Aeronave da Space X explodiu poucos minutos após lançamento nesta quinta-feira (20). Elon Musk, presidente da empresa, comemorou o voo-teste. Veja o momento da explosão da nave Starship
A explosão de um foguete que quer alcançar a órbita da Terra e além — como foi o caso da Starship nesta quinta-feira (20) — é comum em voos do tipo e não torna o teste um fracasso total, dizem especialistas da área.
“São bem comuns [as explosões]. De mais de 120 foguetes que já lancei — com vários países, consórcios, tipos e tamanhos — a maioria explodiu”, afirma Alexandre Milen, que trabalhou durante 15 anos lançando foguetes espaciais nas bases aéreas de Alcântara (MA) e da Barreira do Inferno (RN).
Segundo Milen, isso acontece em parte porque muitos foguetes podem levar dois tipos de combustíveis: um sólido e outro líquido. O combustível sólido é basicamente feito de pólvora e pode explodir até em contato com o próprio ar.
Outros combustíveis instáveis usados são o oxigênio líquido, o metano líquido e o nitrogênio líquido, que passam por extremas variações de pressão, explica Émerson Moraes, especialista em aviação e militar da reserva da Força Aérea Brasileira (FAB).
Ainda existe a coordenação complexa que envolve lançar um foguete. Essa tecnologia é dominada por pouquíssimos países, que não divulgam entre si o “passo a passo” de como realizar as missões.
“Diferentemente dos projetos aeronáuticos convencionais, os projetos espaciais não guardam históricos matemáticos de produção disponíveis para intercâmbio de conhecimento”, ressalta Moraes.
Os dois especialistas concordam com a avaliação de Elon Musk, presidente da empresa Space X, de que o voo-teste foi um sucesso, apesar da explosão.
“São vários estágios, se ele conseguiu pelo menos lançar, nem que seja poucos minutos, ele já conseguiu atingir o objetivo”, pontua Milen.
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