Segundo sindicato, assaltos e furtos são diários e levaram os clientes embora. No ano passado, ações da gestão municipal e de segurança estadual para tentar combater o tráfico de drogas só fizeram os usuários se espalharem pelas ruas ampliando a insegurança no local. Centro de SP tem fuga de clientes por conta da violência e restaurantes não conseguem sobreviver
Reprodução/TV Globo
Quarenta restaurantes fecharam as portas no Centro de São Paulo por conta do aumento da violência na região, segundo levantamento do Sindicato de Restaurantes, bares e similares.
O aumento da insegurança provou queda no número de clientes e os estabelecimentos e reduziu a sobrevida dos estabelecimentos.
Na semana passada, uma farmácia e um mercado foram saqueados por dezenas de pessoas.
Farmácia e mercado no Centro de SP são saqueados por dezenas de pessoas
Em 2022 a prefeitura e o governo do estado realizaram diversas ações para tentar combater o tráfico de drogas da região.
As medidas, entretanto, não impediram a venda e o consumo no local, apenas fizeram com que os usuários se espalhassem pelo Centro.
Hotéis
Donos de hotéis do bairro chegaram a enviar pedidos de ajuda à Secretaria do Turismo por causa dos prejuízos acumulados por conta das ações de dispersão.
No ano passado, mais de 100 hotéis registraram queda nas reservas. A área é procurada principalmente por dois tipos de turistas: os que vão para as compras em regiões como a 25 de Março e o Brás, e os que participam de eventos corporativos.
De acordo com a Associação da Indústria de Hotéis, por medo, as pessoas estão preferindo se hospedar em áreas mais distantes.
Liceu
O tradicional colégio Liceu Coração de Jesus, na região central de São Paulo, ameaçou encerrar as atividades no ano passado, mas foi mantida após a prefeitura firmar parceria pagar a mensalidade de 500 alunos da rede pública para evitar o fechamento.
Cracolândia ficou nas proximidades do tradicional colégio Liceu Coração de Jesus
Reprodução/TV Globo
Fundada há 137 anos, em um edifício já tombado pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo), a instituição ligada à igreja católica chegou a ter mais de 3 mil alunos, mas passou a sofrer com o problema de insegurança causado por sua proximidade com a região da Cracolândia, um dos fatores que levou à diminuição do número de estudantes.
Dispersão de usuários
Mapa com áreas de pequenas Cracolândias pelo Centro de SP
Reprodução/TV Globo
Novos locais com concentração de pessoas em situação de rua usando drogas surgiram após a dispersão de dependentes químicos da Praça Princesa Isabel, no Centro de São Paulo, segundo pesquisa da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP) em 2022.
Os pesquisadores identificaram que a maior parte desses pontos está na região central da capital. Eles reúnem de 20 a 200 usuários em cada local.
Na ocasião, o estudo apontou que a tática usada pela prefeitura para a dispersão dos dependentes químicos não era a mais adequada para resolver o problema da Cracolândia.
A prefeitura defende que as ações no centro provocaram um aumento no atendimento aos dependentes químicos, e que desde 2017 é possível verificar uma redução do número de pessoas na Cracolândia.
Entretanto, uma investigação do Ministério Público que apontou ilegalidade no processo afirmou que a grande maioria dos internados não tinha histórico de dependência química.
Cracolândia é desafio há décadas
Dispersão da Cracolândia em SP
Reprodução/Fantástico
A Cracolândia ficou localizada por muitos anos na Rua Helvétia. Ações policiais no local, porém, fizeram os usuários migrarem para a Praça Princesa Isabel diversas vezes.
Em 2017, porem, depois de uma operação das forças de segurança, os usuários foram retirados do local e acabaram se espalhando pelo Centro.
Atualmente, eles estão mais concentrados no cruzamento da Rua Conselheiro Nébias e Rua dos Gusmões.
A Cracolândia é um desafio para São Paulo há cerca de 30 anos. Especialistas apontam que a solução passa por medidas efetivas e permanentes nas áreas de saúde, assistência social e segurança pública.
As operações são criticadas por movimentos sociais. Ativistas acusam as forças de segurança de agirem com violência contra usuários de drogas, espalhando eles pela cidade.
40 restaurantes do Centro de SP fecharam as portas no último ano por conta do aumento da violência
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