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Menino de 5 anos sofre de cardiopatia grave, rara e passa por terceira cirurgia no coração: ‘meu filho é valente’


Morador de Santos (SP), Ilker Achiles teve alta e se recupera em casa. Menino de 5 anos do litoral de SP vive com cardiopatia grave e passa por terceira cirurgia no coração
Arquivo pessoal
O menino Ilker Achiles, de 5 anos, passou pela terceira cirurgia em um hospital da capital para tratar uma Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE). Rara e grave, a condição acontece quando o coração do bebê não se formou adequadamente dentro do útero. “Meu filho é valente”, disse a mãe do garoto, que mora com a família em Santos, no litoral de São Paulo.
Ao g1, Taiane de Jesus, de 28 anos, explicou que o filho recebeu alta do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia no último dia 11, após quase um mês internado. De acordo com ela, o procedimento cirúrgico Fontan, ao qual foi submetido por 7h, é uma operação paliativa para pacientes com corações de fisiologia de “ventrículo único” [cavidade cujas contrações impulsionam o sangue para as artérias].
“Eu sempre tive muito medo dessa cirurgia, pois os médicos mesmo falavam que é a mais agressiva e complicada”, afirma Taiane.
Após o procedimento, Ilker ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até o dia 18 de março. Ele realizou sessões de fisioterapia diárias, tudo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), até receber alta e volta para casa.
A síndrome não tem cirurgia corretiva, porém, Ilker finalmente chegou à terceira etapa dos procedimentos cirúrgicos utilizados nos casos de pacientes com a SHCE, conforme explicado pelos médicos à mãe.
Taiane informou que não há mais cirurgias previstas para o menino, que passou pelo primeiro procedimento após os seis dias de vida. A segunda cirurgia foi aos 11 meses, esta um pouco mais complexa e que exigiu manter a criança por um mês no hospital, após passar por avaliação médica.
“Antes ele era ‘pequenininho’ não falava direito e vivia sedado. Agora está sendo mais difícil […] é uma tristeza ver ele passar tudo isso e vê-lo chorando”, lamentou a mãe.
Descoberta e rotina
Morador de Santos (SP), Ilker Achiles se encontra internado em um hospital da capital.
Arquivo Pessoal
Taiane e o marido descobriram que o filho teria a cardiopatia ainda no quarto mês de gestação, através de um exame de ultrassonografia. “Meu filho é tão valente. Ninguém fala que ele é um cardiopata, somente quando veem a cicatriz dele”.
Por não ter convênio, quando Ilker fica doente a mãe corre para o hospital Dante Pazzanese, onde ele faz o tratamento e passou por cirurgias. Taiane não trabalha e cuida do filho em tempo integral, apesar da criança já frequentar a escola.
Aluno do 1º ano do Ensino Fundamental, as únicas regras que Ilker precisa seguir são a restrição às atividades físicas e que, de preferência, os colegas de classe evitem brincar de dar sustos nele, já que a brincadeira pode causar uma crise no menino.
SHCE
De acordo com a médica cardiologista Mirella Fuschini, a Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo é uma cardiopatia congênita. Ela explica que isso acontece quando o ventrículo esquerdo não se forma adequadamente dentro do útero da mãe.
“Essa síndrome é muito grave e rara. Logo quando a gente nasce esse canal tende a se fechar e ele depende da circulação única e exclusivamente do ventrículo esquerdo [recebe o sangue oxigenado que retorna ao corpo] que ele não tem”, explica a médica.
Segundo Mirella, muitos pacientes morrem logo nas primeiras horas após nascerem, quando não tratados. A especialista explica, porém, que a medicina atual tem procedimentos bons que aumentam a expectativa e a qualidade de vida, como o procedimento de Primeiro Estágio, uma cirurgia que pode ser híbrida e corrige uma parte da malformação pelo cordão umbilical.
“É muito bonito, geralmente [esse procedimento] se faz em um centro de referência, que é um pouquinho difícil de ser feita”. Ela disse que com o procedimento o bebê nasce com menos risco, justamente por já ter tratado uma parte da cardiopatia via útero.
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