Santa Catarina registrou um leve aumento de pessoas com o “nome sujo” no último mês. Conforme dados da Serasa, 35,4% da população catarinense tem dívidas negativas. Na cidade de Blumenau, a maior do Vale do Itajaí, o total de dívidas acumuladas ultrapassa R$ 920 milhões.
Número de inadimplentes aumenta em Blumenau e dívidas acumuladas passam de R$ 920 milhões – Foto: Getty Images/iStockphoto/ND
Com 361.261 habitantes, segundo censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2022 , Blumenau contabilizava um total de 115.369 inadimplentes em outubro, o que equivale a 31,9% da população local. Importante salientar que uma pessoa pode ter mais de uma dívida negativada.
No último levantamento divulgado (agosto), a cidade contabilizava 114.309 inadimplentes, com um total de R$ 895.093.671,29 em dívidas somadas.
Já em Pomerode, cidade vizinha, 7.752 pessoas se encontravam em situação de inadimplência, com mais de R$ 59 milhões em dívidas acumuladas.
Número de inadimplentes em SC apresentou leve aumento
Em Santa Catarina, 2.216.045 de pessoas se encontravam em situação de inadimplência no último mês, o que representa um leve aumento comparado ao último levantamento (agosto), quando registrou mais de 201 mil inadimplentes.
Na capital, em Florianópolis, o número de pessoas com “nome sujo” em outubro foi de 165.855, com um total de R$ 1.265.780.714,85 em dívidas acumulados.
A cidade de Joinville, a mais populosa de Santa Catarina, com mais de 655 mil habitantes, tem 212 mil pessoas endividadas, 32.44% da população total.
O Indicador de Inadimplência realizado pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) apontou que quatro em cada dez brasileiros adultos (41,23%) estavam negativados em outubro de 2024.
Os números atualizados correspondem a 68,11 milhões de consumidores afetados. Ao comparar os dados com o mesmo período do ano anterior, o percentual de inadimplentes do Brasil teve crescimento de 1,13% em outubro deste ano.
De acordo com dados de inadimplência no Brasil, os setores que lideram o ranking de endividados são bancos/cartões, serviços, varejo e financeiras.
Serviço de banco/cartões lidera ranking de inadimplentes no país – Foto: Ahmad Ardity / Pixabay
Especialista explica como evitar cair na inadimplência
Ao portal ND Mais, Camila Cruz, especialista da Serasa, falou sobre quais ações podem ser realizadas para sair da inadimplência ou evitar ficar com o “nome sujo”.
Uma das principais indicações começa com o básico, papel e caneta para anotar todas as contas fixas e todos os parcelamentos que possui no cartão de crédito para, além disso, conseguir ter uma visão do seu ano.
“Durante o ano, temos meses que gastamos um pouco mais e um pouco menos. Tendo a visão das contas fixas, o consumidor consegue organizar as suas finanças”, explicou Camila.
“Com isso, ele consegue guardar um dinheiro dentro daquele mês, sabendo que no próximo mês, por exemplo – férias escolares, final de ano que tem as festividades, natal, ano novo, meses que tem Dia das Mães, outras datas comemorativas – ele vai precisar ter um dinheirinho guardado”, completou.
Outro ponto observado pela especialista é a atenção às famosas promoções, quando o consumidor acaba parcelando contas no cartão de crédito em 10 vezes de R$ 100, por exemplo, o que gera um acumulativo na fatura, que pode ficar alta e comprometer as demais contar mensais e fixas.
“Entre os principais segmentos das dívidas do consumidor brasileiro temos hoje bancos e cartões, as contas de utilities (constas de água, luz, telefone), financeiras e varejo, respectivamente”, comentou.
Consulta de inadimplentes pode ser feita pelo site ou pelo aplicativo da Serasa – Foto: Reprodução/Serasa/ND
Como usar o 13º e férias?
Com o recebimento do 13º salário e férias, alguns consumidores tendem a usar o valor para quitar dívidas, mas é preciso ter um planejamento antes de colocar a ideia em prática, sendo importante levar em consideração seu planejamento anual.
“Ele pode usar uma parte do dinheiro para ter uma mini reserva de emergência, outra parte do dinheiro ele já coloca para quitar aquele débito que é o mais ofensor dentro do seu mês, ou seja, aquele que tem uma maior taxa de juros. Aquele débito que ele não pode deixar em aberto, por exemplo, contas básicas, água, luz, gás, ele não pode ficar sem isso porque é uma necessidade básica dele”, pontuou.
A especialista ainda comentou que dá para separar uma parte do dinheiro para as festividades de final de ano, já que geram um impacto dentro do orçamento do consumidor.
“Olhando para isso, ele já consegue se organizar para destinar esse 13º para contas específicas e não se apertar aí nos meses seguintes”, destacou.
Feirão Limpa Nome conta com iniciativa inovadora
Através de um telefone disponibilizado pela Serasa, os consumidores poderão ter acesso às ofertas e condições de pagamento disponibilizadas pelas mais de 1 mil empresas parceiras, entre bancos, varejistas, telecomunicações, securitizadoras e concessionárias de contas básicas.
A iniciativa, que começou na segunda-feira (25), acontece até sexta-feira (29). Consumidores de todo o Brasil podem ligar gratuitamente para o número 0800 591 5161 para fazer as negociações e pagar suas contas atrasadas.
O número exclusivo foi disponibilizado pela Serasa, em meio à maior edição do Feirão Limpa Nome, com objetivo de facilitar os acordos em relação às dívidas de inadimplentes. Atendentes da própria empresa estarão disponíveis para o serviço por meio do telefone.
A iniciativa “Alô, Serasa” acontece das 8h às 20h, com atendimento realizado por pessoas treinadas e pelos próprios funcionários especialistas da Serasa.
‘Alô, Serasa’ está disponibilizado até esta sexta-feira (29) para atender inadimplentes de todo o país – Foto: Serasa/Divulgação/ND
