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TG visita fazenda com maior concentração de araras azuis no mundo


Concentração da espécie tem ligação com a polpa do fruto de uma palmeira que o gado se alimenta e depois regurgita; queimadas colocaram em risco essa relação. Entenda relação no TG deste sábado
Bruno Carvalho/ acervo pessoal
Existe um lugar no Mato Grosso onde a arara-azul toma conta da paisagem, 15% das aves da espécie vivem na Fazenda São Francisco do Perigara, em Barão de Melgaço.
A reserva de 25 mil hectares faz parte da Amazônia Legal e nessa área, que é a maior das araras, tem uma relação bem próxima com o gado da propriedade.
Dá para dizer que as aves seguem as vacas e bois pelo pasto atrás de comida. Essa relação está intimamente ligada ao acuri, fruto de uma palmeira que está por todos os cantos da propriedade.
“O gado se alimenta do fruto verde. No fim do dia, eles se reúnem no que chamamos de malhadores, onde ficam mastigando. O gado consome toda essa parte mais fibrosa da semente, depois regurgita a castanha já limpa, sem a fibra externa. Aí, a arara pega essa castanha que já tá bem limpa, quebra e consome a parte interna”, explica Bruno Carvalho do Instituto Arara-Azul.
Entenda por que elas interagem com gados
Bruno Carvalho/ acervo pessoal
Naturalmente a arara também entra no mato e pega o acuri verde do cacho também, mas a ajuda do gado facilita a vida das aves. “A ave pega a castanha com metade do serviço feito. É como se fosse um ‘delivery’ feito pelo gado, que pega o fruto na brenha e traz para o pasto”, brinca Bruno.
O TG também mostra curiosidades sobre a espécie e toda luta dos pesquisadores do Instituto Arara Azul para proteger esse santuário das aves. “Depois das queimadas que atingiram o Pantanal, há alguns anos, boa parte das palmeiras foram afetadas, apesar do acuri ser uma planta bem resistente. O resultado disso é preocupante porque está faltando alimento para as araras”, alerta Bruno.
Pesquisadores monitoram lar das araras azuis
Bruno Carvalho/ acervo pessoal
O fogo também destruiu grandes árvores onde as araras construíam ninhos. Nossa equipe acompanhou o trabalho nas “alturas” dos pesquisadores para instalar caixas-ninho em árvores e garantir a reprodução da espécie.
“Foram vários testes até chegar ao tamanho ideal para as araras, para simular uma cavidade natural. Nós colocamos também uma cama de serragem na caixa, esse material é para dar conforto, além de ter uma função biológica. Têm todos outros invertebrados que vão viver ali, vão conviver junto com a arara”, explica o biólogo.
Relação das araras azuis com gados tem um motivo
Bruno Carvalho/ acervo pessoal
Durante nosso trabalho no Pantanal, muitas surpresas, outras espécies acabam usando as caixas-ninho. “Esse trabalho começou com a professora Neiva Guedes, lá no início dos anos 90. Então, já são trinta anos de trabalho, em todo Pantanal, trabalhando tanto na pesquisa, no desenvolvimento de estudos da arara azul e também nesse trabalho de conservação,” conclui Bruno.
Confira como foi essa aventura cheia de cores e curiosidades no Terra da Gente, deste sábado (22/04), às 14h, na EPTV.

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