Três novas aves nasceram dentro de parque em Parauapebas. Característica da espécie, quando dois animais formam casal vivem fidelidade para o resto da vida. Casal de ararajubas no Bioparque Vale Amazônia, em Parauapebas, no Pará.
Dina Mara Marques
Endêmica da Amazônia brasileira e ameaçada de extinção, a espécie ararajuba tem novos três filhotes que nasceram em Parauapebas, no sudeste do Pará. O macho e a fêmea, que são idênticos, formam casal fiel por toda a vida e conseguiu se reproduzir dentro do Bioparque Vale Amazônia.
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Ararajuba, de nome científico Guaruba guarouba, é um psitacídeo da família dos papagaios e ocorre, naturalmente, somente nos estados do Pará e Maranhão.
A distribuição geográfica restrita e a beleza exuberante, alvo do tráfico ilegal de animais, são fatores que contribuem para o declínio das populações na natureza. O desmatamento ilegal também afeta a preservação da espécie.
Na natureza, a ararajuba costuma reproduzir-se em buracos de árvores e fazer a postura de cerca de até nove ovos, que são incubados por 29 dias.
O biólogo Tarcísio Rodrigues conta que “além desse primeiro casal, um segundo já depositou ovos e a expectativa é que alcancem sucesso, também, com uma nova ninhada”. Segundo Rodrigues, o ciclo reprodutivo desses animais é aproveitado ao máximo anualmente dentro do parque.
Filhotes de ararajuba nascem no Pará
Dina Mara Marques
A expectativa de vida da ararajuba é de aproximadamente 35 anos e é uma das 25 espécies prioritárias para a conservação ex situ (fora da natureza) do Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio/MMA) e da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB).
Tarcísio explica que livros de registros genealógicos são responsáveis por controlar a população de indivíduos em cativeiro e em assegurar tamanho suficiente, estabilidade demográfica e alto nível de diversidade genética.
“Recebemos animais oriundos do tráfico, apreensões, de maus tratos, criação ilegal etc. Esses têm poucas chances de voltar para natureza devido às condições que apresentam. Quando chegam, passam por período de tratamento em quarentena separados dos demais animais e, se possível, formamos os casais na tentativa de reproduzir”, explica.
Em 2019 foram destinados três filhotes nascidos no Bioparque para o programa de reintrodução de ararajubas em Belém.
“As ararajubas desapareceram de Belém nos anos de 1950, devido ao tráfico e expansão urbana. Agora, há um esforço grande do governo com programa chamado ‘Belém Mais Linda’, desenvolvido pela Fundação Lymington e Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), para reintrodução das aves na região”, conta o biólogo.
Além de ararajubas, o Bioparque abriga, estimula e acompanha a procriação de outras espécies ameaçadas de extinção como a onça-pintada, cachorro-vinagre, macaco-aranha-da-testa-branca, harpia, entre outras.
“Muitas animais que chegam estão bem machucados, aves com asas cortadas, por exemplo, ou são animais domesticados e têm dificuldade de sobreviver em meio a outros que são selvagens. Para eles, a volta para natureza é bem difícil porque precisam de cuidados. Mas, tentamos ao máximo formar casais e reproduzir para tentar dar para as novas gerações nascidas sob cuidados humanos uma segunda chance na natureza”, conclui o biólogo.
Parque estimula reprodução de ararajubas – espécies em extinção.
Dina Mara Marques
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Espécie ameaçada de extinção, ararajubas formam casal para vida toda e conseguem ter filhotes no Pará
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