Família denuncia negligência da equipe do hospital.A Polícia Civil está investigando a conduta da equipe médica e trata o episódio como lesão corporal culposa. Cássia Correa Avelar, de 59 anos
Reprodução/TV Globo
Uma mulher que passou por uma cirurgia plástica em uma clínica na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, está internada em estado gravíssimo no Rio. Segundo a família, o intestino dela foi perfurado durante uma lipoaspiração. A polícia investiga o caso.
Cássia Correa Avelar, de 59 anos, é casada e mãe de 2 filhos. Vaidosa, ela revelou a família que queria fazer uma lipoaspiração na barriga.
“É um procedimento estético, vaidade de mulher, para que ela pudesse realizar esse sonho que é uma coisa bastante antiga e agora que nós conseguimos proporcionar”, disse o marido, Jorge Marcelo.
Esse foi o segundo procedimento de Cássia. Segundo a família, no começo do ano, ela fez uma cirurgia corretiva no rosto, no Hospital Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, na Zona Norte, com a médica residente Nicole Birman.
Na época, a mulher pediu indicação de quem poderia fazer a nova operação. E, segundo os parentes, Nicole indicou o pai, o médico Alberto Birman, que atente no Hospital Barra Plástica. A cirurgia foi marcada para o dia 15 do mês passado.
Nicole e Alberto Birman
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Em uma imagem, Cássia aparece pronta para entrar no centro cirúrgico.
A família disse que foram 7 horas de procedimento, e que pai e filha operaram juntos a paciente.
Cássia no momento em que estava pronta para entrar no centro cirúrgico
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Só que depois da cirurgia, Cássia começou a sentir dores fortes no abdômen. Os parentes dizem que quando ela se queixou com a equipe médica e foi dito disse que aquilo era normal, que era uma consequência pós-cirúrgica. Mas ela ficou passando mal por várias horas.
“Ao regresso, ela veio sonolenta e se queixando logo após de uma dor forte no abdômen, um peso naquela região. E o médico, juntamente com a médica, relacionou dizendo que era um procedimento normal, que fazia parte do pós-operatório”, disse o marido.
Em depoimento à polícia, o marido de Cássia contou que a médica Nicole reavaliou Cássia e achou melhor que ela pernoitasse na clínica por considerar que o local era mais seguro do que a casa da paciente.
O marido disse ainda que a mulher não passou por nenhum exame complexo porque o local não tinha aparelhos de ultrassonografia ou tomografia.
Como Cássia não melhorava, ele passou a cobrar uma conduta mais precisa da equipe médica.
No dia 17 de março, dois dias depois do procedimento, Cássia foi transferida para o Hospital Naval Marcílio Dias. Lá, ela passou por uma tomografia e foi constatada uma perfuração no intestino.
A Polícia Civil está investigando a conduta da equipe médica e trata o episódio como lesão corporal culposa. A família denuncia negligência da equipe do hospital.
Cássia contraiu uma infecção generalizada e o quadro de saúde dela é considerado gravíssimo.
Ao buscar respostas para o que aconteceu com Cássia, a família encontrou pelo menos cinco processos relacionados ao nome de Alberto Birman por erro médico.
Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, não há nenhum registro no nome de Nicole.
Nas redes sociais, o médico Alberto se apresenta como membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. A filha Nicole também menciona a especialidade na internet. Mas de acordo com o site da instituição, apenas Nicole tem registro como aspirante a membro em treinamento.
A equipe de reportagem tentou falar com um responsável pelo hospital, mas não foi atendida.
A família da paciente quer evitar que outras pessoas passem pela mesma situação.
“Justiça, eu não quero que ela seja mais uma”, disse o marido.
O que dizem os médicos
De acordo com o Conselho Regional de Medicina, Alberto e Nicole Birman têm registro profissional válido.
O médico Alberto Birman disse que os advogados dele e da filha vão comentar o caso. O RJ1 aguarda o posicionamento.
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