de fogões a gás e instalação elétrica inadequada. Esse é o mesmo abrigo visitado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no domingo (9).
Temporais atingem o Maranhão
Moradores usam barcos para conseguir se deslocar em cidade do Maranhão
Governo do Maranhão
Por causa das fortes chuvas que atingem o Maranhão, 65 municípios do estado já decretaram situação de emergência (Veja a lista completa no fim da reportagem). Até o momento, seis mortes foram confirmadas e das 38.476 famílias afetadas, 8.099 estão desabrigadas e desalojadas.
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A Defesa Civil informou que segue monitorando os episódios em que prejuízos e danos foram causados à população por conta do período chuvoso.
De acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (Sedes), os restaurantes populares dos municípios atingidos vão ampliar a oferta de refeições no modelo híbrido (distribuição de quentinhas). Até o momento, 200 mil refeições foram entregues.
Equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA), prefeituras, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil e Sedes estão realizando operação para auxiliar as vítimas no interior do Maranhão. Já foram enviadas 34.400 cestas básicas; 34 mil litros de água e 3.450 colchões foram entregues.
Veja, a lista completa, dos municípios em situação de emergência:
Açailândia
Afonso Cunha
Alto Alegre Do Pindaré
Arame
Arari
Bacabal
Barra do Corda
Barreirinhas
Boa Vista do Gurupi
Buriti
Buriticupu
Cajari
Cantanhede
Codó
Conceição do Lago-Açu
Coroatá
Esperantinópolis
Fortuna
Governador Nunes Freire
Graça Aranha
Grajaú
Icatu
Igarapé Grande
Itaipava do Grajaú
Itapecuru
Itinga do Maranhão
Jenipapo dos Vieiras
Joselândia
Lago da Pedra
Lagoa Grande do Maranhão
Marajá do Sena
Mirinzal
Monção
Nina Rodrigues
Olinda Nova do Maranhão
Paço do Lumiar
Pedreiras
Pindaré-Mirim
Pinheiro
Poção de Pedras
Presidente Juscelino
Presidente Vargas
Raposa
Rosário
Santa Helena
Santa Inês
Santa Luzia
Santo Antônio dos Lopes
São Benedito do Rio Preto
São João Batista
São João do Carú
São José de Ribamar
São Luís
São Luís Gonzaga
São Roberto
São Vicente Ferrer
Satubinha
Serrano
Trizidela do Vale
Tufilândia
Tuntum
Tutóia
Viana
Vitória do Mearim
Zé Doca
Em meio as enchentes no Maranhão, famílias enfrentam dificuldades para conseguir salvar seus pertences: ‘Doloroso’
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