Carolina Helena Pennacchioti, de 35 anos, estava presa desde 4 de abril. Segundo os investigadores, Carolina aliciava funcionários do aeroporto para participar do esquema de troca de etiqueta das bagagens. A PF e o MP pretendem recorrer à decisão. A troca de etiquetas de bagagem que mandou duas brasileiras para a cadeia na Alemanha
A 6ª Vara Federal de Guarulhos, na Grande São Paulo, mandou soltar Carolina Helena Pennacchioti, de 35 anos, presa suspeita de ter participado do esquema de envio de droga para Alemanha, descoberto depois que um casal de brasileiras foi para a cadeia injustamente por ter tido as malas trocadas pela quadrilha no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
A decisão da Justiça contrariou o pedido da Polícia Federal e o parecer do Ministério Público Federal. Segundo os investigadores, Carolina aliciava funcionários do aeroporto para participar do esquema de troca de etiqueta das bagagens. O g1 procurou a defesa da suspeita, mas até a publicação desta reportagem não teve retorno.
No da 4 de abril, a investigação identificou sete funcionários que trocavam as etiquetas das malas, de forma aleatória, para enviar cocaína para o exterior. Eles foram presos em São Paulo. O Ministério Público Federal em Guarulhos abriu inquérito para apurar responsabilidades na troca das etiquetas no dia 12 de abril.
Brasileiras presas injustamente por tráfico de drogas na Alemanha reencontram a família
A PF e o MP pretendem recorrer.
As goianas foram soltas no dia 11 de abril, depois que a polícia alemã analisou a investigação feita pela Polícia Federal do Brasil, e também as imagens de câmeras de segurança que mostram a ação da quadrilha de tráfico de drogas no aeroporto. A personal Katyna Baía e a veterinária Jeanne Paollini ficaram 38 dias num presídio feminino em Frankfurt, suspeitas de tráfico internacional de drogas.
Jeanne e Kátyna reencontram família, amigos e até os pets em Goiânia
Lorena Baía/Arquivo pessoal
Brasileiras presas injustamente
Jeanne Paollini e Kátyna Baía em viagem em Paris, na França
Reprodução/Redes sociais
A investigação começou com o casal de goianas, uma veterinária e uma personal trainer, que embarcaram no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, e foram presas em Frankfurt no dia 5 de março, ao terem as malas trocadas em Guarulhos. O casal comprou a viagem com antecedência e ia passear em vários países europeus.
Segundo a superintendente da Polícia Federal em Goiás, Marcela Rodrigues, elas embarcaram com malas contendo menos de 20kg e foi identificado no aeroporto da Alemanha 20kg de entorpecentes em cada uma das bagagens.
O Fantástico exibiu imagens de todo o passo a passo desde que Kátyna e Jeanne saíram de casa, em um apartamento em Goiânia, até entrarem no Aeroporto Santa Genoveva, na capital de Goiás.
Câmeras do edifício registraram Jeanne, com uma mala rosa, e Kátyna, com uma bagagem preta, às 6h04 do dia 4 de março, descendo pelo elevador do prédio. Era o começo das férias de 20 dias pela Alemanha, Bélgica e República Tcheca.
Em imagens do circuito de segurança do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, registradas no dia 4 de março, às 20h04, é possível ver as malas de Kátyna e Jeanne, nas cores rosa e preta, sendo colocadas em um contêiner, por um funcionário. Em uma ação quase imperceptível, houve uma troca de etiquetas, segundo a polícia.
Como ocorreu a ação?
A primeira mala a chegar à área restrita foi a de Kátyna. Ela fica parada entre as outras.
Depois, vem a da Jeanne.
O funcionário Eduardo dos Santos pega a mala rosa, olha a etiqueta e a coloca no chão.
Eduardo sinaliza para Pedro Venâncio, outro funcionário, a chegada da mala.
Pedro confere e tira uma foto.
A mala rosa segue junto com as outras.
Em outra câmera, eles olham a mala de Kátyna.
As duas malas são colocadas uma sobre a outra no container.
Pedro tira a etiqueta da mala da Jeanne e coloca outra etiqueta na mala dela.
A etiqueta que era de Jeanne é uma que ele leva pra fora do ângulo de visão da câmera.
Depois de falar ao telefone, o funcionário volta e tira também a etiqueta da mala preta – da Kátyna, que está embaixo.
Na sequência, ele tira de novo todas as malas do container.
Suspeitas de terem levado a droga para o aeroporto
Em vídeos de câmeras de segurança do saguão do aeroporto, duas mulheres chegam com duas malas. Segundo a polícia, elas estão recheadas de cocaína. No saguão, uma delas se comunica pelo celular, e Imediatamente, uma funcionária de uma prestadora de serviços do Aeroporto de Guarulhos que estava sentada em um dos guichês se levanta e faz um sinal com a cabeça.
As duas supostas passageiras seguem até ela.
Segundo a polícia, naquele momento, aqueles guichês não estavam abertos para check-in de nenhum voo.
Ninguém apresenta documentação ou pega tíquete de embarque.
As duas falsas passageiras deixam o aeroporto três minutos depois.
As malas com cocaína seguem pela esteira.
Os integrantes da quadrilha começam a se movimentar para encontrar as malas com drogas, e as levam para área onde já estão as outras.
Segundo a polícia, essas bagagens não poderiam sair da área de embarque doméstico para a internacional livremente pela pista. Os criminosos fazem isso para escapar do raioX. As malas de Kátyna, de Jeanne e as outras vão para o mesmo contêiner onde estão as malas com drogas e elas seguem para o avião que vai para a Alemanha.
Conforme a polícia, as etiquetas com os nomes de Kátyna e Jeanne foram colocadas nas malas com drogas atrás dessa de uma pilastra, um ponto cego da câmera.
Justiça de SP manda soltar mulher presa por troca de etiquetas de bagagens que levou casal de brasileiras à prisão na Alemanha
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