Cidade de Olho d’Água do Casado conta com 47 sítios arqueológicos, e muitos deles podem ser visitados através de trilhas. Sertão de Alagoas guarda gravuras e pinturas rupestres feita por ancestrais
A paisagem que une a caatinga e o Rio São Francisco na cidade de Olho d’Água do Casado, no Sertão de Alagoas, esconde um rico acervo natural e histórico: 47 sítios arqueológicos datados de 9 mil anos atrás.
A região conta com achados como pinturas e gravuras rupestres e cemitérios milenares. Olho d’Água do Casado faz parte do grupo de cidades do Baixo São Francisco que, juntas, abrigam mais de 300 sítios arqueológicos.
Para preservar esses tesouros, o Espaço Toá tem a proteção de pessoas como Agamenon Nascimento, da etnia Kraunã, que ajudam a cuidar e a receber visitantes que variam entre estudiosos, aventureiros e curiosos.
“Recebemos aqui pessoas de muitas regiões e até de fora do Brasil para acampar e curtir a nossa natureza”, conta. “É um patrimônio milenar deixado por nossos ancestrais que precisa de muito cuidado”.
Segundo Agamenon, há registros catalogados de antepassados da etnia Kraunã que viveram na região há cerca de 9.200 anos. Muitos destes registros podem ser apreciados em trilhas.
Visitantes podem ver gravuras rupestres, que são marcas esculpidas diretamente nas rochas
Reprodução/TV Gazeta de Alagoas
Os visitantes poderão ver gravuras rupestres, que são marcas esculpidas diretamente nas rochas por povos pré-históricos, revelando cenas do cotidiano.
“Tudo aqui é antes da escrita. Eles ‘escreviam’ em pedras para ficar por um bom tempo, enquanto muitas coisas escritas no papel se perderam”, diz Agamenon.
Outro registro histórico que pode ser apreciado na região são as pinturas rupestres, que eram feitas com pigmentos naturais em paredes de cavernas e rochas.
Um dos registros históricos que podem ser apreciado na região são as pinturas rupestres
Reprodução/TV Gazeta de Alagoas
É possível ver os buracos no chão onde a tinta usada para as pinturas rupestres era preparada, uma espécie de “laboratório” dos ancestrais.
“É onde era macerado o toá, uma rocha macia que [na época] era uma massa de areia. Era colocado [no buraco] onde era macerado com uma pedra e adicionava gordura de algum animal ou seiva de alguma planta”, explica Agamenon.
Além de poder fazer uma “viagem no tempo” através das trilhas da região, os visitantes podem apreciar a arte feita pelos Kraunã, que inclui utensílios como copos e pinturas em pequenas pedras, simulando as pinturas rupestres.
Local tem buracos no chão onde a tinta usada para as pinturas rupestres era preparada
Reprodução/TV Gazeta de Alagoas
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