Uma briga familiar de 20 anos pode ser o motivo do envenenamento de um bolo que matou três pessoas da mesma família nas festas de fim de ano de 2024. A polícia de Torres (RS) investiga a suposição e divulgou para a imprensa nesta segunda-feira (6).
Polícia acredita em rixa familiar
Marcos Vinicius Muniz Veloso, delegado responsável pelo caso, disse em entrevista de imprensa: “Esta é uma investigação difícil pelo fato de a família ter, segundo os depoimentos coletados, uma convivência muito harmoniosa, (…) mas com divergências causadas basicamente por uma única pessoa. Essa pessoa foi investigada e, através de diligências policiais conseguimos verificar que ela tenha cometido esse triplo homicídio.”
De acordo com o policial, a briga ocorreu, na verdade, há cerca de 20 anos e por motivos fúteis. Todas as informações são de familiares, e a suspeita é uma mulher.
“Provas robustas” contra nora
A Polícia Civil não divulgou o nome da principal suspeita pelo crime, mas o jornal Zero Hora indicou Deise Moura dos Anjos, nora de Zeli dos Anjos, quem preparou o bolo. (Zeli comeu duas fatias e está internada).
A suspeita está presa, como explicou o delegado, “em virtude de provas que encontramos e já foram juntadas às investigações. São provas robustas e serão usadas no final inquérito para o indiciamento.”
A polícia não divulgou mais detalhes: “Alguns detalhes não podem ser expostos, mas temos fundadas razões que indicam que a suspeita é de fato autora do envenenamento”, informou o secretário Sandro Caron na coletiva.
Envenenamento comprovado.
Na coletiva, a diretora do Instituto-Geral de Perícias, Marquet Mittmann, disse que o bolo tinha concentração “altíssima” de arsênio, o que descarta que seja uma contaminação natural ou degradação de algum ingrediente.
“O arsênio, portanto, entrou na receita do bolo de alguma forma, e a pergunta que a perícia buscava responder era: ‘De qual forma?’. As provas periciais comprovam que a causa da morte das vítimas foi envenenamento por arsênio, que a fonte de ingestão de arsênio foi o bolo consumido pelas vítimas, e que a fonte de contaminação do bolo foi a farinha,” disse.
