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Preso por golpes em app de namoro responde a ações judiciais em três estados; vítimas citam suposto envolvimento da família dele


A estimativa entre mulheres ouvidas pelo g1, advogados e autoridades policiais de RJ e SP é que Caio Henrique Camossato pode ter feito mais de 30 vítimas. Uma delas contou que teria sido dopada por ele. Caio Henrique, em foto de seu perfil em uma rede social. A legenda diz: “Minha existência é uma prova incontestável de força e coragem”
Reprodução/Instagram
Caio Henrique da Silva Camossato, preso na quinta-feira (12) suspeito aplicar golpes financeiros em mulheres que conhecia em aplicativos de relacionamento, responde a mais de 20 ações judiciais, entre incluindo processos, em três estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia.
A estimativa entre mulheres ouvidas pelo g1, advogadas e autoridades policiais de RJ e SP é que Caio pode ter feito mais de 30 vítimas em todo o país. Uma das vítimas fez um registro, em uma delegacia de São Paulo, por afirmar ter sido mantida em cárcere privado por ele.
Algumas delas citaram inclusive que familiares dele podem estar envolvidos, e a polícia de São Paulo confirmou que a mãe dele recebia valores através de pix de algumas vítimas.
Caio Henrique sendo levado para participar de audiência de custódia
Reprodução/Polícia Civil
O G1 conversou com uma delas, que pediu anonimato, e relatou que Caio apresentou sua mãe e toda sua família como um meio de obter a confiança das mulheres com quem se relacionava.
“No começo, ela (mãe de Caio) vendia uns vestidos, e vendeu alguns pra mim. No começo, mandei pix por conta de mercadoria. Mas com o passar do tempo o caio foi pedindo dinheiro pra mim, assim como para outras vítimas”, relatou a mulher. Segundo ela, Caio pediu para que ela ajudasse a pagar a mensalidade da escola dos filhos dele, que estaria atrasada em 7 meses.
“Então ele pediu pra que eu transferisse pra mãe dele algum valor pra ajudar na escola, sendo que levava a família feliz pra jantar em restaurantes caros com meu cartão, e eu sem poder usar”, contou ao g1.
Procurada, a defesa de Caio Henrique não se manifestou até a publicação desta reportagem.
Vítimas desabafam e pedem que outras falem
Momento em que Caio Henrique foi preso pela polícia em abril de 2024; ele foi solto um mês depois
Reprodução/Fantástico
“Finalmente, e que dessa vez ele não fique apenas 15 dias, que seja investigado direitinho todos os casos para que ele pague tudo que deve para nós, enquanto mulheres vítimas, mas contra esse esquema dessa verdadeira quadrilha”, afirmou Flor Pacheco, que foi vítima de Caio. Ela pediu que outras vítimas se manifestem:
“Espero que todas as vítimas, além de compartilhar desse sentimento de alívio, de tranquilidade, venham dar seus depoimentos também”.
Mulheres articulam armadilha para prender golpista de aplicativo de namoro
Outra vítima ouvida pelo g1, que não quis se identificar, deu detalhes de como se sentiu enganada por Caio e sua família:
“Quando conheci o Caio pelo aplicativo de relacionamento, jamais imaginei que ele e a família seriam uma quadrilha. Tudo o que acontecia era muito bem calculado e controlado por eles, as coisas faziam sentido, e assim, você vai sendo manipulada”, disse uma das vítimas, que fez este relato ao g1 sem se identificar.
Uma terceira vítima contou o que vivia com Caio, e afirma que foi dopada por ele para não sair de casa e não perceber o que estava acontecendo:
“Vivi meses de terror nas mãos dele e da família. Fui dopada, agredida, ameaçada, enganada… perdi meu carro, meu dinheiro e minha paz. É impossível descrever o peso desse sentimento”, disse ela.
“Espero que ele permaneça preso por muito tempo, pague por todo o mal que causou e não cause mais mal como causou. Só quem passou por isso sabe o tamanho das marcas que ficam”
Prisão
Polícia prende acusado de aplicar golpes contra mulheres em SP
A prisão foi feita pela Divisão de Capturas do Departamento de Ações Policiais Estratégicas (Dope). Caio tinha um mandado de prisão em aberto e estava foragido por ter cometido um golpe que tirou mais de R$ 2 mil de uma mulher no Rio de Janeiro. Ele foi levado nesta sexta (13) para participar de uma audiência de custódia.
De acordo com o processo que corre na Justiça do Rio, Caio causou um prejuízo de mais de R$ 2 mil para uma mulher que conheceu em um aplicativo de relacionamento.
Ela começou a fazer diversos pagamentos a pedido dele, e um dos que recebeu o dinheiro era um amigo de Caio, também denunciado pelo Ministério Público do Rio por estelionato. Em agosto, a Justiça do Rio emitiu um mandado de prisão contra Caio, que estava foragido desde então, até ser preso na última quinta-feira, na Zona Leste de São Paulo.
Caio foi preso após uma perseguição pela Zona Leste de São Paulo. Ele saía de um motel com uma mulher, quando foi interceptado por policiais civis e fugiu. A Polícia Civil começou a perseguição e o suspeito tentou fugir por várias ruas do Tatuapé, avançando sinais vermelhos, chegando a invadir o estacionamento de um mercado.
Em um determinado momento, ele chegou a jogar o veículo blindado da mulher contra a viatura da polícia. Depois, Caio tentou fugir a pé, mas foi capturado pelos agentes.
Segundo a Polícia de São Paulo, foram abertos pelo menos 4 boletins de ocorrência contra Caio. A estimativa de uma advogada de representa mulheres que acusam Caio pelos crimes é que o número de vítimas seja bem maior. A suspeita é que ele esteja em São Paulo desde o mês de agosto, quando começou a ser monitorado pela polícia.
“O Caio é um predador contumaz, ele não vai parar de cometer esses tipos de crime porque pensa que está acima da lei, conta com a impunidade. Somente em São Paulo, mais de 30 mulheres me procuraram para relatar crimes cometidos por ele”, afirmou a advogada Jacqueline Valles.
Caio foi preso em abril de 2024 no Rio, após uma armadilha para atraí-lo para policiais que investigavam o caso. No entanto, foi solto no dia 24 de maio, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio, após ter a prisão revogada.
Caio Henrique Comossato, em foto na frente do espelho.
Reprodução/Fantástico
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