Após passar dois meses internada por complicações causadas por trombose, a prefeita de Trombudo Central, Geovana Gessner, de 39 anos, finalmente voltou para a casa após receber alta do Hospital Regional Alto Vale, em Rio do Sul, na manhã deste sábado (23).
Ainda na saída do hospital, ela foi recebida por amigos e familiares, que celebraram a volta dela para Trombudo Central. Ao chegar em casa, Geovana foi recepcionada com balões brancos por várias pessoas, que ansiavam seu retorno para a cidade.
Antes de deixar o hospital, a prefeita de Trombudo Central registrou seu agradecimento aos profissionais que cuidaram dela ao longo de mais de 60 dias.
“Quero fazer um agradecimento especial a Deus por me dar essa nova oportunidade de vida, e agradecer todo esse carinho, essa atenção, os cuidados de toda a equipe do hospital, da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do 7° andar, por tudo o que as pessoas fizeram”, declarou.
Ela ainda agradeceu a família e amigos pelas orações e apoio durante sua luta contra a trombose. “Eu sei que foi através da fé de todos que eu estou aqui hoje, tendo essa oportunidade de ir para a casa”.
Geovana informou que ainda segue com os cuidados médicos, mas dessa vez por meio do isolamento em casa.
Prefeita de Trombudo Central teve perna amputada após complicações da doença
A prefeita de Trombudo Central foi internada no dia 20 de setembro, após apresentar complicações nas pernas e braços, passando por alguns procedimentos cirúrgicos.
No dia 23 do mesmo mês, ela foi submetida à uma cirurgia e precisou ter a perna esquerda amputada.
No início da semana, a assessoria do município informou que Geovana apresentou melhoras significativas em seu quadro clínico, deixando a UTI e ficando em um quarto no Hospital Regional Alto Vale. Neste sábado (23), ela finalmente pôde voltar para a casa.
O que é trombose, que amputou perna de prefeita de Trombudo Central
Trombose é o nome dado a uma formação de coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas. Esses acúmulos podem causar a interrupção do fluxo de sangue, provocando dor e até inchaço na área afetada.
De acordo com o Ministério da Saúde, o problema pode ser ainda maior se um coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, o que pode causar uma embolia. A obstrução de uma artéria pode ficar presa no cérebro, pulmões, coração ou em outra área, levando a lesões graves.
A trombose pode ser classificada de duas formas. A aguda é a menos grave, em geral, pode ter os coágulos desfeitos pelo próprio corpo sem causar consequências ou evoluir para casos mais graves.
Já a forma crônica se desenvolve a partir dos resquícios que se formam nas veias quando os coágulos naturais se desmancham, o que provoca danos nas válvulas internas.
Trombose é mais comum em mulheres?
A trombose é conhecida por geralmente afetar mais as mulheres. Entretanto, homens também podem ter o problema.
Dados do Ministério da Saúde, da faixa entre 20 a 40 anos, indicam que a incidência é maior nas mulheres em virtude de alguns fatores de risco, como anticoncepcionais e gestações.
Dados de janeiro de 2022 a agosto de 2023, divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde, mostram que mulheres representam 62,02% dos casos de atendimentos com internações por TVP (Trombose Venosa Profunda) em Santa Catarina, com média de 3,17 atendimentos por dia.
O levantamento da SES registrou, ao todo, 1.904 atendimentos na rede de saúde no período, sendo 1.181 mulheres e 723 homens.
Causas da trombose
O desenvolvimento da trombose ocorre de forma multifatorial e pode, inclusive, surgir a partir de hábitos do dia a dia.
- Tratamentos hormonais, incluindo uso de anticoncepcionais;
- Longos períodos em uma mesma posição (em pé ou sentado);
- Tabagismo;
- Predisposição a varizes;
- Gravidez;
- Hereditariedade;
- Pacientes diagnosticados com insuficiência cardíaca;
- Presença de tumores malignos;
- Pacientes com histórico de trombose venosa ou que possuem distúrbios de hipercoagulabilidade (hereditária ou adquirida).
Sintomas
Na maioria dos casos, a trombose venosa profunda não apresenta sintomas, mas podem haver:
- Dor;
- Vermelhidão;
- Sensação de calor na região afetada;
- Rigidez na musculatura da área em que o trombo se desenvolveu.
Diagnóstico
Ao apresentar algum sintoma, o médico solicita exames para conseguir obter o diagnóstico.
- Ultrassonografia;
- Exame de sangue;
- Venografia;
- Eco Color Doppler (Ultrassom Vascular);
- Tomografia e ressonância magnética.
Prevenção e tratamento
A prevenção da trombose inclui a mudança de hábitos, como a prática regular de exercícios físicos, alimentação equilibrada e a diminuição do consumo de cigarros e bebidas alcoólicas.
Já o tratamento pode variar de acordo com o quadro de cada paciente e pode ser feito com o uso de medicamentos, para evitar a formação de novos coágulos e desfazer os trombos existentes. Além disso, o uso de meias de compressão podem ajudar a evitar a má-circulação.