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Pamela Volp tem prisão preventiva decretada por torturar travesti; ex-vereadora de Uberlândia está presa há mais de 1 ano por outros crimes


Ela já foi condenada em outros processos por roubo e extorsão. Crime em questão ocorreu em fevereiro de 2022, quando ela já estava presa. Pâmela Volp (PP) foi vereadora em Uberlândia
Aline Rezende/Câmara de Uberlândia/Divulgação
A Justiça determinou a prisão preventiva da ex-vereadora de Uberlândia Pamela Volp pelo crime de tortura. Ela já está presa na Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga por conta de outros crimes ligados à Operação Libertas.
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Denúncia
O pedido de prisão foi feito pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e acatado pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Uberlândia, Márcio José Tricotti no início de abril. Segundo o documento, Pâmela causou intenso sofrimento psicológico e físico a uma travesti, “desferindo-lhe três golpes de canivete na parte ínfero-medial da mama esquerda, acima da cicatriz operatória para implante de silicone, medindo aproximadamente 5 cm resultado em lesão corporal gravíssima, com o intuito de remover o implante de silicone que havia sido financiado pela denunciada, porém, a vítima havia atrasado o pagamento das parcelas”.
Em depoimento ao MPMG, a vítima afirmou que chegou em Uberlândia em março de 2015 e começou a trabalhar para Pamela Volp, sendo submetida ao controle e pagamento de ponto nas ruas. Ela também foi obrigada a montar uma “poupança” para o financiamento da prótese mamária.
Quando conseguiu a quantia de R$ 4 mil, foi levada para Taboão da Serra (SP), onde teve o implante de silicone realizado em uma clínica clandestina. Após a cirurgia, a travesti tentou fugir, porém, foi agredida e ameaçada.
Decisão
De acordo com o juiz Márcio José Tricotti, “há indicação concreta nos autos de que é contumaz na prática delitiva, com probabilidades de retorno a essas atividades, caso fique em liberdade, evidenciando perigo real para o sociedade em que está inserida”.
O g1 entrou em contato com a defesa da ex-vereadora, que afirmou que as ações da Promotoria e da Justiça tentam destruir a imagem e a pessoa de Pamela Volp, manipulando informações e distorcendo fatos.
Investigada e condenada por outros crimes
Pamela Volp é suspeita de comandar um esquema criminoso desde 1992. Entre os delitos cometidos pela quadrilha estão: associação criminosa, exploração sexual, manutenção de casa de prostituição, roubo, lesão corporal, homicídio, constrangimento ilegal, ameaça, posse e porte de arma de fogo;
Além dos crimes já citados, em maio de 2022, detentos da ala LGBTQIAP+ da penitenciária registraram ocorrência informando à Polícia Penal que Volp havia criado um sistema de extorsão dentro da unidade prisional;
Na ocasião, foi apurado que ela vendia produtos como cigarros, material de limpeza, comida e estabelecia juros para os “clientes”, desde fevereiro;
Se a pessoa não pagasse, poderia sofrer diversos tipos de punição, como perder a alimentação fornecida pela penitenciária e até agressão, como alguns detentos relataram;
Pamela e outras cinco pessoas serão julgadas em júri popular por tentativa de homicídio;
Segundo o MPMG, Volp ordenou que os outros presos espancassem um interno;
A vítima foi fortemente espancada mediante chutes, socos, “chegando ao ponto de um preso subir em um beliche e pular duas vezes contra o peito da vítima, que já estava no chão desmaiada”.
A ex-vereadora está presa há mais de um ano devido à Operação “Libertas”, que investigava a exploração sexual de travestis e transexuais. Em janeiro, Pâmela e mais duas pessoas foram condenadas em primeira instância a 10 anos e 10 meses de prisão por roubarem o celular de uma travesti e a agredirem em Uberlândia.
Volp também cumpre pena de quatro anos e oito meses, referentes a dois casos de extorsão em 2020.
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