Estudante Michael Jonathan, de Boituva (SP), precisa arrecadar mais de R$ 170 mil para arcar com as despesas hospitalares. Michael descobriu a doença na semana de aniversário
Michael Jonathan/Arquivo pessoal
Para muitas pessoas, o aniversário precede dias felizes e de muita expectativa. Mas, para o estudante Michael Jonathan dos Santos, de Boituva (SP), a comemoração foi interrompida pela descoberta de um câncer raro, cujo tratamento não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Tudo começou em novembro de 2022, quando Michael começou a sentir fortes dores na região abdominal. Preocupado, o rapaz realizou um exame de ultrassom, que apontou alguns nódulos no abdômen.
O convênio médico do jovem solicitou, então, o prazo de 30 dias para a realização de novos exames. Porém, devido às dores, o estudante precisou procurar médicos particulares.
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Depois de meses realizando diversas consultas e exames, o jovem recebeu o diagnóstico de Sarcomatose Peritoneal. A notícia foi recebida cinco dias antes de Michael completar 26 anos.
“Depois de 90 dias de muita angústia, exames, dores e preocupação, recebi o diagnóstico. Com a ajuda de amigos e família, conseguimos pagar a maioria dos exames e das consultas no particular”, conta o estudante, que atualmente cursa engenharia civil.
Os exames identificaram nódulos no corpo de Michael, estudante e morador de Boituva (SP)
Michael Jonathan/Arquivo pessoal
O câncer que acomete o jovem está localizado no peritônio – pele que recobre os órgãos do abdômen – e provoca vômitos e dores abdominais.
Além de estudar, Michael também trabalhava como operador de máquinas, mas precisou ser afastado devido à doença.
“De um dia para o outro você precisa ter uma rotina de consultas médicas, mudar alimentação. A dor me afastou do trabalho, da faculdade e do futebol. Meu corpo rejeita os medicamentos e o mais difícil é suportar a dor no abdômen e nas costas, não consigo mais dormir sem medicação, já perdi 10 quilos. Agora é uma corrida contra o tempo, para evitar que a doença se espalhe”, explica Michael.
O estudante, que mora em Boituva, precisou se afastar do trabalho e hobbies devido ao câncer
Michael Jonathan/Arquivo pessoal
Michael comenta que a ajuda dos amigos foi essencial para pagar médicos particulares e exames realizados em Boituva (SP)
Michael Jonathan/Arquivo pessoal
Tratamento
De acordo com os médicos que acompanham o paciente, Michael precisa ser submetido, com urgência, a uma cirurgia citorredutora. O procedimento removeria o máximo possível de lesões visíveis acometidas pela doença, seguida de sessões de quimioterapia.
O procedimento necessário, chamado de Quimioterapia Intraperitoneal Hipertérmica (Hipec), não é oferecido pelo SUS.
Os custos para realização das cirurgias ultrapassam R$ 176 mil.
A operação pode ser feita no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo (SP), porém, os custos hospitalares são altos, principalmente por Michael precisar ficar internado após a cirurgia.
“Tudo aconteceu muito rápido. Não temos histórico na família, foi uma surpresa, mas temos fé que tudo vai ficar bem!”, diz, esperançosa, a irmã de Michael, Tainá Santos.
Arrecadação
Para contribuir com as despesas necessárias, a família decidiu criar uma “vaquinha virtual”. Até a conclusão desta reportagem, a campanha havia arrecadado 12% do valor necessário.
“Essa ‘vaquinha’ é a minha esperança de cura e vida e eu creio que com a ajuda de todos podemos arrecadar o valor total”, destaca Michael.
As consultas particulares foram pagas com ajuda da família e amigos de Michael
Michael Jonathan/Arquivo pessoal
* Colaborou sob a supervisão de Matheus Arruda
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