Jaime Saade foi condenado em 1996 por matar Nancy Mariana na Colômbia. Defesa do homem, que chegou a ser preso em Belo Horizonte, pretende recorrer da decisão do Supremo. Nancy Mestre foi estuprada e assassinada na Colômbia
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Enquanto a família de Nancy Mariana, morta pelo namorado na Colômbia em 1994, comemora a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de extraditar Jaime Henrique Saade Cormane, condenado pelo crime, a defesa do colombiano aguarda a publicação do acórdão para analisar a possibilidade de recurso.
Jaime foi preso em Belo Horizonte em janeiro de 2020, 26 anos após o crime, usando documentos falsos. Em setembro do mesmo ano, a Segunda Turma do STF negou a extradição do colombiano e determinou a soltura dele. Um dos cinco ministros estava ausente por licença médica, e a votação ficou empatada. Quando isso acontece, a decisão é sempre favorável ao réu.
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O acórdão transitou em julgado. No entanto, o pai da vítima, Martín Mestre, entrou com ação rescisória no STF e solicitou um novo julgamento, para a apresentação do quinto voto. O caso voltou à Segunda Turma do Supremo, que, na última terça-feira (18), aprovou a extradição.
Segundo o advogado da família da vítima, Bruno Barreto de Azevedo Teixeira, a notícia foi recebida com “emoção, alegria e alívio” por Martín.
“O primeiro passo foi explicar exatamente o que aconteceu, que a gente ganhou, e, assim, a emoção era enorme. Era finalmente para ele a sensação de que ele conseguiu ver justiça pela própria filha, depois de 29 anos”, disse o advogado.
Segundo ele, os próximos passos são a emissão de um mandado de prisão e a efetiva prisão de Jaime.
“Não tem mais nenhum recurso que impeça o governo brasileiro e as autoridades colombianas de começar os trâmites para extraditar o Jaime para a Colômbia”, afirmou.
Já a defesa do colombiano disse que aguarda a publicação do acórdão para analisar a possibilidade de recurso. De acordo com o advogado Fernando Oliveira, a decisão do STF não tem precedentes.
“É a primeira vez que, por meio de uma ação rescisória, que é uma ação de natureza cível, há a rescisão de um acórdão de natureza criminal. É a primeira vez que um acórdão dessa natureza é anulado contra o extraditando e há um novo julgamento da extradição”, falou.
Segundo o advogado, Jaime Saade nega ter matado Nancy. O defensor disse também que o crime já prescreveu.
“Nós estamos falando de uma sentença que transitou em julgado em 1996. O prazo máximo da prescrição no Brasil é de 20 anos, a prescrição ocorreu em 2016”.
Entenda
Em 1994, Nancy foi violentada e baleada. Ela chegou a ser socorrida, mas morreu dias depois. Em 1996, Jaime Saade foi condenado a 27 anos de prisão pelo crime.
Ele fugiu e, 22 anos depois da condenação, foi encontrado em Belo Horizonte, onde estava vivendo com documentos falsos, com o nome Henrique dos Santos Abdalla.
O paradeiro de Jaime foi descoberto pelo pai de Nancy, que chegou a fazer cursos de investigação.
O homem foi preso em janeiro de 2020 e solto em setembro do mesmo ano.
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