A polícia investiga se os criminosos editavam trechos de entrevistas antigas ou usavam inteligência artificial para imitar a voz dos técnicos e jogadores. Polícia prende estelionatário que aplicava golpes em jogador de futebol
A polícia do Rio de Janeiro prendeu nesta quinta-feira (12) um estelionatário que se especializou em aplicar golpes em jogadores de futebol.
O técnico da Seleção brasileira, Dorival Junior, foi quem procurou a Polícia Civil do Rio para fazer a denúncia. Estelionatários criaram um perfil falso do técnico em um aplicativo de mensagem. Enviavam textos e até áudios para jogadores famosos pedindo doações para as vítimas das enchentes no Sul do país.
As investigações apontaram um homem como o chefe da quadrilha. Não havia mandado de prisão contra Lucas de Oliveira Eduardo, mas ele foi preso em flagrante por tentativa de fraude eletrônica.
Segundo a polícia, na noite de quarta-feira (11), Lucas Eduardo mandou mensagens para vários jogadores fingindo ser o técnico Renato Gaúcho. Em uma das mensagens, Lucas Eduardo pediu cestas básicas a um jogador de um clube de São Paulo:
“Ajuda como puder. Até uns R$ 5 mil de cesta ajuda. Falei R$ 5 mil aí porque um outro atleta aqui vai ajudar com R$ 9 mil”.
Estelionatário especializado em aplicar golpes em jogadores de futebol é preso
Jornal Nacional/ Reprodução
Durante a conversa, o golpista também enviou um áudio com a voz do treinador. A vítima tentou ligar para o suposto Renato, mas o estelionatário não atendeu. A polícia investiga se os criminosos editavam trechos de entrevistas antigas ou usavam inteligência artificial para imitar a voz dos técnicos e jogadores. A voz do técnico Cuca também foi usada no golpe.
Dezenas de atletas tiveram o nome usado ilegalmente pelos estelionatários, como o atacante Gabigol. Segundo as investigações, o grupo criminoso agia há pelo menos dois anos.
Em 2022, eles se passaram pelo ex-jogador Elias, que atuou no Flamengo. Mandaram mensagem para Vini Jr, do Real Madrid. Queriam dinheiro para o suposto tratamento de uma adolescente com problemas de saúde.
Além de pedir doações para ações sociais mentirosas, os estelionatários também convenciam as vítimas a gravar vídeos para incentivar os donativos. Forma encontrada pela quadrilha para tentar dar credibilidade aos novos golpes.
“Uma vez que você receba esse tipo de mensagem, você busque efetivamente falar com a pessoa que enviou. Seja por uma videochamada, seja por telefone, visando confirmar que de fato a mensagem está partindo da pessoa que você acredita que está partindo”, diz o delegado Álvaro de Oliveira Gomes.
O Jornal Nacional não conseguiu contato com a defesa de Lucas de Oliveira Eduardo.
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