Resultados foram apresentados nesta sexta-feira (13) pelo Corpo de Bombeiros. Primeira fase da operação aconteceu em maio e segunda fase em junho. Corpo de Bombeiros do Acre apresentou resultados da operação “Protetor de Biomas Fogo Controlado”
Jardel Angelim/Rede Amazônica
Mais de 8 mil focos de calor foram atendidos pelas forças integradas da Segurança durante a operação “Protetor de Biomas Fogo Controlado” em todo o Acre. Os dados foram divulgados durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (13) em Rio Branco.
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De acordo com os números, foram investidos R$ 12 milhões com viaturas, equipamentos, combustíveis e pessoal, sendo 50% da verba disponibilizada pelo Ministério da Justiça e 50% pelo Governo do Acre.
A operação foi encabeçada pelo Corpo de Bombeiros e cerca de 486 militares atuaram nas duas fases, que ocorreram em maio, com a preparação e formação de brigadas, e junho, no período mais crítico. Veja os números abaixo:
Focos de calor atendidos: 8.500
Militares que atuaram: 486
Atendimentos de ocorrências: 7.600
Animais resgatados: 477
Animais feridos ou mortos que conseguiram detectar: 53
O coordenador da operação, capitão Francisco Carlos Freitas Filho, o ano de 2024 foi desafiador, principalmente por conta das mudanças climáticas. O comandante operacional do interior citou uma recente pesquisa divulgada pelo centro europeu Copernicus, que definiu 2024 como o ano mais quente já visto na Terra.
“Isso demonstra o tamanho do desafio que nós tivemos e certamente saimos vencedores dessa etapa. Na primeira etapa de conversa com a população, formação de brigadas e fizemos contato no sentido de conscientização e no dia 26 de junho, lançamos a fase de resposta, que é aquela fase um pouco mais incisiva, no combate aos focos de incêndio”, explicou.
Queimadas
De acordo com os dados do Corpo de Bombeiros, o número de focos de calor em relação ao ano passado aumentou em 32%, e o número de atendimentos foi 65% maior.
Além disto, a estiagem das chuvas em 2024 começou no mês de maio, o que ocorre geralmente em agosto. Ou seja, nesse ano iniciou antes do previsto.
“A falta de chuvas, altas temperaturas e outros fatores decorrentes, além disso, tudo isso associado à cultura de queima, algumas pessoas ainda não conseguiram acompanhar e entender a criticidade desses eventos, ainda tendem a insistir nessa prática”, lamenta Freitas Filho.
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O secretário de Segurança Pública coronel José Américo de Souza Gaia, disse que essa foi uma operação integrada, onde todas as forças de segurança atuaram juntas.
“Tivemos uma fase de operação mais preventiva com a atuação do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, e no segundo momento com a atuação mais efetiva dos Bombeiros de combate aos incêndios florestais. É uma operação conjunta com o Ministério da Justiça”, relatou.
Historicamente, o mês de novembro costuma dar sequência à redução das queimadas no estado registrada a partir de outubro. Em 2023, o número saiu de 1.675 em outubro para os 160 focos registrados. Em dezembro, o número voltou a cair e ficou em 30, até o último dia 12.
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Asscom/CBMAC
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