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Dólar abre em alta, com avaliação final do pacote de corte de gastos


O dólar abriu em alta nesta segunda-feira (23), com a avaliação do pacote de corte de gastos, que terminou sua tramitação no Congresso Nacional. Investidores também aguardam para o fim da semana os dados da prévia da inflação de dezembro e os dados de desemprego do país em novembro.
Investidores acompanham de perto o desenrolar das propostas de corte. Há um temor de que as medidas anunciadas não sejam suficientes para equilibrar as contas públicas e conter o avanço das despesas do governo.
Houve uma “desidratação” de algumas medidas — ou seja, pontos foram alterados e podem conter as despesas públicas em patamar menor que o esperado.
Nesta sexta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou as mudanças no pacote. Segundo ele, o Congresso Nacional atendeu, dentro das suas possibilidades, “em um prazo curto de tempo”, um resultado preliminar “muito interessante”.
O titular da Fazenda também acenou ao mercado falando em novas medidas de redução de despesas no decorrer de 2025, sem detalhá-las.
Na semana passada, a moeda americana passou, na semana passada, por uma sequência de altas. O BC colocou mais US$ 28 bilhões em leilão para aumentar a oferta de dólares no mercado e conter o aumento.
O presidente do órgão, Roberto Campos Neto, avaliou que houve uma saída extraordinária de recursos do país neste fim de ano e, por isso, a instituição resolveu intervir. No ano, o dólar tem alta de 25%.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Às 9h, o dólar abriu em alta de 0,70%, cotado a R$ 6,1141. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana teve queda de 0,81%, cotado a R$ 6,0719.
Com o resultado, acumulou:
ganhos de 0,62% na semana;
alta de 1,19% no mês;
avanço de 25,13% no ano.

Ibovespa
O Ibovespa opera apenas às 10h.
Na véspera, o índice teve alta de 0,75%, aos 122.102 pontos.
Com o resultado, acumulou:
queda de 2,01% na semana;
perda de 2,84% no mês;
recuo de 9% no ano.

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O que está mexendo com os mercados?
O Congresso concluiu na sexta-feira a tramitação do pacote de corte de gastos proposto pelo governo federal. A ideia inicial era economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, e um total de R$ 375 bilhões até 2030.
No café da manhã com jornalistas, na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as mudanças feitas pelos parlamentares não comprometem a conta feita pelo governo.
“Fala-se em ‘desidratação’, mas havia expectativa de parte dos analistas que poderia haver ‘hidratação’ [aumento da potência dos cortes de gastos]. Os ajustes feitos na redação não afetam o resultado final. Mantém na mesma ordem de grandeza os valores encaminhados pelo Executivo”, afirmou Haddad, durante café da manhã com jornalistas em Brasília.
O governo precisa reduzir os gastos porque tem uma meta de zerar o déficit público pelos próximos dois anos — ou seja, gastar o mesmo tanto que arrecada em 2024 e 2025. O arcabouço também estipula que o governo deve começar a arrecadar mais do que gasta a partir de 2026, para controlar o endividamento público.
Mas os agentes financeiros já não esperam grande eficácia das medidas para controlar o endividamento público, e declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Fantástico consolidaram a percepção de que o governo não pretende avançar muito na contenção de despesas.
O mercado tinha a expectativa de que o governo mexesse em gastos estruturais nesse pacote de corte de gastos — como a Previdência, benefícios reajustados pelo salário mínimo e os pisos de investimento em saúde e educação. Mas isso não aconteceu.
Segundo os analistas, essas despesas tendem a subir em velocidade acelerada e têm potencial de anular esse esforço do pacote em pouco tempo. O governo, contudo, é avesso às medidas, que mexeriam com políticas públicas e com promessas de campanha do presidente Lula.
Segundo o blog do Valdo Cruz, interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliam que o governo precisa dar uma sinalização mais forte na área fiscal, incluindo o anúncio de medidas adicionais às já anunciadas, para reverter de vez o cenário negativo que reina no mercado neste fim de ano.
Os aliados de Haddad acreditam que a aprovação do pacote já enviado ao Congresso vai ajudar a acalmar os ânimos dos investidores, mas as medidas não serão suficientes para derrubar o dólar.
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