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Pai de menina morta após queda de árvore no Taquaral decide trabalhar com crianças para ‘ficar perto’ de filha: ‘Terapia pro coração’


Sergio Fermino era pastor há 6 anos em Campinas, mas buscou outra atividade para processar luto e ‘se manter de pé’ diante da saudade da filha Isabela. Acidente com menina foi em janeiro. Sergio Fermino e a filha Isabela
Sergio Fermino/Arquivo Pessoal
A nova rotina profissional de Sergio Fermino, 46 anos, garante sossego para as famílias de crianças que estudam em um colégio de confissão evangélica em Campinas (SP) onde há turmas da educação infantil ao ensino médio. Há seis anos pastor, ele decidiu deixar a função e trabalhar com crianças para, segundo ele, se sentir mais perto da filha Isabela e realizar uma “terapia para o coração.”
A menina de 7 anos morreu em 24 de janeiro, após ser atingida por um eucalipto de 20 metros na Lagoa do Taquaral. Relembre abaixo detalhes sobre o acidente e desdobramentos.
“Ajudo os alunos a irem até os carros dos pais em segurança, evito que pessoas estranhas entrem no colégio e ou pessoas não autorizadas se dirijam às áreas restritas aos alunos. Também observo comportamentos entre eles que podem oferecer algum risco e oriento-os a pararem”, falou ao g1.
Em meio ao contexto de apurações inconclusas da Polícia Civil e do Ministério Público (MP-SP) sobre a tragédia na principal área pública de lazer de Campinas, ele e a mulher tentam processar o luto e encontrar formas de, nas palavras dele, “se manterem em pé” diante da saudade da menina. A vaga de trabalho foi indicada por um professor da instituição, mas Sérgio preferiu não identificar a escola.
“Estar num ambiente repleto de vida como este tem sido parte importante […] Me traz lembranças muito boas da minha filha e me faz pensar o quanto ela se desenvolveria”, ressaltou. Ele começou no emprego novo em 4 de abril.
Segundo ele, a atuação enquanto pastor ficou comprometida diante de todo contexto. “Minha mente não está boa, está triste, confusa, vivenciando o luto de forma intensa. Nós aconselhamos as pessoas sobre o que a Bíblia tem a dizer em diversas áreas da vida, então para não ser engolido pela tristeza eu decidi ter outra ocupação”, contou sobre a transição. Por enquanto, ele não estipula previsão para volta.
Menina morta por queda de árvore era filha de pastor e cantava na igreja em Campinas
A família mora em Hortolândia (SP) e, além da atividade profissional, Sergio destacou que continua trabalhando em um projeto social na região do Parque Oziel, por meio da Associação Amar é Repartir.
Ele lembrou que a filha o acompanhava na igreja e durante ações sociais voltadas para jovens. Além disso, voltou a destacar a alegria da menina que influenciou diversas pessoas para boas atitudes.
“Com apenas 7 anos ela já havia escrito 21 poemas”, falou emocionado.
Sérgio Firmino e a filha Isabela durante trabalho social em Campinas
Sérgio Fermino/Aquivo Pessoal
O acidente e desdobramentos
O acidente em 24 de janeiro ocorreu quando a família de Isabela, residente em Hortolândia (SP), estava na principal área de lazer pública da metrópole para celebrar o aniversário de uma prima da menina. Após a queda da árvore, uma jovem de 27 anos que passava pela área também ficou ferida e precisou ser socorrida ao Hospital Mário Gatti, onde passou por duas cirurgias antes de receber alta.
Um vídeo de 2015, obtido pelo g1, indica que a queda do eucalipto poderia ter sido evitada. As imagens mostram que o diretor da Secretaria do Verde à época, Marcos Boni, alertou, em reunião do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema), sobre os riscos que as árvores ofereciam aos visitantes.
A prefeitura, em contrapartida, alegou que não recebeu qualquer documento oficial do Comdema sobre o tema em 2015. Após a tragédia, o Executivo apresentou laudos de vistorias visuais realizadas pelos institutos de Pesquisas Técnicas (IPT) e Biológico (IB) onde foi mencionado o solo encharcado como uma provável causa do tombamento da árvore. Os documentos também indicaram que idade, as raízes pouco desenvolvidas e o solo pobre podem ter contribuído para o fato.
A Polícia Civil informou à reportagem que aguarda laudos para concluir as investigações do caso.
Já o MP-SP não se manifestou sobre as apurações até esta publicação, mas no fim de março a assessoria destacou que a instituição enviou um ofício ao governo Dário Saadi (Republicanos) sobre a existência de um documento que organize o uso do espaço de “forma mais adequada”. Na ocasião, a Secretaria do Verde informou que um plano já estava em elaboração desde julho de 2022.
A Lagoa do Taquaral foi reaberta ao público em 25 de março, após extrações de 181 árvores que poderiam apresentar algum tipo de risco aos visitantes, informou a prefeitura.
Lagoa do Taquaral, em Campinas, durante derrubada de 181 árvores
Giuliano Tamura/EPTV
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