A bala disparada por um agente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante uma abordagem na rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias, atravessou a parte óssea do crânio de Juliana Leite Rangel, de 26 anos. A informação foi confirmada pelo médico Thiago Resende, diretor do Hospital Adão Pereira Nunes, em entrevista ao UOL News nesta quinta-feira (26).
Segundo Resende, o projétil não ficou alojado no corpo da vítima. “Ela recebeu um tiro —que ainda não sabe se foi de fuzil ou de pistola—, que transfixou a parte óssea do crânio, no lado esquerdo. A bala não pegou no córtex cerebral, que é a parte do cérebro em si, mas o impacto, a energia mecânica da bala fez alguns pontos de sangramento no cérebro”, explicou o diretor.
Juliana permanece internada em estado gravíssimo na unidade hospitalar. O disparo ocorreu enquanto ela e seu pai, Alexandre Rangel, seguiam para Niterói para celebrar o Natal com a família.
Abordagem violenta
O pai da jovem, que dirigia o veículo no momento da abordagem, afirmou que tentou parar o carro assim que ouviu a sirene da viatura. “Dei seta imediatamente indicando que iria encostar o carro, mas os agentes já foram disparando vários tiros”, relatou.
O advogado da família, Ademir Claudino, também comentou o caso. Para ele, os disparos tiveram como alvo os ocupantes do veículo.
“Os disparos atingiram principalmente o vidro traseiro do veículo, porta-malas e o ponto do veículo. Não sou perito, mas ao nosso ver, esses disparos foram para atingir os ocupantes e não para tentar atingir o veículo. Um pneu furou, mas pelo que eu vi —eu estive no local na noite que aconteceu— esse projétil entrou pelo porta-malas do veículo”, afirmou Claudino em entrevista ao Uol.
O caso segue sendo investigado.