O ex-governador de Tocantins, Mauro Carlesse (Agir) foi preso na manhã deste domingo (15) enquanto se dirigia para uma fazenda em São Salvador, no sul do estado. Ele foi localizado por equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Tocantins (MPTO).
A prisão ocorreu em cumprimento a um mandado emitido pela 3ª Vara Criminal de Palmas, relacionado a um suposto plano de fuga para o exterior. Como o caso está sob sigilo judicial, os detalhes da investigação não foram divulgados.
A defesa de Carlesse declarou que ele sempre esteve à disposição da Justiça e que solicitará a revogação da prisão. Além de Carlesse, a Justiça também expediu um mandado contra o ex-secretário, Claudinei Quaresemin.
Claudinei é outro investigado por envolvimento em um esquema de corrupção e se encontra preso desde a deflagração da “Operação Overclean”, em 10 de dezembro, por envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro enquanto ocupava o cargo de secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins.
O NDMais está tentando localizar a defesa de Carlesse e Quaresmim.
Quem é Mauro Carlesse
Mauro Carlesse foi eleito governador de Tocantins em 2018, após a cassação do mandato de Marcelo Miranda. Carlesse assumiu o governo interinamente e, em seguida, foi eleito para o cargo em uma eleição suplementar, no mesmo ano.
Durante seu tempo no governo, Carlesse se envolveu em vários projetos de infraestrutura e desenvolvimento econômico no estado, mas também foi alvo de críticas, especialmente relacionadas a questões de gestão pública e corrupção.
Em 2020, ele enfrentou investigações sobre sua gestão e envolvimento em esquemas de corrupção, sendo mencionado em várias apurações sobre desvio de recursos públicos e irregularidades em contratos públicos.
Mauro Carlesse permaneceu no cargo de governador do Tocantins até outubro de 2021, quando foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na ocasião, a Polícia Federal indicou que ele estava envolvido em um esquema de recebimento de propinas e em práticas de interferência política dentro da Polícia Civil.
Em agosto, a Polícia Federal fez uma busca e apreensão contra o ex-governador por suspeita de fraude em licitação. O inquérito apurava um esquema de lavagem de dinheiro, organização criminosa e peculato. Durante a operação atual, mandados de prisão foram cumpridos em endereços ligados ao ex-governador e até um veículo de luxo foi apreendido.